Putin diz não querer ‘guerra global’, defende invasão à Ucrânia e volta a culpar a Otan

Presidente russo celebrou em Moscou o Dia da Vitória, data que relembra a rendição nazista na 2ª Guerra Mundial, e falou do conflito atual

ANSA Brasil

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fala durante conferência de imprensa conjunta com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em 9 de setembro de 2021  no Kremlin, em Moscou (Foto por Mikhail Svetlov/Getty Images)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fala durante conferência de imprensa conjunta com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em 9 de setembro de 2021 no Kremlin, em Moscou (Foto por Mikhail Svetlov/Getty Images)

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A Rússia celebrou nesta segunda-feira (9) o Dia da Vitória, data que relembra a rendição nazista na Segunda Guerra Mundial, e o presidente Vladimir Putin aproveitou a ocasião para defender a invasão à Ucrânia.

Em discurso na Praça Vermelha, em Moscou, o presidente russo disse que a guerra é uma resposta a uma “ameaça direta perto das fronteiras russas” e a um suposto plano de “ataque” preparado pelo Ocidente.

“A Rússia sempre foi favorável à criação de um sistema para a segurança, mas a Otan não quis nos escutar”, afirmou Putin, acrescentando que a invasão à Ucrânia é apenas um “ato preventivo, uma decisão necessária e absolutamente justa”.

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O presidente ainda declarou que as Forças Armadas russas e as milícias separatistas do Donbass “combatem pela segurança da pátria e pelo futuro”. “Os combatentes do Donbass e as tropas russas estão lutando em sua terra, onde nossos antepassados combateram o inimigo”.

Durante o discurso, Putin também alertou que “o horror de uma guerra global não deve se repetir” e homenageou “as tropas dos exércitos aliados — os americanos, britânicos e franceses, além dos soldados da China, dos partisans e de todos aqueles que derrotaram o nazismo”.

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A parada militar do Dia da Vitória em Moscou contou com a participação de soldados que guerrearam contra a Ucrânia no Donbass e do primaz da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, já cobrado pelo papa Francisco por não condenar a invasão.

Comemorações na Ucrânia

Também houve uma parada militar em Kherson, cidade do sul da Ucrânia sob poder da Rússia. Em Mariupol, imagens de TV mostraram o chefe da autoproclamada república de Donetsk, Denis Pushilin, liderando um desfile pelo Dia da Vitória.

O evento, no entanto, não contou com meios militares, apenas com pessoas em trajes civis, já que o município ainda é palco de combates entre as tropas invasoras e a resistência ucraniana na siderúrgica Azovstal.

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“Os invasores russos abriram uma faixa de 300 metros em uma rua central de Mariupol quase destruída pelos bombardeios, tentando criar uma imagem para a TV”, disse um assessor da prefeitura de Mariupol, Petro Andryushchenko, no Telegram.

Zelensky reage

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que, em breve, o país “terá dois Dias da Vitória, enquanto outros não terão nenhum”.

“Estamos lutando pela liberdade de nossos filhos, então venceremos. Jamais esqueceremos o que nossos antepassados fizeram na Segunda Guerra Mundial. Vencemos naquela ocasião e vamos vencer agora”, declarou o ucraniano.

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Zelensky também acusou Putin — sem citá-lo nominalmente — de repetir os “horríveis crimes do regime de Hitler, seguindo a filosofia dos nazistas”.