BC reduz leilão de swap após dólar superar R$ 3,30; mas o que isso quer dizer?

Para o operador de câmbio da H. Commcor, a autoridade monetária optou pela redução da oferta de contratos de swapsreversos por conta do excesso de turbulência no mercado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A disparada do dólar nesta terça-feira (13) fez com que o Banco Central mudasse sua estratégia em relação aos leilões de swap diários. Com a moeda norte-americana subindo mais de 2% e fechando acima de R$ 3,30, a autoridade monetária anunciou nesta noite que amanhã ofertará apenas 5.000 contratos de swap reversos, metade do que vinha ofertando até então.

O leilão irá ocorrer das 9h30 às 9h40 (horário de Brasília), com o resultado sendo anunciado às 9h50. Os vencimentos dos contratos serão para 3 de outubro, 1 de novembro, 1 de dezembro e 2 de janeiro de 2017. Nesta terça, o saldo de contratos de swaps caiu para US$ 36,1 bilhões e há quem acredite que o BC irá zerar sua posição até o fim deste ano.

Em entrevista para a Bloomberg, o operador de câmbio da H. Commcor, Cleber Alessie, afirma que a autoridade monetária optou pela redução da oferta de contratos de swaps reversos por conta do excesso de turbulência no mercado. “Nesse nível, a instituição talvez não tenha interesse em ficar repondo do jeito que vinha fazendo”, disse.

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Segundo ele, os swaps começam a “fazer preço que não vinha sendo feito no mercado” e com isso o BC tenta reduzir a oferta para ver se ajuda a conter o excesso de volatilidade global. Para Alessie, enquanto o dólar ficar acima de R$ 3,30, o Banco Central deve continuar com uma oferta de 5.000 contratos.

Já para Mauricio Oreng, estrategista-sênior do Rabobank, a desaceleração dos leilões de swap reverso faz sentido, embora tenha ocorrido antes do esperado. Ele acredita que este movimento tenha ocorrido exatamente para que o BC não tenha grande impacto no mercado e consiga atenuar a volatilidade da moeda após a turbulência dos últimos dias.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.