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O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) disse que vai colocar a subsidiária britânica do Silicon Valley Bank (SVB) no Reino Unido em processo de insolvência, após o colapso de sua matriz nos Estados Unidos.
“O Banco da Inglaterra, na ausência de qualquer informação adicional significativa, pretende entrar com um processo judicial para colocar o Silicon Valley Bank UK em um processo de insolvência bancária”, afirmou o BoE em comunicado.
O SVB é um banco de crédito pouco conhecido fora do Vale do Silício, mas o seu colapso está reverberando no mundo das startups e aprofundando a incerteza no setor financeiro global.
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Ele era o 16º maior banco dos EUA e se tornou a maior instituição financeira americana a quebrar desde a crise de 2008.
O SVB valia cerca de um terço do Lehman Brothers quando quebrou, e seus US$ 209 bilhões em ativos (quase R$ 1,1 trilhão) equivalem ao tamanho do Santander no Brasil (SANB11).
Concordata do SVB
Na sexta-feira (10), os reguladores da Califórnia fecharam o Silicon Valley Bank e o colocaram em concordata, após uma tentativa frustrada de venda de ações da empresa e depois que startups começaram a retirar seus fundos do banco, por insistência de empresas de capital de risco.
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Apesar da rápida ação do governo americano (o banco foi liquidado em apenas dois dias), a falência deve deixar um rastro de perdas a startups, que era os principais clientes do SVB (inclusive empresas brasileiras).
Além disso, a concordata do SVB não elimina o risco de outras quebras no setor bancário americano — sobretudo bancos de menor porte —, embora especialistas acreditem que o caso não é suficiente para desencadear uma “crise sistêmica”.
Setor bancário americano
Em Wall Street, o rápido colapso do SVB levou a mais um dia de tensão e perdas. Ações de bancos como First Republic, PacWest e Signature fecharam com quedas de dois dígitos (entre 14,65% e 37,91%) na sexta.
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O setor bancário americano tem sofrido com a marcação a mercado das Treasuries (títulos do Tesouro americano) e das Mortgages (as hipotecas), em meio à subida de juros no país para controlar a inflação.
“Os bancos estão sofrendo com custo de funding [financiamento] mais caro — e travado em rentabilidade de juros menores. É uma situação desconfortável”, afirma Alex Lima, estrategista da Guide Investimentos e ex-analista do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Nova York.
‘Presença limitada no Reino Unido’
O BoE destacou no comunicado que um procedimento de insolvência bancária significaria que os depositantes elegíveis serão pagos o mais rápido possível, até o limite protegido de 85 mil libras esterlinas (cerca de R$ 530 mil) ou até 170 mil libras (mais de R$ 1 milhão) para contas conjuntas.
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“A SVBUK tem uma presença limitada no Reino Unido e nenhuma função crítica apoiando o sistema financeiro. Nesse ínterim, a empresa deixará de fazer pagamentos ou aceitar depósitos”, reforçou o BoE.