Após JP, Bradesco (BBDC4) tem recomendação cortada pelo Itaú BBA, com deterioração da qualidade do crédito

Preço-alvo passou de R$ 23 para R$ 21 para o final de 2023, um potencial de valorização de 2,6% em relação ao preço de fechamento de sexta

Felipe Moreira

Publicidade

Após o JPMorgan rebaixar as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) de compra para neutra na última sexta-feira (7), o Itaú BBA também cortou a recomendação para o banco de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para market perform (desempenho equivalente à média do mercado, equivalente à neutro).

O preço-alvo passou de R$ 23 para R$ 21 para o final de 2023, o que significa um potencial de valorização de 2,6% em relação ao preço de fechamento de sexta, de R$ 20,47.

A reclassificação foi em função da “deterioração da qualidade do crédito e da margem financeira líquida (NII, na sigla em inglês)”, explicam analistas.

Continua depois da publicidade

Olhando para o próximo trimestre, BBA projeta outro conjunto de resultados fracos no terceiro trimestre de 2022. Não apenas os índices de inadimplência de varejo ainda estão em alta, mas também tem a contaminação da carteira de pequenas e médias empresas (PME).

Para analistas, os resultados financeiros na divisão de seguros provavelmente serão “afetados negativamente por uma inflação mais baixa e índices de sinistralidade elevados”.

Com a possível desaceleração da economia, há preocupações crescentes com a inadimplência corporativa no próximo ano. Dessa forma, BBA diminuiu suas previsões de lucros para o Bradesco em 2022 e 2023 em 4% e 10%, respectivamente, para crescimento da receita de 8% em 2023, para R$ 29,3 bilhões.

Continua depois da publicidade

“Qualquer reclassificação dos atuais múltiplos teriam que vir de fatores exógenos como risco-país e impacto nas taxas de juros de longo prazo”, diz BBA, em relatório.

Entre os nomes de grande capitalização, Itaú BBA espera que o Banco do Brasil (BBAS3) reporte mais uma vez os melhores resultados entre os grandes bancos brasileiros no 3T22, com lucro líquido de R$ 7,9 bilhões e retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 20%.

Com relação aos bancos de pequena capitalização, BBA espera novamente que o ABC (ABCB4) registre o melhor desempenho em termos de receita e lucratividade. Também espera que o BTG (BPAC11) corresponda à alta expectativa com um bom resultado, enquanto a B3 (B3SA3) deve começar a ver um melhor resultado no 3T22.