BB Seguridade (BBSE3) e Caixa Seguridade (CXSE3): BBI vê desafios para crescimento e inicia cobertura com recomendação neutra

Sustentar as taxas de expansão são o maior desafio para as companhias, avaliam analistas, que veem pouco espaço de alta para ativos

Equipe InfoMoney

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O Bradesco BBI iniciou a cobertura para as ações de duas seguradoras com recomendação neutra.

Para a BB Seguridade (BBSE3), os analistas têm preço-alvo para 2022 de R$21,00, implicando em 2% de potencial de valorização em relação ao fechamento de quinta-feira (19).

Os analistas ressaltam que a BB Seguridade é uma holding controlada pelo Banco do Brasil que vende seguros e oferece planos de previdência privada, capitalização e assistência odontológica. A empresa atua principalmente nos ramos rural, vida e prestamista, sendo líder de mercado em AuM (ativos sob gestão) de previdência e contribuições.

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“A empresa cresceu significativamente desde seu IPO em 2013, aprimorando seus canais de distribuição por meio de uma corretora própria (BB Corretora), levando a uma maior penetração nos canais de agências do Banco do Brasil”, apontam.

Já daqui para frente, e agora em um estágio mais maduro, os analistas do BBI avaliam que o crescimento estrutural pode ser o principal desafio a ser superado pela BB Seguridade, já que a empresa tem grande participação em seus principais mercados e os riscos de crescimento parecem distorcidos.

Os analistas esperam uma taxa média de crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) do lucro de 7,3% para
os próximos anos (2022-2025).

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Olhando para os múltiplos, veem a BB Seguridade negociando a 8,5 vezes o preço sobre o lucro esperado para 2022, o que não parece esticado neste momento em comparação com seus pares no espaço financeiro negociando na casa
dos dois dígitos.

Porém, veem que o crescimento da empresa deve ser o principal ponto de preocupação: (i) a BB Seguridade ainda depende fortemente do canal de distribuição do Banco do Brasil – e seu contrato de distribuição expira em 10 anos; (ii) o crescimento do mercado de seguros/previdência pode se tornar fraco em meio a condições econômicas brasileiras mais desafiadoras em 2022; e (iii) ganhos adicionais de participação de mercado parecem muito desafiadores, pois a empresa já é líder em seus principais mercados.

Uma visão mais positiva se sustentaria caso a empresa for capaz de continuar apresentando crescimento de dois dígitos, alavancando-se em outros canais de distribuição ao invés de depender apenas de seu banco controlador. Já os riscos são com relação à sua rentabilidade além de 2032, quando termina seu contrato com o BB – que atualmente representa
38% do preço-alvo de R$ 10, além da desaceleração do crescimento, notadamente nos segmentos de previdência e prestamista.

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O Bank of America, por sua vez, possui recomendação de compra para os ativos, ainda que com preço-alvo mais baixo, de R$ 19,45. Em relatório dessa semana, o banco americano destacou os dados operacionais da companhia e de outras seguradoras referentes ao quarto trimestre.

O banco diz que crescimento dos prêmios emitidos desacelerou para aumento de 2% ao ano em novembro, sugerindo um crescimento de 13% na base anual no trimestre, melhor do que estimativa de 6%, apoiada por apólices rurais e de vida. A sinistralidade melhorou 5,6 p.p. em novembro, explicada pela menor sinistralidade rural em 2021, e aponta para sinistralidade de 27% no 4T21, muito melhor do que estimativa de 38%.

O resultado financeiro melhorou em Brasilprev, impactado pelo menor gap entre IGPM/IPCA e Brasilcap , após prejuízo em outubro, explicado por ajustes na carteira de investimentos. Ainda assim, as contribuições para planos de previdência e títulos de capitalização permaneceram fracas no mês.

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Caixa Seguridade: desafios de crescimento

Os analistas também têm recomendação neutra para Caixa Seguridade, com um preço-alvo para o final de 2022 de R$ 9,00 implicando em um potencial de valorização de 14%.

A Caixa Seguridade é uma holding controlada pela Caixa Econômica Federal que desenvolve e implementa a estratégia
comercial para venda de seguros, previdência privada e planos de capitalização. A empresa atua principalmente em seguros de vida hipotecário, vida e prestamista, e possui o quarto maior AuM (ativos sob gestão) em planos de previdência.

“Após a recente reestruturação da parceria, totalmente operacional desde o início de 2020, com um melhor processo de venda e a criação de uma unidade de corretagem própria (Caixa Corretora), a empresa já garantiu uma significativa melhora na rentabilidade, com ganhos que deverão crescer 60% em 2022, aumentando a penetração nos canais de distribuição da Caixa (agências)”, destacam os analistas.

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Já os analistas apontam que, embora ainda possa haver espaço para maior penetração de vendas a ser capturada, o crescimento da empresa deve estar muito mais próximo de seu “estado estacionário”, e qualquer potencial de valorização adicional deve depender materialmente de: maior originação de crédito por sua controladora, condições macro favoráveis e o engajamento de sua força de vendas para continuar alavancando seu próprio canal de distribuição. “Esperamos um
crescimento de lucro de um dígito médio/alto nos próximos anos (2023 em diante)”, apontam.

Os analistas veem a Caixa Seguridade sendo negociada a um múltiplo 7,3 vezes o preço sobre lucro em 2022, o que não parece caro neste momento, sendo um dos níveis mais baixos desde seu IPO.

No entanto, o principal desafio daqui para frente deverá ser continuar a sustentar fortes taxas de crescimento, especialmente tendo em conta as condições macroeconômicas potencialmente desafiadoras ao longo de 2022 e a sua dependência
da capacidade de originação de crédito e canais de distribuição da Caixa.

Os principais riscos e direcionadores para nossa recomendação neutra são, no lado positivo, se a empresa for capaz de
continuar apresentando crescimento de dois dígitos, alavancando-se em outros canais de distribuição ao invés de depender apenas de seu banco controlador.

Já do lado negativo, está a potencial desaceleração do crescimento dos prêmios de seguro prestamista, uma vez que a demanda pode ser mais fraca – especialmente no front corporativo (PME); e sustentar os ganhos de participação de mercado daqui para frente deve ser mais desafiador.

Ao comentar os dados operacionais do quarto trimestre, o Bank of America destacou que a Caixa Seguridade registrou uma sinistralidade melhor do que o esperado no período.

A sinistralidade atingiu 23% em novembro, ante 19% em outubro, enquanto os sinistros relacionados à covid continuam em tendência de queda. Os dados apontam para sinistralidade de 21% no 4T21, muito melhor do que as estimativas de 30%. As contribuições aos planos de previdência e receitas financeiras foram melhores do que esperado pelo BofA. Os resultados (ex-corretora, que será incorporado integralmente pela 1ª vez no 4T21 ) foram melhores que as estimativas.

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