Após uma semana que mudou o prognóstico, a próxima pode indicar a tendência

Depois que a bolsa reencontrou o caminho via balanços importados, agora tudo depende dela saber lidar com os números internos

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SÃO PAULO – Graças ao fôlego de Nova York, o Ibovespa reencontrou o caminho dos ganhos. Mas os resultados corporativos mais aguardados até agora são externos. Até agora. De fato, esta última semana mexeu um pouco com a percepção do investidor pelo lado da economia real, via balanços das empresas. Mas por aqui, a temporada de divulgações está apenas começando.

As companhias norte-americanas sugeriram um segundo trimestre melhor. Por esses e outros fatores, o Ibovespa acumulou valorização de 5,8% em cinco dias. Havia tempo que o índice doméstico não encontra motivo para subir de forma tão consistente.

“Essa semana mudou o prognóstico”, define Francisco Holanda Júnior, analista da Pax Corretora. Inegável. Algumas projeções já vieram em tom mais ameno depois que algumas empresas superaram estimativas. Por outro lado, esses 5,8% podem pesar.

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Um porém

Como a bolsa parecia não ter motivos para recuperar o fôlego, qualquer ameaça a este sentimento pode disparar realização. “De qualquer forma, o volume da sexta-feira já foi bem mais fraco que nos últimos dias, o que pode ser um indicativo de que essa tendência de alta esteja realmente desacelerando um pouquinho”, pondera João Pedro Brugger Martins, da Leme Investimentos.

Assim como Brugger, Holanda Júnior também evita avaliações muito otimistas. O analista da Pax acredita que pode subir, mas nada muito distante dos atuais patamares. Para o final do ano, espera um Ibovespa por volta dos 67.500 pontos.

Agora é aqui

Como a mudança de prognóstico veio com resultados externos, as atenções vão para a temporada brasileira, que começa a ganhar corpo nos próximos dias. Entre umas e outras, destaque para Usiminas e Redecard, que apresentam seus números no meio da semana.

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Mais voltado ao setor financeiro, os contatos recentes de Holanda Júnior com os RIs dos bancos o fazem acreditar que a temporada do segundo trimestre tende a trazer mais do mesmo. “Não parece ter tido mudança drástica”.

“Acho que os resultados de modo geral podem vir um pouco melhores. Logicamente alguns setores ainda podem sofrer no segundo trimestre”, rebate Brugger. “Muita gente falando que o setor de siderurgia deve mostrar um processo um pouco mais devagar de recuperação”, conclui.

O que faltava

Lembrando que a semana por vir promete pregões agitados. Já na segunda-feira tem vencimento de opções sobre ações. Na quarta tem Copom, com expectativa para um novo corte, entre 25 e 50 pontos-base.

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Mas para a bolsa, o tema da vez é mesmo a tão aguardada temporada de balanços corporativos: “O mercado pode estar à espera de resultados melhores”, finaliza Brugger.

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