BNDES sofre derrota em plano sobre JBS; 4 recomendações, Petrobras e mais 8 notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (30)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O destaque no noticiário corporativo fica para as declarações de Pedro Parente sobre a venda de fatia da Braskem, além da J&F. Segundo a Folha, o BNDES sofreu derrota em plano de tirar Wesley Batista do comando da JBS, enquanto o noticiário sobre a Eldorado segue movimentado. Confira os destaques desta quarta-feira (30);

Petrobras (PETR3;PETR4)

Em esclarecimento à CVM, a Petrobras informou que a data de abertura do capital da BR ainda não está  marcada. Segundo a empresa, embora haja a intenção da administração de concluir a transação o mais breve possível, aproveitando as condições favoráveis do mercado e atendendo à necessidade da Petrobras de executar seu programa de parcerias e desinvestimentos, operações desse tipo são complexas, requerem diversas etapas de desenvolvimento e estão sujeitas a outros fatores que impossibilitam determinar com precisão a data de sua realização, dentre eles a aprovação pelos órgãos reguladores e as condições de mercado vigentes à época da oferta, disse a empresa em fato relevante. A estatal esclareceu notícia veiculada no jornal O Globo de que a oferta inicial de ações da BR Distribuidora deve ser feita até dezembro.

Ontem, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou ainda que a companhia só venderá sua fatia na Braskem após a revisão do acordo de acionistas. Ele ainda disse que uma possível solução a ser apresentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para solucionar restrições à venda da Liquigás para a Ultragaz, “é uma questão que está sendo discutida especialmente com os compradores”. A superintendência-geral do Cade propôs a rejeição da venda, que faz parte do plano de desinvestimento da estatal. O tema ainda será julgado pelo Tribunal do conselho, ao qual caberá a palavra final. Aprovado em novembro do ano passado pelo conselho de administração da Petrobras, o negócio é estimado em R$ 2,8 bilhões.

Parente ainda afirmou que as agências de classificação de risco não concedem grau de investimento à companhia, “mas os investidores sim”, ao cobrarem juros menores do que os cobrados quando a estatal possuía o status dado pelas empresas de rating. 

O presidente da estatal disse não acreditar que o diretor João Elek de Governança e Conformidade da empresa, afastado do cargo, teve a intenção de contrariar as regras de governança da companhia. Elek foi denunciado por conta da admissão da sua filha pela Deloitte, após a consultoria ser contratada sem licitação para prestar o serviço de investigação das denúncias do “Canal Denúncia” da Petrobras. O presidente da Petrobrás argumentou que o processo de admissão foi iniciado antes da contratação de Elek para o cargo. “Vejo a questão humana e a contribuição do diretor ao longo do período. Não acredito que ele teve a intenção de contrariar as regras. No entanto, há crimes dolosos. Ações dolosas, porque não foi um crime, foi uma questão ética e não penal”, afirmou.

Rossi (RSID3)

A Rossi Residencial decidiu encerrar a joint venture Capital Rossi Empreendimentos, que foi criada em associação com a Construtora Capital. A decisão foi tomada em reunião do conselho de administração da Rossi realizada nesta terça-feira, 29.

Por meio da Capital Rossi foram lançadas 8.490 unidades nos Estados do Amazonas e do Pará, com um potencial de venda (VGV) total de R$ 2,1 bilhões. No entanto, a Rossi afirma que decidiu interromper as operações na região, por conta da sua reestruturação operacional e estratégica.

“Todos os passos dessa operação estão sendo cuidadosamente planejados no intuito de não haver nenhum tipo de ruptura operacional, garantindo assim o curso normal dos empreendimentos já entregues e ainda a entregar”, afirma a Rossi em Fato Relevante. A construtora ressalta que não haverá necessidade de desembolso de caixa de qualquer uma das partes nesta operação, e os ativos serão divididos entre a Rossi e a Capital. O fim da joint venture precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Santos Brasil e Wilson Sons (WSON33)

O BTG iniciou a cobertura para o setor de portos, com recomendação de compra para a Santos Brasil (STBP11), sendo a top pick do setor, com preço-alvo de R$ 3,70 e também com recomendação de compra para a Wilson Sons, com preço-alvo de R$ 47.  “Vemos as duas empresas como muito descontadas, mas considerando o maior potencial de crescimento de EBITDA, Santos Brasil é o top pick. Em Santos Brasil, vemos risco de desvalorização muito limitado daqui para frente (versus níveis de EBITDA atuais muito deprimidos) uma vez que o pior da competição parece já ter passado, o que junto com um valuation atrativo deixa o case bem interessante (ativo abaixo de 50% do replacement cost e bem abaixo dos múltiplos de fusões e aquisições recentes”, apontam os analistas. 

