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SÃO PAULO – Em meio as incertezas políticas que tomaram conta do mercado no Brasil, após a morte de Eduardo Campos, e a temporada de resultados do segundo trimestre, o destaque desta sessão fica com a forte alta nas ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,78, +4,09%), reagindo ao balanço do segundo trimestre.
Do lado positivo do índice, aparecem também os papéis da Hering (HGTX3, R$ 24,59, +3,58%), que, desde a divulgação de seu resultado até hoje, acumulam ganhos de 19,24%. Além dela, reagem positivante aos dados do segundo trimestre nesta sessão, as ações da Cyrela (CYRE3, R$ 12,63, +1,61%) e Cemig (CMIG4, R$ 18,88, +0,75%). Além da temporada de resultado, a Oi (OIBR4, R$ 1,27, +1,60%) reage positivamente à notícia de que a Portugal Telecom quer reformular sua fusão com a companhia.
Na ponta de baixo, a Vale (VALE3, R$ 30,42, -2,94%; VALE5, R$ 27,19, -2,40%) aparece como a maior queda do Ibovespa, reagindo às incertezas em relação a economia chinesa – principal destino das exportações da mineradora. Além disso, o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, acredita que o mercado ainda está defensivo com este novo cenário após o acidente com Campos.
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Confira os principais destaques da Bolsa nesta quinta-feira:
Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,78, +4,09%)
O banco teve lucro líquido contábil de R$ 2,829 bilhões, um recuo sobre os R$ 7,472 bilhões registrados no segundo trimestre do ano passado.”Mesmo com o desempenho econômico brasileiro fraco e maior concorrência em seus principais segmentos de atuação, a instituição conseguiu entregar uma evolução razoável em seu resultado final”, disse a XP Investimentos.
Já segundo a Planner o resultado ficou acima das estimativas do mercado, com destaque para o crescimento do lucro ajustado em base de 12 meses, impulsionado principalmente pelo crescimento das operações do banco, maiores receitas com seguros, previdência e capitalização, e manutenção dos spreads.
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Em coletiva de impresa, o Banco do Brasil disse que prevê aceleração da carteira de crédito no segundo semestre, especialmente para pessoas físicas, e manutenção dos níveis de inadimplência. “O segundo semestre tradicionalmente é melhor em crédito”, disse o vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do banco, Ivan Monteiro.
Cia Hering (HGTX3, R$ 24,59,+3,58%)
As ações da Hering voltam a subir nesta sessão e acumulam forte alta desde a divulgação do resultado referente ao segundo trimestre de 2014. Do dia 24 de julho, publicação do balanço, até hoje, os papéis da companhia apresentam ganhos de cerca de 17%. Embora o mercado tenha avaliado os números da varejista como fracos, mas em linha com o esperado, a surpresa veio com o anúncio, no mesmo dia, de um programa de recompra de 5 milhões de ações em um prazo de 365 dias, podendo ter sinalizado por resultados melhores nos próximos trimestre, apontou o Santander, na ocasião.
Além disso, as ações do setor vivem momento de expectativa com rumores de que o grupo BTG Pactual, de André Esteves, e a Lojas Renner (LREN3) estariam interessados em uma possível fusão com a Marisa (AMAR3, R$ 17,37, +0,81%). A Renner e Marisa, no entanto, negaram qualquer notícia nesse sentido.
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Oi (OIBR4, R$ 1,27, +1,60%)
Os papéis da Oi seguem entre as maiores altas do Ibovespa reagindo a notícia de que a Portugal Telecom quer reformular sua fusão com a companhia. A operadora portuguesa assumiu que dificilmente recuperará os 900 milhões de euros investidos em títulos da holding Rioforte, pertencente ao não financeiro do colapsado Grupo Espírito Santo (GES), motivo pelo qual propôs a reformulação de sua fusão com a brasileira Oi. Em um longo comunicado enviado à Comissão de Bolsa de Valores portuguesa, a Portugal Telecom explicou a situação da empresa aos acionistas antes da assembleia geral de 8 de setembro.
O objetivo principal da iniciativa é amortecer o impacto que a falta de pagamento da Rioforte pode ter no projeto de ambas empresas. Por isso, a Portugal Telecom submeterá à aprovação uma permuta com a Oi na qual a empresa portuguesa ficará com a dívida da Rioforte (897 milhões de euros) e na qual entregará uma parte das ações que tinha na Oi (16,9%) à empresa brasileira.
