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SÃO PAULO – Contrariando a trajetória positiva dos mercados nesta quarta-feira (14), os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) fecharam o pregão com queda de 0,97%, após terem recuado mais de 2,9% durante o intraday, repercutindo a proposta de aumento de capital encaminhada pela companhia, mediante a emissão de 286 milhões de novas ações ordinárias.
Avaliando o fato relevante divulgado pelo banco, a Ativa Corretora disse que já esperava um impacto negativo no curto prazo, tendo em vista que a colocação de novos ativos no mercado deverá causar um overhang (excesso de ações em circulação) sobre a ação. Contudo, para o longo prazo, a analista Laura Lyra mantém-se otimista.
“Entendemos que a notícia é positiva no longo prazo, na medida em que a emissão de ações aumentará a Basileia do banco, que deverá passar de 13,7% para 15%”, disse Laura. Vale lembrar que o índice de Basíleia foi criado para medir os níveis de solvência das instituições financeiras, com o objetivo de dar maior solidez ao setor.
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Free float
Além disso, a analista da Ativa afirma que a oferta secundária incrementará o free float (porcentagem do capital numa empresa que não se encontra em mãos de acionistas estratégicos) do BB, passando dos atuais 21,8% para um número superior a 25%. Cabe ressaltar que, por suas ações fazerem parte do Novo Mercado, o BB tinha até jun/2010 para atingir 25% de free float”, diz.
Seguindo a linha de raciocínio de Laura, o analista Daniel Malheiros, da Spinelli Corretora, estima que, após a oferta secundária de ações, o governo (principal acionista da empresa) verá sua participação sobre o capital do banco diluir de 65,3% para 60,3% – o equivalente a 142 milhões de ações -, elevando o free float para 26,77%, acima dos níveis exigidos pelas normas de governança corporativa.
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