Após resultados, Usiminas lidera perdas do Ibovespa e Grendene sobe

Siderúrgica mostrou forte aumento no prejuízo e teve rating colocado em perspectiva negativa pela S&P; já a fabricante de calçados animou com a alta do lucro

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Duas companhias que divulgaram seus resultados após a última sessão tiveram recepções opostas pelos investidores. Enquanto as ações da Usiminas (USIM3, R$ 10,50, 1,87%; USIM5, R$ 10,39, -2,17%) apresentam uma das maiores quedas do Ibovespa, as da Grendene (GRND3) – que não fazem parte do índice – chegaram a subir 2,85% na sua máxima do dia, mas agora operam com alta mais modesta (+1,18%, R$ 23,12), segundo cotação das 11h15 (horário de Brasília).

Em seu resultado, a Usiminas reportou aumento de 230% em seu prejuízo do 1º trimestre, saltando de R$ 37 milhões para R$ 123 milhões – a média das projeções apontava para perdas de apenas R$ 47 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia avançou para R$ 313 milhões – crescimento de 65% em relação ao primeiro trimestre de 2012. 

Em relatório, a equipe de análise da Planner Corretora avalia que o resultado, embora fraco, mostrou alguma recuperação nos preços, impulsionando as margens de siderurgia da empresa. Essa mesma alta nos preços ajudou a ofuscar a queda no volume de vendas, mantendo a receita praticamente estável no período. No entanto, eles seguem com uma visão cautelosa tanto para o setor quanto para a empresa, reforçando assim a recomendação de venda para as ações USIM5.

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Endividamento em foco
Além disso, a corretora elogia os cortes de despesas e investimentos da siderúrgica neste momento, o que tem ajudado a estabilizar a tumultuada situação financeira do grupo, que fechou o 1º trimestre com dívida líquida era de R$ 3,6 bilhões. “A empresa não tem nenhum problema de liquidez no curto prazo, dado que seu caixa é equivalente a 5,4x os financiamentos vencíveis nos próximos 12 meses”, afirma a Planner em relatório.

Vale mencionar que, antes da divulgação do resultado da Usiminas, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou a perspectiva de rating da empresa para negativa. A S&P classifica o perfil de risco financeiro da siderúrgica como “significativo”, apesar da liquidez ser apontada como “adequada”. “É crucial que a companhia mantenha reservas de caixa elevadas a fim de preservar seus índices de dívida líquida em patamares administráveis”, diz a agência em comunicado.

Grendene: alta no lucro e saída do presidente
Já a Grendene apresentou alta de 24,7% em seu lucro líquido do 1º trimestre, que passou de R$ 82,1 milhões para R$ 102,3 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida da companhia também se destacou positivamente com avanço de 22,8%, para R$ 485,8 milhões. Já o Ebitda fechou os três primeiros meses do ano em R$ 98,1 milhões – alta de 55,3% na mesma base comparativa.

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Segundo a equipe de análise da Planner, a Grendene apresentou bom desempenho operacional no trimestre, com redução no preço médio de seus produtos e menor avanço de custos, o que proporcionou maiores margens. “Consideramos que o resultado destoou da visão mais pessimista que a empresa tem transmitido ao mercado, de preocupação com a inflação e o menor ritmo de crescimento do varejo esperado para este ano”, diz a Planner.

Após apresentar o resultado, a companhia informou que o diretor presidente, Alexandre Grendene Bartelle, e o vice-presidente, Pedro Grendene Bartelle, renunciaram aos seus cargos. Em nota, a Grendene informou que os dois continuam no Conselho de Administração da companhia, como presidente e vice-presidente, respectivamente.

De acordo com fato relevante, a renúncia dos dois visa “cumprir mais uma etapa na consolidação da profissionalização da companhia, cujo processo já estava em andamento há algum tempo, adiantando às tendências das melhores práticas de governança corporativa com a não acumulação de cargos de presidente do Conselho de Administração e Diretor Presidente”. 

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