Petrobras (PETR3, R$ 17,61, +0,57%; PETR4, R$ 18,76, +0,37%)
Sem nenhuma notícia no radar da estatal, as ações da empresa operam com leve alta em meio as incertezas polítcas que tomaram conta do mercado após a morte de Eduardo Campos, na última quarta-feira.
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Ontem, o Datafolha apontou que iniciará nesta quinta-feira uima nova pesquisa de intenção de votos de disputa presidencial, incluido Marina Silva como presidenciável no lugar de Campos. A pesquisa será realizada entre 14 e 16 de agosto, e deve ser divulgada a partir de segunda-feira, 18 de agosto.
Vale (VALE3, R$ 30,42, -2,94%; VALE5, R$ 27,19, -2,40%)
As ações da Vale figuram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta manhã, acompanhadas pelos papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 21,74,–1,32%) – holding que possui participação na mineradora -, em meio ao cenário de incerteza depois da morte do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, ontem, em um desastre de avião. Pesquisa Datafolha foi registrada ontem e, segundo registro no TSE, deve ser divulgada a partir de segunda (18) – incluindo perguntas relevantes em relação à candidata Marina. Segundo a Guide Investimentos, difícil saber para onde vai. Diante do cenário de aversão ao risco e as incertezas em relação à China, os papéis das siderúrgicas – Usiminas (USIM5, R$ 8,12, -1,58%), CSN (CSNA3, R$ 10,54, -1,59%) e Gerdau (GGBR4, R$ 12,54, -0,87%) – também caíam hoje.
TIM (TIMP3, R$ 10,96, -0,27%)
Segundo notícia do Valor, a Telecom Italia, dona da brasileira, estaria bem próxima de fechar a proposta que será apresentada à francesa Vivendi, para fusão entre TIM e GVT. Segundo a publicação, a GVT seria transferida aos italianos e o grupo francês ficaria com 20% da Telecom Italia mais uma fatia direta.
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Light (LIGT3, R$ 21,79, -1,05%)
A empresa não manteve os bons números reportados no primeiro trimestre e apresentou um desempenho fraco e abaixo das expectativas do mercado, disse a equipe de análise da XP Investimentos. A empresa anunciou lucro líquido de R$ 15,3 milhões no período, queda de 73,8% ante mesmo período de 2013, impactada por aumento com custos com compra de energia da distribuidora. No segmento de geração, a empresa foi penalizada porque teve de recorrer ao mercado de energia para garantir o cumprimento de contratos com clientes, já que as hidrelétricas têm gerado menos energia para poupar o nível dos reservatórios devido à estiagem.
O resultado operacional pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da empresa que atua em geração, distribuição e comercialização de eletricidade foi de R$ 239 milhões, queda anual de 13,9%. A receita líquida do trimestre somou R$ 1,6 bilhão, 1,4% acima da receita apurada há um ano.
CCR (CCRO, R$ 17,74, +0,23%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,66,+0,74%)
As ações da CCR e Ecorodovias operam perto da estabilidade, após o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo suspendeu nesta quarta-feira as liminares que garantiam a concessionárias da CCR e da Ecorodovias o direito de aplicação de reajuste dos pedágios previsto em contrato, informou a agência reguladora Artesp nesta quarta-feira.
As liminares favoreciam as concessionárias ViaOeste e SPVias, da CCR, e Ecovias, da Ecorodovias. A CCR disse que irá recorrer da decisão do TJ.
As empresas estavam cobrando novas tarifas de pedágio baseadas nos contratos de concessão desde a zero hora desta quarta-feira, após recorrerem de decisão do governo estadual no final de junho de conceder reajustes abaixo do previsto nos contratos, que estabelecem reajuste pela inflação.
Cosan (CSNA3, R$ 10,56, -1,40%)
Apesar do desempenho, a empresa conseguiu reverter prejuízo em lucro líquido no segundo trimestre. A companhia encerrou os meses de abril a junho com lucro líquido de R$ 104,1 milhões, contra resultado negativo de R$ 201,5 milhões na mesma etapa de 2013.
Em relatório, a Guide Investimentos destacou como positivo: o crescimento de 9% do volume vendido pela Raízen Combustíveis; a alta de 16% no Ebitda (Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) da Raízen Energia, para R$ 478 milhões; o aumento de 10% no total de clientes da Comgás; a alta de 13%, para 2,2 milhões de toneladas do volume elevado pela Rumo Logística; e o ganho de 75% nas vendas de propriedades da Rumo.
