Após rejeição da Anglo, fusão entre Xstrata e Vale volta a ser uma possibilidade

Ambição da mineradora brasileira em aumentar sua diversificação geográfica abre a possibilidade da associação com anglo-suíça

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – No começo do ano passado, meses antes do expoente da crise financeira, a fusão entre a mineradora brasileira Vale (VALE5) e anglo-suíça Xstrata era praticamente uma realidade, “quase inevitável” segundo relatório postado na época pelo Citigroup.

Entretanto, os negócios esfriaram ao longo do ano e em março a Vale anunciou o fim das negociações com a Xstrata, conclusão comemorada por analistas. Depois disto, especulações cresceram em torno da aquisição da norte-americana Freeport-McMoRan Copper & Gold, mas nada foi confirmado, e em julho de 2008 a Vale captou mais de R$ 19 bilhões em uma oferta de ações, fortalecendo seu caixa. Logo após o mercado foi atingido definitivamente pela crise financeira mundial.

A recuperação engatilhada no começo deste ano movimentou novamente o setor de mineração. Neste mês, a BHP Billiton firmou uma joint-venture com a Rio Tinto de US$ 5,8 bilhões e a Xstrata propôs uma fusão com a Anglo American, já rejeitada na última segunda-feira (22).

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Na mesa de negociações

Na manhã de segunda-feira, a Xstrata enviou uma proposta de fusão para o conselho administrativo da Anglo American. No período da tarde, o mesmo conselho respondeu: “a união estratégica não é atrativa para os acionistas da Anglo American”.

Ante à recusa, o mercado especula novamente uma fusão entre Vale e Xstrata, que criaria o maior grupo de mineração do mundo. Paul Cliff, da Nomura Securities, vê maiores vantagens para a Xstrata em uma associação com a mineradora brasileira, assim como Nick Hatch, do grupo ING.

Para o analista da ING, a ambição da Vale em aumentar sua diversificação geográfica abre a possibilidade de uma fusão com a anglo-suíça ou com a Anglo American.

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Segundo os analistas, a recuperação do preço das commodities metálicas no mercado internacional e a pressão da joint-venture entre as duas concorrentes pode culminar na integração das operações.

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