Autoridades europeias discutem criação de orçamento central

Orçamento seria alimentado por impostos nacionais e poderia levar à criação de títulos conjuntos de dívida dos países da região

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Com o apoio da Alemanha, autoridades da zona do euro começaram a discutir a viabilidade para criação de orçamento central para o grupo, procurando assim suavizar algumas divergências econômicas da região, informou um oficial europeu ao Wall Street Journal.

A discussão caminha para uma união fiscal, que evitaria maiores crises na zona do euro. A atual crise econômica evidenciou falhas graves na configuração da zona de moeda comum. Essas limitações manifestaram-se nas recessões que arrasaram a economia de países como Grécia, Portugal e Irlanda enquanto economia fortes como a Alemanha se recuperaram muito mais rápido após a crise financeira de 2008.

O debate surge alimentado pela oposição alemã aos eurobonds (títulos conjuntos de dívida). Para a Corte da Alemanha, os títulos só devem ser montados após a criação de um orçamento central, o que ajudaria os países em recessão e não prejudicaria os cofres públicos dos países ainda em pé durante a crise. 

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Segundo oficiais europeus, esse orçamento conjunto seria abastecido com repasses de impostos nacionais a Bruxelas em vez da emissão de títulos de dívida. A ideia foi incluída em uma proposta sobre a reforma da zona do euro elaborada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

O orçamento seria usado para financiar a políticas que tornem um país mais competitivo, de acordo com o que oficiais europeus disseram ao Wall Street Journal. Essa ajuda seria condicionada ao cumprimento de metas rígidas e ajudaria a controlar os gastos públicos dos países em crise, como a Alemanha defende.

Fundo do desemprego?
Já o ministro de Finanças da França, Pierre Moscovici e o membro francês no BCE, Benoît Coeuré, sugerem a criação de um fundo do desemprego. Financiar pelo menos parte dos títulos de curto prazo de seguros-desemprego ajudaria a aliviar um pouco a pressão que o alto nível de pessoas sem emprego atinge em meio à crise financeira, que atinge mais alguns países do que outro.

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Essa divergência dentro do grupo é notória com países como Alemanha e Áustria apresentando taxas anuais de desemrpego de 5,5% e 4,5%, respectivamente, enquanto na Espanha e na Grécia, apenas um em cada quatro cidadãos economicamente ativos tem emprego.

Entretanto, até uma ajuda parcial no pagamento dos auxílios-desemprego custaria mais do que a criação de um orçamento conjunto. Porém, mesmo que pareça mais vantajoso criar o orçamento, será difícil conseguir o suporte de todos membros do grupo, uma vez que alguns Estados ricos não querem enviar ajuda aos pobres ou à Bruxelas.