Blue chips para quem? As 7 grandes ações da Bovespa que estão cotadas a quase US$ 1

Não é um bom momento para algumas das principais ações brasileiras, que já valem quase centavos na moeda norte-americana

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Nos últimos dias, chamou a atenção de muitos investidores e analistas o fato do Ibovespa em dólar – ou seja, o índice à vista dividido pela cotação da moeda norte-americana -estar abaixo dos níveis de 2008, no auge da crise do subprime. Lembrando que é importante olhar para o benchmark dolarizado até porque 50% do volume negociado na nossa Bolsa vem de investidores estrangeiros. E como se sabe, o índice da Bovespa é formado por ações, sendo que as mais pesadas são as chamadas blue chips, em referência a uma das fichas mais valiosas no poker. Acontece que olhando para o nível delas atualmente, vemos que muitas atingiram uma triste marca: estão valendo menos do que um dólar.

À parte o simbolismo das ações mais valiosas da nossa Bolsa não serem mais do que “penny stocks” para um norte-americano, alguns podem pensar que é momento de comprar Bolsa, mas é preciso ter cuidado. “Tem alguns ativos atrativos na Bolsa hoje, mas não são todos”, explica o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido.

Para ele, ainda é cedo para acreditar em uma recuperação do mercado. “A gente pode ter um ano de depressão, com possível alta de juros, revisão do ajuste fiscal e já tivemos a perda do grau de investimento. Então é preciso ser seletivo na hora de investir, priorizando empresas com uma excelente gestão”, explica.

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Dito isso, veja quais blue chips brasileiras já valem perto de US$ 1: 

7. Petrobras (PETR4: US$ 1,53)
Uma crise de governança, um escândalo de corrupção e a derrocada dos preços do seu principal produto. Esta é a receita para transformar a maior empresa do Brasil em uma companhia considerada por muitos como problemática. Apesar do preço baixíssimo das ações comparando com as cotações históricas, muitos analistas acreditam que comprar as ações hoje, enquanto a Petrobras não soluciona as suas dificuldades internas e externas, dependendo da sua estratégia, pode ser temerário.

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6. Marfrig (MRFG3: US$ 1,41)
Um dos maiores frigoríficos do Brasil sucumbiu ao próprio tamanho, ritmo de expansão e dívidas, principalmente com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Contudo, a boa notícia é que esta derrocada já está sendo revertida. O plano de focar para ganhar iniciado pelo ex-presidente da empresa, Sérgio Rial, e mantido pelo atual CEO, Martin Secco Arias, tem dado frutos há mais de dois anos e a ação foi a segunda mais rentável do Ibovespa em 2014. Tudo graças a um grande plano de desinvestimentos e de foco no core business da empresa.

5. Cemig (CMIG4: US$ 1,24)
Envolvida até os ossos em um imbróglio envolvendo a União, a companhia geradora de energia elétrica sofre há tempos com a disputa nos tribunais sobre a usina hidrelétrica de Jaguara. Um entendimento federal após a edição da Medida Provisória 579 foi de que a concessão da usina não poderia ser renovada. O caso terá um novo capítulo no dia 16 de fevereiro, que é a data proposta pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), José Dias Toffoli, para que a Cemig e o governo federal apresentem uma proposta de consenso sobre o tema.

4. Bradespar (BRAP4: US$ 1,03)
Seguindo o desempenho dos papéis da Vale (VALE3; VALE5), as ações da holding despencam desde o trágico acidente ocorrido em uma barragem da Samarco (controlada da Vale) em Mariana (MG) e também sofrem com a queda do minério de ferro, que saiu de US$ 100 para US$ 40 em aproximadamente um ano. As desconfianças dos investidores com o futuro da economia chinesa, que passa por um processo de remodelação que pretende mudar o foco do país de uma expansão pelo investimento e exportações para um avanço pelo consumo também são fonte de problemas.

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3. Gerdau (GGBR4: US$ 0,95); 

2. CSN (CSNA3: US$ 0,82) 

 1. Usiminas (USIM5: US$ 0,28): A desaceleração da China e a fraqueza do mercado doméstico dificultam o aumento das receitas do setor siderúrgico. É por isso, que as três blue chips do setor hoje não são mais do que penny stocks em dólar. A produção de bens de capital, assim como a de bens duráveis caíram no Brasil, bem como a produção total de veículos. A cada dado da produção industrial, entende-se melhor por que as siderúrgicas sofrem tanto na Bolsa, já que possuem nas grandes indústrias seu principal mercado consumidor. Além disso, recentemente, relatórios técnicos do governo se posicionaram contra o aumento da alíquota do Imposto sobre Importação do aço. O grupo que foi criado no início de dezembro para estudar os impactos possíveis da elevação da tributação decidiu que a crise pela qual o setor passa não está relacionada ao aumento das importações. Ou seja, ajuda do governo não deve vir tão cedo para o setor.

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