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A sessão foi de reviravolta na reta final para os mercados americanos, após uma segunda-feira (24) que se encaminhava para perdas generalizadas nos mercados internacionais. Em Wall Street, o Dow Jones teve alta de 0,30%, a 34.366 pontos, S&P500 teve avanço de 0,29%, a 4.410 pontos e o Nasdaq teve valorização de 0,63%, a 13.855 pontos.
As baixas no intraday chegaram a ser expressivas, com o Dow Jones chegando a cair 3,25% e o Nasdaq com queda de 4,9% nas mínimas do dia.
As crescentes tensões geopolíticas se somavam ao cenário já de aversão ao risco com a expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve, na próxima quarta-feira (26) durante boa parte do pregão, mas também dividindo atenções ao longo do dia com as análises de que o movimento poderia ser exagerado após uma semana já negativa, a pior desde março de 2020.
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Já nesta sessão, repercutiu em boa parte do dia a fala de Otan de que está colocando forças de prontidão e reforçando a Europa Oriental com mais navios e caças em resposta ao aumento da presença militar da Rússia nas fronteiras com a Ucrânia.
“Investidores estão preocupados com a perspectiva de uma guerra na Europa Oriental, pois o custo humano e econômico seria enorme. Algumas economias da Europa Central, como a Alemanha, dependem fortemente da energia da Rússia e, se uma guerra eclodir, é uma possibilidade que essas linhas fornecedoras de energia sejam cortadas, o que prejudicaria a produção econômica na União Europeia”, disse à Reuters David Madden, analista de mercado da Equiti Capital.
Os Estados Unidos, por sua vez, disseram, por meio do Pentágono, na tarde desta segunda-feira, que colocaram até 8.500 soldados em alerta para estarem prontos para serem enviados ao leste da Europa, potencialmente em um prazo muito curto, caso a aliança da Otan ative uma força de resposta rápida.
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A ordem de preparação foi emitida pelo secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, com direção do presidente Joe Biden e, segundo o porta voz do Pentágono John Kirby, a decisão final de envio dos militares ainda não foi feita.
No caso do Fed, as preocupações são de que o banco central possa apertar muito rapidamente a política monetária aumentavam o nervosismo de investidores.
Economistas do Goldman Sachs alertam para o risco de o banco central dos EUA fazer um aperto mais agressivo que o esperado até então. A equipe liderada por Jan Hatzius afirmou em relatório distribuído a clientes no fim de semana que o cenário esperado atualmente é de aumentos na taxa básica de juros em março, junho, setembro e dezembro e que o Federal Reserve anuncie o começo da redução do balanço patrimonial em julho.
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No entanto, as pressões inflacionárias significam que os “riscos estão inclinados um pouco para cima”, segundo o relatório.
Os economistas do banco de Wall Street temem que a variante ômicron prolongue os desequilíbrios entre oferta e demanda e estão preocupados com a força persistente dos reajustes salariais. O quadro sugere possibilidade de pressões inflacionárias contínuas em um contexto de gargalos insistentes nas cadeias de suprimentos, crescimento elevado dos salários e aumento acentuado nos aluguéis e nas expectativas de inflação de curto prazo.
“Vemos o risco de o Comitê Federal de Mercado Aberto tomar medidas de aperto em todas as reuniões até que o quadro mude”, afirmaram os economistas do Goldman Sachs. “Isso cria a possibilidade de elevação de juros ou anúncio sobre o balanço mais cedo, em maio, e de mais de quatro aumentos de juros neste ano.”
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Já o principal estrategista de ações do JPMorgan, Marko Kolanovic, disse em nota na segunda-feira que a liquidação nos mercados de ações parecia exagerada.
“A recente retração nos ativos de risco parece exagerada, e uma combinação de indicadores técnicos se aproximando do território de sobrevenda e o sentimento se tornando baixista sugere que podemos estar nos estágios finais dessa correção”, disse Kolanovic. “Enquanto o mercado se esforça para digerir a rotação imposta a ele pelo aumento das taxas, esperamos que a temporada de resultados tranquilize”, avalia.
Mais cedo, o principal índice de ações da Europa despencou quase 4%. O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX caiu 3,8%, marcando seu pior desempenho diário desde junho de 2020.
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Em Londres, o FTSE recuou 2,63%, a 7.297,15 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 3,80%, a 15.011,13 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 3,97%, a 6.787,79 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 4,02%, a 25.972,90 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 3,18%, a 8.417,80 pontos.
A sessão também foi de queda para o petróleo, após uma semana de alta. O dólar mais forte e a expectativa de alta de juros pelo Fed abalou o preço da commodity. O brent para março recuou 1,84%, para US$ 86,27 o barril; o WTI também para o mês caiu 2,15%, para US$ 83,31.
Cabe ressaltar, contudo, que ambos as marcas de referência subiram pela quinta semana consecutiva na semana passada, ganhando cerca de 2% para atingir seu maior patamar desde outubro de 2014.
Os preços do petróleo subiram mais de 10% neste ano devido às preocupações com o aperto da oferta e a Opep+ agora lutando para atingir um aumento de produção mensal de 400 mil barris por dia. As tensões na Ucrânia vêm aumentando há meses depois que a Rússia reuniu tropas perto de suas fronteiras, alimentando temores de interrupção do fornecimento na Europa Oriental.
(com Reuters e Bloomberg)
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