B3 (B3SA3) reporta dados operacionais “neutros”, enquanto analistas esperam números melhores em junho

Companhia reportou uma queda de 10,9% na base anual do volume financeiro médio diário do segmento ações em maio de 2023

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A B3 (B3SA3) reportou uma queda de 10,9% na base anual do volume financeiro médio diário do segmento ações em maio de 2023, indo a R$ 27,101 bilhões, segundo dados divulgados pela operadora da Bolsa brasileira na última terça-feira (13).

O Bradesco BBI avaliou os dados operacionais como neutros para as ações da B3, com receitas de volume médio diário negociado (ADTV) de ações e derivativos amplamente estáveis. Contudo, os analistas da casa destacam que devem continuar vendo um momento positivo para as ações com a recente melhora nas condições de mercado” destaca.

No geral, a equipe de research da XP vê os números de maio como neutros e esperados, dadas as atuais condições econômicas desafiadoras.

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A XP Investimentos também pontou que os números da B3 podem indicar o início de um ciclo de recuperação de volumes.

Analistas ainda ressaltam que a dinâmica de preços recente é mais um reflexo da entrada de dinheiro do que dos dados operacionais. No entanto, se o aparente alívio observado no mês se confirmar nos próximos meses, isso poderá desencadear uma nova valorização das ações (em 2023 B3SA3: +12,3% versus Ibovespa: +6,39%).

O Goldman Sachs, por sua vez, destacou que os dados operacionais da B3 mostraram volumes mais fortes de ações, acima das expectativas para o trimestre, enquanto os volumes de derivativos melhoraram, mas ainda estão abaixo das expectativas para o trimestre.

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Segundo o JPMorgan, a recuperação dos volumes negociados na comparação com abril foram impulsionados por: (i) uma maior velocidade de rotação de 168% em relação a 163% no mês anterior; e (ii) um aumento de 3% em relação ao valor médio de capitalização de mercado.

No segmento de derivativos, o volume médio diário negociado (ADV) totalizou 6,3 milhões de contratos, um aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior, “principalmente explicado pelos contratos DI, que tiveram um aumento de 92% em relação ao ano anterior”, explica JPMorgan.

Por outro lado, o valor recebido por contrato (RPC) diminuiu para R$ 1,50, uma redução de 30% em relação ao ano anterior. Como resultado, as receitas de derivativos aumentaram 6% em relação ao ano anterior.

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No mercado de balcão (OTC), as tendências permaneceram razoáveis, na avaliação do JPMorgan, com o registro aumentando 11% em relação ao ano anterior e a custódia aumentando 13% em relação ao ano anterior.

Por fim, os números da unidade de financiamento mostraram uma tímida melhora, com ônus registrados aumentando 4% em relação ao ano anterior e 19% em relação ao mês anterior, mas sendo menos relevantes para os resultados. No geral, uma impressão melhor em comparação com abril e é provável que junho mostre uma recuperação adicional.

O JPMorgan vê a B3 sendo negociada a um múltiplo Preço/Valor da firma de 19 vezes para 2023 e mantém classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). Já a XP reitera visão conservadora para a ação, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 13,60. O Goldman Sachs também mantém recomendação neutra para B3.