Santander Brasil (SANB11)

O Itaú BBA revisou seu valuation para o Santander Brasil, elevando o preço-alvo das units de R$ 27,00 para R$ 29,30. De acordo com os analistas, houve um aumento significativo do lucro por ação, mas o valuation não está barato – a recomendação segue marketperform. 

 

CVC Brasil (CVCB3)

O preço-alvo da CVC foi elevado de R$ 30,00 para R$ 43,10 pelo Itaú BBA, com recomendação outperform. Os analistas destacam que o momentum positivo continua.

BRF (BRFS3)

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da BRF em escala internacional de “BBB” para “BBB-“. “O downgrade reflete o atraso na recuperação das métricas de alavancagem da BRF e incorpora nossa visão dos riscos de volatilidade para suas operações”, justificou em nota oficial a agência de classificação de risco.

Gol (GOLL4)

A mesma agência, por sua vez, elevou o rating da Gol Linhas Aéreas Inteligentes de CCC para CCC+, com perspectiva positiva. Já o rating em escala nacional da empresa subiu de brCCC para BRB.

A S&P justifica sua decisão afirmando que “as estratégias de frota e rotas da Gol continuam a fortalecer a eficiência operacional que, combinada com sua estrutura de capital revisadas, permitirá a geração de caixa livre e o melhoramento das métricas financeiras”. De acordo com a agência, esses fatores vão diminuir a probabilidade de uma reestruturação da dívida dificultosa no curto prazo.

A S&P ainda afirma que a perspectiva positiva reflete as suas expectativas de que “uma performance operacional mais forte e indicadores financeiros melhores devem impulsionar a liquidez e posicionar melhor a empresa para continuar refinanciando suas obrigações no curto prazo, além de melhorar a estrutura de capital”.  

Cemig (CMIG4)

Segundo informa a Folha de S. Paulo, o TCU (Tribunal de Contas da União) deverá fazer novo alerta ao governo Michel Temer sobre o risco de não cumprir a meta fiscal deste ano, apesar do aumento do deficit orçamentário previsto. Segundo o jornal, técnicos do tribunal afirmam que aumentou a probabilidade de o governo não conseguir privatizar quatro usinas da Cemig e aprovar o Refis. As duas medidas renderiam cerca de R$ 24 bilhões, de acordo com a previsão do governo.

A companhia mineira está negociando com o BNDES para obter um empréstimo e, com isso, comprar três usinas (São Simão, Jaguara e Miranda), evitando que elas sejam leiloadas. Os técnicos do TCU, porém, apontam inconsistências na operação. Afirmam que o banco não pode fazer empréstimos para uma empresa comprar ativos. Lembram o exemplo da JBS, cujo apoio para a compra de concorrentes se deu por meio de venda de ações ao BNDESPar.

Já Paulo Pedrosa, secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia, afirmou que o plano A é leiloar as usinas da Cemig. Ele informou que há quatro grupos internacionais e nacionais interessados nos leilões das usinas. 

Por fim, o Valor informa que mais de dez empresas já demonstraram interesse e adquirir informações sobre a Light, cuja fatia do bloco de controle, incluindo a participação da Cemig, está à venda, de acordo com uma fonte. Os destaques entre os interessados, explicou, são os grupos Enel e Equatorial, além de empresas do mercado de capitais, como fundos, que poderiam contratar gestores especializados para tocar o negócio em caso de adquirirem a participação da estatal mineira. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O governo deverá receber menos de R$ 10 bilhões no processo de “descotização” das usinas da Eletrobras, afirmou ontem o ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa em evento no Rio. Até o fim da semana o governo deverá enviar o montante preciso ao Planejamento, para a composição do Orçamento da União.

A proposta do governo federal é permitir que a Eletrobrás venda a valores de mercado a energia de hidrelétricas antigas que hoje operam em um chamado “regime de cotas”, com baixos preços. A Eletrobrás pagaria um bônus para o governo em troca da descotização das usinas, que se tornariam mais lucrativas. A arrecadação prevista no processo é de R$ 20 bilhões, estima a pasta, e será igualmente dividida entre o Tesouro, a companhia e o consumidor.

Segundo Pedrosa, o modelo fechado da privatização não será finalizado ainda nesta semana. A ideia é que a Eletrobrás faça uma emissão, capte recursos e seja diluída. O ministro interino e secretário executivo do MME frisou que nada impede que a União faça uma emissão secundária, diluindo ainda mais sua participação. A ideia seria levantar um dinheiro adicional com as ações, preservando uma fatia e a Golden Share.

