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SÃO PAULO – A crise entre os poderes Judiciário e Legislativo ganha um novo capítulo nesta quarta-feira, com o plenário do STF deliberando sobre decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello por afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, e os mercados atentos aos desdobramentos sobre a agenda econômica do governo Michel Temer. Além dos possíveis efeitos da crise sobre a tramitação da PEC do Teto, os investidores também observam com atenção as primeiras impressões do mundo político sobre o texto da Reforma da Previdência. Enquanto isso, no exterior, o dia é de otimismo com os mercados apostando em mais estímulos do BCE à economia europeia.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 2,10%, a 61.088 pontos, com o mercado “bancando” a severa crise institucional que se desenha no horizonte político brasileiro. Já o dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,37%, a R$ 3,4166 na venda.
Entre as ações para ficar de olho logo no início do pregão estão a Vale (VALE3; VALE5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3), que sobem na esteira da valorização do minério de ferro. Além disso, o Credit Suisse elevou a recomendação da Vale de underperform para neutro, passando o preço-alvo de US$ 4,00 para US$ 7,00, um aumento de 75%. O banco também elevou o preço-alvo das ações da siderúrgica Gerdau de R$ 12,00 para R$ 16,00, com recomendação outperform (desempenho acima da média). Já a CSN continuou com recomendação undeperform, mas teve o preço-alvo revisado pelo banco de R$ 5,00 para R$ 8,00. No setor de celulose, o Bradesco BBI elevou a avaliação da Suzano (SUZB5; SUZB6) de underperform para neutra, enquanto a Klabin (KLBN3; KLBN11) foi elevada de neutra para outperform.
Confira ao que se atentar na sessão desta quarta-feira:
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1. Bolsas mundiais
A sessão é positiva para os principais índices acionário europeus, com os investidores apostando que o Banco Central Europeu poderá anunciar novos estímulos depois da reunião marcada para a próxima quinta-feira. Na Ásia, os mercados chineses interromperam uma sequência de três dias de quedas. As blue-chips do setor industrial ainda eram negociadas perto das mínimas recentes depois que o regulador de títulos do país alertou para aquisições “brutais” por gestores de ativos que usam fundos ilegais.
Às 8h01, este era o desempenho dos principais índices:
* FTSE 100 (Reino Unido) +1,30%
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* CAC-40 (França) 1,22%
*DAX (Alemanha) +1,54%
* Xangai (China) +0,70% (fechado)
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*Hang Seng (Hong Kong) +0,55% (fechado)
* Nikkei (Japão) +0,74% (fechado)
*Petróleo WTI +0,31%, a US$ 51,09, o barril
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2. Crise institucional e Reforma da Previdência
Com a agenda de indicadores esvaziada, o agravamento da crise institucional em Brasília deve seguir dominando o radar dos investidores. O embate direto entre Legislativo e Judiciário ganhou um novo capítulo depois de a mesa diretora do Senado se recusar a cumprir a decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros da presidência da Casa. O próximo passo deve vir da sessão do STF marcada para as 14h em que a questão será analisada. Em meio a este impasse, o calendário de votações do Senado foi suspenso. As atenções em Brasília também se voltam para a proposta da Reforma da Previdência. Um dia após o governo enviar texto com mudanças nas regras para aposentadoria e enquanto o impasse sobre a possibilidade de atraso na aprovação da PEC do Teto continua no Senado, já são percebidas as primeiras reações à proposta da equipe econômica do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados. Em poucas horas do conhecimento dos termos, alguns parlamentares já discutem a possibilidade de alterar regras como a idade mínima fixada, em 65 anos, o tempo mínimo de contribuição, previsto para 49 anos, e a percepção de aumento da vulnerabilidade dos trabalhadores rurais.
3. Agenda de indicadores
Com poucos indicadores previstos para o dia, o destaque interno fica com a coletiva de imprensa dos diretores do BC (Banco Central), às 9h, quando o mercado deve buscar mais sinalizações sobre o ritmo do ciclo de corte de juros. Após a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), aumentaram as apostas de que a autoridade monetária adotará uma postura mais dovish e passará a reduzir a Selic em cortes de 50 pontos-base a partir da próxima reunião, em janeiro. Lá fora, atenções voltadas para os dados semanais dos estoques de petróleo, às 13h30, no horário de Brasília. Mais cedo, saíram os dados da produção industrial da Alemanha, que avançou apenas 0,3% em outubro ante setembro, decepcionando as expectativas de elevação de 0,8%
4. Gustavo Franco no InfoMoney
Em entrevista exclusiva, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco disse que está cético quanto a uma guinada na política econômica dos EUA sob a presidência de Donald Trump e que o republicano mostrará se é possível “tocar a presidência” norte-americana como um reality show. Ela avalia ainda os impactos do bilionário para a decisão do Fed e também sobre o Brasil. Para ler a entrevista completa, clique aqui.
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5. Noticiário corporativo
Do lado das empresas, destaque para a Via Varejo, depois que uma empresa sul-africana desmentiu rumores de que estaria interessada na aquisição. Em teleconferência com investidores, o presidente do grupo sul-africano Steinhoff International, Markus Jooste, disse que não está buscando acordos de fusões e aquisições na América do Sul. No setor da construção, a Cyrela teve seu rating rebaixada de BB para BB- pela Fitch e a Even aprovou uma emissão de R$ 100 milhões em debêntures.