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A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse hoje que a economia do Reino Unido se mantém forte, apesar das preocupações em torno do “Brexit” (saída da União Europeia), que fizeram a libra derreter nesta terça-feira e diminuíram as projeções de crescimento econômico para o ano que vem. “Moedas, claro, sobem e descem”, disse ela em entrevista à BBC.
A libra voltou a recuar nesta terça-feira, atingindo o menor nível em 31 anos. A queda teve origem nas declarações da própria premiê, feitas no domingo, de que pretende iniciar o processo de saída do bloco europeu até o fim de março do ano que vem. Com a moeda mais enfraquecida, a Bolsa de Londres fechou em alta de 1,30% porque o índice FTSE-100 é composto por muitas multinacionais que não sentem a desvalorização da libra.
Em conferência do Partido Conservador ontem, o ministro da Fazenda, Philip Hammond, disse que os próximos dois anos serão de turbulência e incertezas fiscais e que a economia doméstica pode apresentar um percurso de montanha-russa. O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje corte da sua expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) britânico do ano que vem para 1,1% – era de 2,2% antes do plebiscito sobre o “Brexit”.
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“Se você parar e olhar os fundamentos da nossa economia, que são fortes, se você olhar os dados que saíram nas últimas semanas, se você olhar as mais recentes previsões que estão para sair sobre o crescimento da nossa economia neste ano, todos são mais positivos do que as pessoas esperavam que fossem”, argumentou Theresa para a tevê pública.
Apesar do otimismo, a líder britânica admitiu que o andamento econômico não será “de vento em popa” e que pode haver “solavancos na estrada”. “O que o governo precisa fazer é garantir que estamos, em termos de processo do ‘brexit’, fazendo as coisas do modo mais suave possível”, afirmou.
Theresa prometeu iniciar as discussões com a União Europeia de forma “ambiciosa”. “Quero que as empresas britânicas sejam capazes de negociar com a UE e operar dentro da UE e que as empresas da UE sejam capazes de operar dentro do Reino Unido”, afirmou. “Não é uma questão de o Reino Unido, em algum sentido, se tornar subalterno à UE, mas de haver reciprocidade – um bom acordo comercial irá nos beneficiar e também à União Europeia”, defendeu.