Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) estendem forte alta na Bolsa com notícias de reestruturação de dívida

Destaque fica para as ações da aérea Azul, com ganhos na sessão que superam os 20% após alta de 38% na véspera

Equipe InfoMoney

Avião é visto durante o nascer do sol próximo ao aeroporto internacional de Munique
09/01/2018 (Foto: 
REUTERS/Michaela Rehle)
Avião é visto durante o nascer do sol próximo ao aeroporto internacional de Munique 09/01/2018 (Foto: REUTERS/Michaela Rehle)

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As ações de Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) estenderam os ganhos na Bolsa após forte alta dos ativos na sessão da véspera, com notícias sobre a reestruturação das dívidas das empresas.

O destaque ficou mais uma vez com a Azul, que saltou 38% na última segunda-feira (6) e fechou a sessão desta terça-feira (7) com alta de 20,12%, a R$ 12. Já os ativos GOLL4 avançaram 5,67%, a R$ 6,71 (após subir 23,78% ontem), enquanto CVC teve ganhos de 9,88%, a R$ 3,67, após disparar 19,29% ontem.

Na véspera, a Azul anunciou um acordo com os locadores para renegociar seus pagamentos de leasing diferidos durante a pandemia. A XP destacou ver como positiva a redução da pressão de fluxo de caixa de curto prazo; no entanto, observa uma potencial diluição de capital, já que 40% serão em dívida para 2030 e 60% em ações em um múltiplo maior em relação ao atual.

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A companhia ainda divulgou na véspera seu resultado do quarto trimestre de 2022 (4T22), além das projeções para o ano. Entre os destaques,  a capacidade ofertada (medida por assentos disponíveis e considerando a distância dos voos) e a demanda aumentaram, respectivamente, 10% e 5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Já a receita de passageiros: a queda de 4 pontos porcentuais nas taxas de ocupação das aeronaves e o crescimento de 16% nas tarifas em relação ao mesmo trimestre de 2021, levaram a uma receita de passageiros 21% acima do mesmo trimestre do ano passado.

Excluindo efeitos não recorrentes, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 1,1 bilhão, expansão de 7% quando comparado ao quarto trimestre de 2021.

Já o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 610,5 milhões para o quarto trimestre, alta de 40% sobre o desempenho negativo de um ano antes.

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A Azul estimou receita recorde de R$ 20 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também recorde de mais de R$ 5 bilhões para 2023, aproximadamente 40% acima em comparação com os níveis pré-pandemia em 2019.

A Gol, por sua vez, anunciou, após o fechamento do mercado da última sexta-feira (3), a conclusão de sua reestruturação de títulos (bonds) com a Abra Group e um grupo de credores.

De acordo com o documento, a Abra assinará até US$ 1,4 bilhão de secured notes sênior para 2028 (SSN) e secured notes sênior intercambiáveis para 2028 (ESSN) que serão usadas para: (i) aumentar a posição de caixa em até US$ 451 milhões; e (ii) refinanciar o capital de US$ 1,077 bilhão de notas da GOL adquiridas pela Abra Group com um desconto de R$ 312,6 milhões.

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De acordo com os analistas do BBI, a conclusão bem sucedida desta reestruturação deverá facilitar as negociações entre a Gol e os demais credores para refinanciar R$ 2,8 bilhões e R$ 2,4 bilhões de pagamentos de leasing em 2023 e 2024. A aérea divulga seus números do 4T22 na próxima quarta, antes da abertura do mercado.

Já a CVC informou na noite de ontem que está mantendo negociações para “reperfilamento” de sua dívida, mas negou que tenha chegado a um acordo, segundo resposta a questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgada ao mercado.

“No momento não há nenhuma formalização dos termos e condições finais dessa negociação”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado. O esclarecimento ocorreu após a coluna de Lauro Jardim, no O Globo, dizer às 14h01 que a empresa anunciaria “nos próximos dias – mais provavelmente amanhã (terça-feira, hoje) uma reestruturação de sua dívida de curto prazo”.