Cyrela (CYRE3, R$ 12,63, +1,61%)
As ações da Cyrela seguem em alta apesar da empresa reportar um lucro líquido de R$ 169 milhões no segundo trimestre, queda de 7,6% na comparação anual e em linha com as estimativas de analistas. “Julgamos o resultado como levemente negativo, devido a margem operacional e Ebitda abaixo das expectativas”, conclui a equipe de análise da XP Investimentos
A receita líquida do trimestre caiu 1% ano a ano, a R$ 1,4 bilhão. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 1,2% na mesma base de comparação, a R$ 271 milhões. No trimestre, a geração operacional de caixa foi de R$ 159 milhões, ante R$ 154 milhões um ano antes.
Gol (GOLL4, R$ 13,22, -0,08%)
A companhia revelou ontem prejuízo líquido de R$ 145 milhões de reais no período de abril a junho, perda inferior à de R$ 433 milhões sofrida no mesmo período de 2013. O prejuízo, porém, foi maior que a previsão média de analistas de perda R$ 93,7 milhões. A XP, no entanto, destacou que a estratégia de reduzir ou manter a oferta de assentos inalterada segue surtindo efeito positivo sobre o desempenho operacional da instituição.
Kroton (KROT3, R$ 61,96, +1,24%)
A Kroton vê suas ações subirem forte hoje depois de reportar lucro líquido de R$ 286 milhões no segundo trimestre, mais que o dobro do resultado positivo obtido um ano antes. “Mesmo considerando alguns não-recorrentes (reconhecimento de matriculas regularizadas e antecipação da receita no segmento de Educação Básica) que impactaram positivamente o resultado, a Kroton manteve o forte crescimento que vimos no primeiro trimestre e ainda conseguiu acelerar o ganho de margem”, disse a XP.
Banrisul (BRSR6, R$ 13,11, +2,42%)
As ações da Banrisul voltam a subir forte neste pregão, após o resultado da companhia no segundo trimestre. De lá até hoje, os papéis do banco acumulam alta de 20%. A companhia registrou lucro líquido de R$ 150,1 milhões no segundo trimestre, com queda de 30% na comparação com o mesmo período de 2013. O lucro líquido ajustado, que exclui eventos extraordinários, somou R$ 222,7 milhões, com alta de 3,6%.
Prumo, ex-LLX (PRML3, R$ 1,11, +3,74%)
As ações da Prumo, ex-LLX Logística, sobem após balanço do 2° trimestre. A companhia teve lucro líquido de R$ 2,1 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 73,6 milhões em igual período de 2013 com a ajuda da receita advinda de novos contratos no Porto do Açu. A receita da empresa no segundo trimestre somou R$ 19,5 milhões, alta de 36,3% na comparação anual, impulsionada pelos novos contratos de aluguel de áreas no Porto do Açu com Edison Chouest e NFX. O porto está em construção em São João da Barra, no norte fluminense.
Cemig (CMIG4, R$ 18,92, +0,96%)
A Cemig teve lucro líquido de R$ 740,9 milhões no segundo trimestre, alta de 20% ante o mesmo período do ano passado, ajudada pelos ganhos com venda de energia no curto prazo.
Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado reportado foi acima das expectativas do mercado. “No entanto, vale ficar atento a queda de margem operacional reportado pela companhia e ao aumento do endividamento” ressalta a corretora.
Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 1,577 bilhão, acima da previsão dos analistas, de que era de R$ 1,44 bilhão. Na comparação com o mesmo período de 2013, o Ebitda da companhia subiu 25,9%.
Renar Maças (RNAR3, R$ 0,29, +3,57%)
A companhia apresentou um prejuízo de R$ 1,3 milhões no trimestre, sinalizando uma melhora positiva frente ao resultado negativo de R$ 5,1 milhões no ano anterior. Já o Ebitda no semestre atingiu R$ 4,7 milhões, alcançando o melhor resultado para um primeiro semestre dos últimos 10 anos.
A receita líquida da companhia apresentou um crescimento de 62,1% no semestre, influenciado pelo aumento de 56% no preço médio das maças in natura e um incremento de 6,7% no volume comercializado.
O resultado reportado pela companhia foi forte e deve refletir positivamente no papel, analisa a equipe da XP Investimentos. “O balanço consolidado do semestre é bastante relevante para companhia, devido a sazonalidade do negócio, visto que o primeiro semestre é mais dispendioso, em função da colheita, e não costuma apresentar geração de caixa significativa”, completa a corretora.