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SÃO PAULO – O que muitos especialistas já esperavam foi confirmado na noite desta terça-feira (24). Em nota, o Banco Central disse que o programa de leilões diários de swap cambial, que se encerra em 31 de março, não será renovado. Segundo a autoridade monetária, o programa iniciado em 2013 “forneceu volume relevante de proteção cambial aos agentes econômicos”.
Nesta manhã, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que o programa de swap cambial tem papel importante em momento de normalização da política monetária nos Estados Unidos, mas reforçou que o estoque de derivativos cambiais ofertados até o momento já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial da economia.
Veja a nota do BC na íntegra:
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“Considerando que o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra, implementado pelo Banco Central do Brasil (BCB) desde 22 de agosto de 2013, forneceu volume relevante de proteção cambial (“hedge”) aos agentes econômicos, o BCB comunica a não renovação do referido programa em 31 de março de 2015.
Os swaps cambiais vincendos a partir de 1º de maio de 2015 serão renovados integralmente, levando em consideração a demanda pelo instrumento e as condições de mercado.
Os leilões de venda de dólares com compromisso de recompra continuarão a ser realizados em função das condições de liquidez do mercado de câmbio.
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Sempre que julgar necessário, o Banco Central do Brasil poderá realizar operações adicionais por meio dos instrumentos cambiais ao seu alcance”.
Criado para apaziguar a volatilidade provocada pela oscilação da moeda norte-americana, o programa de swap vigora desde agosto de 2013. No fim do ano passado, o BC anunciou que ele seria estendido até 31 de março, reduzindo a oferta da “ração” em leilões de swap a até 2 mil contratos, equivalentes a US$ 100 milhões por dia. Inicialmente, o programa oferecia 10 mil contratos de swaps cambiais diariamente, volume que já havia sido reduzido para 4 mil contratos em 2014.
Após autoridades do governo afirmarem que a recente escalada da moeda norte-americana não representava um descontrole e que a desvalorização do real daria impulso às exportações, muitos passaram a acreditar que o BC interromperia ou reduziria ainda mais as intervenções.
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Contudo, em um ano para o qual as expectativas do mercado apontam em uníssono para a retração da economia há também a percepção de que uma mudança brusca no programa pode alimentar ainda mais a subida do dólar, com impacto sobre a inflação.
Durante a audiência, o presidente do BC afirmou que o volume ofertado até agora no âmbito do programa de swap é de US$ 114 bilhões equivalentes, o que corresponde a aproximadamente trinta por cento das reservas internacionais do Brasil. “Estamos confortáveis com essa posição, podemos mantê-la dez, 20 anos nesses níveis”, afirmou ele.
Segundo Tombini, o BC não tem pressa para desfazer o volume de contratos de swap nem no curto nem no médio prazo por considerar que ele protege o setor privado não financeiro e permite que as empresas “consigam navegar com certa tranquilidade num ambiente em que dólar vai de R$ 2,85 para R$ 3,20 em curto espaço de tempo sem quebrar”.
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Mais de 80% do estoque de swaps está alocado com empresas não financeiras ou não residentes no país, o que demonstra, na avaliação de Tombini, que o programa tem fornecido proteção aos agentes econômicos contra mudanças abruptas na taxa de câmbio. O presidente do BC disse ainda que a autoridade monetária tem condições de renovar integralmente as operações vincendas no curto e médio prazos.
Com Agência Estado