Publicidade
O total arrecadado pelo governo em fevereiro deste ano “respeita” o padrão sazonal do período e corrobora os efeitos de um cenário econômico mais enfraquecido. A avaliação foi feita nesta terça-feira, 24, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, pelo economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani. “Não vimos nada de novo, nenhuma mudança de nível. Talvez a economia esteja ainda mais fraca (que o estimado), e isso obviamente acabou impactando a arrecadação”, reforçou.
De acordo com a Receita Federal, a arrecadação de impostos e contribuições somou R$ 89,982 bilhões, o que representou uma queda 29,04% ante janeiro e uma alta real (descontada a inflação) de 0,49% em relação a fevereiro de 2014. O resultado veio dentro do intervalo das expectativas do AE Projeções, de R$ 82,400 bilhões a R$ 121,200 bilhões, e acima da mediana de R$ 88,307 bilhões. A Votorantim Corretora estimava um montante arrecadado de R$ 95,100 bilhões. No segundo mês do ano passado, o total arrecadado foi de R$ 83,137 bilhões.
Ao ser questionado se o dado de fevereiro já teria alguma influência da volta de alguns tributos, Padovani disse que ainda é cedo para afirmar se a arrecadação federal estaria sendo puxada por algum aumento de carga ou realinhamento de impostos, como a volta integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em janeiro. A expectativa do economista é que esses impactos fiquem mais evidentes nos próximos meses. “Ainda é o segundo mês de arrecadação do ano. É difícil separar os efeitos da elevação de impostos e da desaceleração da atividade. É preciso mais observações para entender o que é movimento de um e o que é de outro”, afirmou.
Continua depois da publicidade
No entanto, Padovani acredita que justamente os efeitos da volta desses impostos e de aumento de carga tributaria devem ter um resultado líquido positivo na arrecadação federal deste ano, mesmo com estimativa de um quadro recessivo em 2015, com previsão de queda de cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). “Os impostos devem crescer em ritmo moderado, mas vemos crescimento da arrecadação, sim, em termos reais”, disse. Segundo ele, o controle de gastos ao longo deste ano virá fundamentalmente do controle das despesas, com a meta de 1,2% de superávit primário para este ano sendo factível.