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(Bloomberg) — O BNP Paribas afirma ter encontrado um modo de prever o rumo provável do minério de ferro monitorando a atividade econômica na China e o yuan. Neste momento, a análise dos números realizada pelo banco sugere que essa commodity está subvalorizada e que deve avançar perto do fim do ano. Os preços subiram.
“De acordo com os dados que temos hoje, e pressupondo que essas relações não vão mudar, o minério de ferro deve retomar a quase US$ 80 por volta do final deste ano”, disse Gabriel Gersztein, chefe de câmbio e taxas para a América Latina e estrategista quantitativo de commodities, em entrevista. “Já temos a informação”, disse ele, acrescentando: “Esta é a beleza dessa abordagem.”
O minério de ferro esteve em uma montanha-russa nos últimos anos e contrariou regularmente as projeções dos bancos ao recuperar-se de um piso abaixo de US$ 40 no final de 2015, disparar no ano seguinte e depois cair novamente em 2017. A perspectiva derivada do modelo do BNP, de ganhos nos próximos meses, vai de encontro à opinião do Goldman Sachs Group e da Capital Economics, porque ambos sinalizaram expectativas de que os preços caiam à medida que a oferta mundial de minas aumentar.
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“O renminbi é um indicador importante para o minério de ferro e também é um indicador muito importante para outros aspectos da economia chinesa”, disse Gersztein, que tem mestrado em econometria e estatística, além de um doutorado em finanças. “Encontramos uma forte evidência de que é o renminbi que está afetando, de forma defasada, o preço final do minério de ferro”, disse ele por telefone, de São Paulo, no dia 21 de julho.
O minério com 62 por cento de teor ferroso em Qingdao estava em US$ 69,48 por tonelada seca nesta terça-feira, depois de oscilar entre quase US$ 95 em fevereiro e um piso perto de US$ 53 em junho, de acordo com Metal Bulletin. O BNP recomenda que os investidores adotem posições compradas no contrato SGX AsiaClear de janeiro, com uma meta inicial de US$ 72,50. Esse contrato chegou a avançar 2,6 por cento, para US$ 63,93.
Principal comprador
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A China é o maior importador mundial de minério de ferro e recebe mais de 1 bilhão de toneladas por ano para alimentar a indústria siderúrgica do país. A maioria das cargas vem de minas no Brasil e na Austrália operadas pelas líderes do setor Vale, BHP Billiton, Rio Tinto Group e Fortescue Metals Group. O governo da Austrália alertou no início deste mês que os preços cairão para menos de US$ 50 no próximo ano.
Para o BNP, o ponto de partida foi tentar entender mais sobre como indicadores de atividade na China, investimentos em ativos fixos, indicadores de imóveis e a produção e os estoques de aço se relacionam com o preço do minério de ferro, de acordo com Gersztein. Um dos resultados foi um relatório de 3 de julho publicado por ele e pelos colegas Gustavo Mendonça e Samuel Castro intitulado “Minério de Ferro: olhe para o RMB e veja o futuro”, que definiu o valor justo do ferro no curto prazo em US$ 73 por tonelada.
(Atualiza o preço no quinto parágrafo.)
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Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.
Repórter da matéria original: Jasmine Ng em Cingapura, jng299@bloomberg.net.
Para entrar em contato com os editores responsáveis: Jason Rogers, jrogers73@bloomberg.net, Jake Lloyd-Smith
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