“O que tem definido é que a União deixa de ser controladora. Esse movimento busca melhorar a governança do setor”, afirmou. Pedrosa diz que há estimativas que apontam que a participação do governo na companhia, hoje avaliada em R$ 12 bilhões, se aproximaria de R$ 40 bilhões. “Mesmo vendendo a metade (de sua fatia), a União continuaria com mais dinheiro na Eletrobras do que tem hoje, desde que a companhia atingisse a valorização que uma gestão eficiente daria a ela.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

J&F

O noticiário sobre J&F segue movimentado. A Folha de S. Pauloi informa que a CVM impôs derrota ao BNDES ao negar o pedido do BNDESPar, braço de investimento em empresas do banco de fomento, para impedir que a família Batista vote na assembleia de acionistas da JBS (JBSS3) marcada para sexta; decisão contrariou parecer da área técnica da CVM, que concordou com as alegações do BNDESPar, de que existe um conflito de interesse no caso. A pedido do BNDES, maior acionista minoritário da JBS com 21,3%, a assembleia vai deliberar sobre uma ação de responsabilidade contra os irmãos Joesley e Wesley Batista pelos crimes confessados em sua delação premiada. Se a ação for iniciada, Wesley terá que se afastar da presidência da empresa. 

Ainda sobre a J&F, a Eldorado informou que não foi firmado documento vinculante entre a controladora e a indonésia APP para a venda da companhia de papel e celulose. Segundo a coluna do Broad, os bancos credores e os fundos de pensão olham com ceticismo a proposta da APP. Isso porque, no desenho que está sendo formatado, a companhia asiática injetaria recursos na Eldorado, para depois, em uma segunda etapa, comprar o controle da empresa. Nesse formato os recursos não iriam, ao menos de imediato, para a J& F, e como consequência não seriam destinados para o pagamento das dívidas bancárias. Os irmãos Batista, no entanto, fecharam compromisso de venda de ativos com os bancos credores. Como a J&F precisa de caixa, a proposta fatiada da APP não faria sentido.

Oi (OIBR4)

A direção da Oi vai insistir na proposta de capitalização de R$ 8 bilhões em seu plano de recuperação judicial, que será votado em outubro por credores. Com esse aporte, a companhia pretende acelerar a modernização da sua rede, compensando o atraso vivido no passado recente.

“Dos R$ 8 bilhões planejados, nada será usado para abatimento de dívida. Tudo será para acelerar os investimentos”, afirma o diretor presidente da Oi, Marco Schroeder, em entrevista ao Broadcast. “Queremos subir nosso nível de investimentos anuais do patamar atual de cerca de R$ 5 bilhões para R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos”, completa.

Segundo o executivo, os recursos serão destinados a três frentes: expansão da cobertura de telefonia móvel 4G, ampliação da rede de fibra ótica para banda larga e TV por assinatura e desenvolvimento do portfólio de aplicativos e serviços digitais.

A princípio, o aumento de capital de R$ 8 bilhões pode ser fatiado em três parcelas. Entretanto, a origem dos recursos e as condições dos aportes continuam sendo discutidas com acionistas e credores, ainda sem um acordo definitivo.

Por enquanto, há na mesa uma proposta de injeção de R$ 3 bilhões, apresentada pelo grupo de credores representado pelas gestoras Moelis e G-5. “Os R$ 3 bilhões propostos ainda estão abaixo do que a companhia deseja, mas dão um sinal positivo importante de que há pessoas interessadas em investir na Oi”, avalia o diretor presidente.

Ainda no noticiário da empresa, o Tribunal de Justiça do Rio confirmou que a dívida com a Anatel faz parte da recuperação. Além disso, a Justiça autorizou a companhia a seguir no acordo com pequenos credores.

Guararapes (GUAR3)

O presidente da Guararapes, Flávio Rocha, disse ontem ao Valor Econômico que a empresa – dona da Riachuelo – estuda avanços em seu modelo de governança corporativa. Questionado pelo Valor se a companhia considera a hipótese de migração ao Novo Mercado da B3, nível máximo de governança da bolsa, o executivo respondeu que há um grupo de estudo analisando a situação, numa discussão “de longo prazo”.

Ser Educacional (SEER3)

 Segundo comunicado publicado nesta terça, a Ser Educacional informa que “não existem quaisquer negociações em curso para aquisição” da Uniasselvi. O esclarecimento foi realizado por conta da notícia divulgada pelo Valor de que negociação já estaria em curso, com valor entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão.

Paranapanema (PMAM3)

O Conselho de Administração da Paranapanema aprovou a oferta de até 333,3 milhões de ações da companhia. 

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.