Aversão ao risco leva fundos latino-americanos a sofrerem resgates pela sexta semana

Diante da predominância de resgates na indústria de fundos, Unibanco avalia condições do mercado financeiro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – De acordo com a consultoria EPFR Global, os fundos de países emergentes e os fundos da América Latina registraram saídas de recursos pela sexta semana consecutiva, no período de sete dias terminado em 16 de julho.

Já os fundos internacionais completaram um mês de perdas em aplicações até a data, na medida “em que as condições do mercado se deterioraram significativamente nas últimas semanas”, afirma o Unibanco, em relatório de análise dos dados.

Veja na tabela a captação dos fundos em âmbito global:

Captação líquida de fundos entre 9/07 e 16/07
Grupo de fundos Captação líquida
(em US$ milhões)
Peso do Brasil no grupo
Mercados Emergentes Globais – 118,5 15%
América Latina – 450,9 63,5%
Fundos Internacionais – 2.169,23 1,5%
BRIC (Brasil, Russia, Índia e China) – 99,28 28,1%

O banco avalia as tendências conflituosas nas economias desenvolvidas, que lutam ao mesmo tempo contra as pressões inflacionárias e a desaceleração econômica.

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Nos Estados Unidos, o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve), na última reunião, manteve a taxa básica de juro a 2% ao ano, mas um dos membros votou por um aumento de 0,25 ponto percentual, revelando a necessidade de conter o avanço de preços, observa a equipe econômica do Unibanco.

“Além disso, apesar dos balanços dos bancos europeus continuarem fracos e a atividade econômica estar mostrando sinais de desaceleração, o Sr. Trichet (presidente do Banco Central Europeu) elevou a taxa de juro da região”, ressalta o relatório do banco.

Em adição, o preço elevado do petróleo já demonstrou seus efeitos nos índices de preços dos EUA (PPI e CPI), destaca o Unibanco.

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Fly to quality

Diante deste quadro, investidores perderam o apetite pelo risco e promoveram uma venda massiva de ações. O Unibanco diz que este movimento é uma reação típica do mercado em tempos de turbulências chamada de “fly to quality”, expressão que significa uma revoada a mercados e papéis de maior segurança, como os títulos de governos.

Por fim, o Unibanco culpa o aumento das preocupações em torno do sistema financeiro pela “piora desta tendência na última semana”. O anúncio de que o governo dos EUA e o Federal Reserve irão ajudar com recursos as maiores financiadoras de hipotecas do país, Fannie Mae e Freddie Mac, que sofrem com rumores de problemas de insolvência, “indica que os efeitos da crise de crédito devem continuar a se espalhar, atingindo os índices acionários de todo o mundo e provocando resgates em fundos de investimento”, avalia o Unibanco.

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