Apetite por risco atinge maior nível desde 2006, revela pesquisa do BofA ML

Pesquisa referente a outubro mostra maior alocação em ações e expectativa de melhora na China, Europa e emergentes

Thiago Gomes Amorim

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SÃO PAULO – O apetite ao risco dos investidores atingiu o maior nível em mais de três anos no mês de outubro, de acordo com uma pesquisa organizada pelo Bank of America Merrill Lynch, divulgada nesta quarta-feira (14).

O levantamento, que reúne 229 administradoras de recursos de todo o mundo, revelou que os investidores estão mais descrentes de que uma nova recessão poderá se formar em breve. Cerca de 65% dos entrevistados acredita que não haverá um novo mergulho nos próximos 12 meses, enquanto no mês anterior esse percentual era de 47%.

A opinião da maioria dos gestores também foi favorável à melhora do ambiente corporativo, com 72% deles esperando que as empresas lucrem mais no ano que vem – em setembro passado, essa resposta foi escolhida por 68% do total.

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Maior peso nas ações

O otimismo também aparece na alocação em investimentos de risco e um número maior escolhe comprar ações, em vez de conservar posições mais seguras. O total mantido em caixa atingiu o menor nível desde janeiro de 2004, e 38% dos gestores disseram estar aplicando em níveis acima da média na renda variável.

Os setores de Tecnologia, Petróleo, Indústria e Materiais foram os favoritos na hora de investir em outubro, e a pesquisa mostrou que os gestores ainda mostram certa resistência em optar por ações de empresas do setor financeiro.

“A renda variável segue bastante atrativa: os investidores já não esperam tanto uma nova recessão, mas continuam cautelosos com o aumento da inflação e os temores sobre um precoce aperto na política monetária. Ainda assim, as ressalvas não os deixaram menos avessos ao risco em outubro”, disse Michael Hartnett, estrategista chefe global do BofA Merrill Lynch.

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Europa, China e emergentes

A pesquisa do banco norte-americano indicou ainda que as administradoras de recursos ficaram mais confiantes com as empresas europeias, com 39% delas esperando que as companhias reportem lucro pelo menos 10% maiores nos próximos 12 meses.

A mudança na avaliação também é vista em relação à aplicação de recursos nas bolsas do continente, enquanto os investidores demonstram maior apetite por ações do setor financeiro. A alocação em ativos de bancos europeus está acima da média pela primeira vez desde junho de 2007, em decorrência dos surpreendentes resultados divulgados nas últimas temporadas de balanço.

A confiança no crescimento econômico da China continuou robusta em outubro, e 49% dos entrevistados esperam que o líder asiático ganhe força nos próximos 12 meses. Aos emergentes, a opinião é parecida, enquanto 36% dos perguntados dissem esperar elevar os países em desenvolvimento à categoria acima da média antes de outubro de 2010.