Bolsas mundiais caem com aumento da tensão geopolítica e avanço dos juros; prévia do PIB no Brasil e mais destaques

Bolsas asiáticas encerram o dia em queda, reagindo ao avanço nos rendimentos dos títulos dos EUA

Camille Bocanegra

(Getty Images)
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Os índices futuros de Nova York e demais mercados acionários amanhecem em queda nesta sexta-feira (20), pressionados pela repercussão da fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, ontem e pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries na sessão de quinta. A sessão de ontem encerrou com fortes quedas para os índices americanos. 

Em discurso, o mandatário do Fed destacou que o principal risco para a economia é ‘ainda a inflação elevada” e destacou que a atividade econômica ainda permanece forte.

Além disso, as atenções se voltam para a escalada do conflito entre Israel e o Hamas. O exército israelense iniciou a evacuação da região próxima à fronteira com o Líbano nesta sexta, de acordo com a CNBC. Países como EUA, Canada, Reino Unido, Alemanha e Arábia Saudita já orientam seus cidadãos que saiam do país. Na tarde de ontem, o temor de que o exército de Israel avance via terra pela Faixa de Gaza aumentou, em especial com a possibilidade de piora da crise humanitária já instaurada na região.

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Na véspera, houve ataques de drones contra bases americanas na Síria e no Iraque e mísseis do Iêmen contra Israel interceptados pelos Estados Unidos.

Ontem, em discurso, Joe Biden fez um apelo para que os americanos apoiem bilhões de dólares a mais em gastos com Israel e a Ucrânia, usando um raro discurso no Salão Oval para dizer que o apoio dos EUA é fundamental para os dois principais aliados imersos em guerras. “A liderança americana é o que mantém o mundo unido. As alianças americanas são o que nos mantêm, a nós, a América, seguros”, disse Biden.

O presidente norte-americano procurou ligar os militantes do Hamas na Faixa de Gaza que atacaram Israel ao presidente russo, Vladimir Putin, cujas forças invadiram a Ucrânia.

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Assim, após retornar da viagem a Israel, segue em demonstrações de apoio em relação ao país liderado por Netanyahu e prevê, hoje, o envio de pacote de segurança ao Congresso.

A possibilidade de avanços terrestres e o avanço do conflito fez com que barris de petróleo avançassem na tarde de ontem, após queda durante parte do dia.

Após atingir patamares não vistos nos últimos 16 anos, os Treasury yields recuam nesta manhã. Mais cedo, o rendimento do título de 10 anos ultrapassou os 5%, patamar não visto desde 2007, mas posteriormente recuou para 4,939%. Já Treasury yield de 2 anos desce 1,4 pb, a 5.155%, enquanto o retorno do título de 5 anos desce 4,3 pb, a 4.918%.

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Na Europa, as bolsas abriram em queda, na mínima em sete meses, em reação ao sentimento global de aversão ao risco e ainda digerindo os avanços nos retornos dos Treasuries na sessão de ontem.

As bolsas asiáticas encerraram o dia em queda também, reagindo às quedas dos índices no exterior na sessão anterior e a escalada dos retornos dos Treasuries nos EUA.

Na agenda doméstica, o destaque fica para a divulgação do IBC-Br de agosto, considerado uma prévia do PIB, com expectativa de queda de 0,30% na base mensal pelo consenso Refinitiv.

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Além disso, o mercado também deve repercutir o reajuste nos combustíveis feito pela Petrobras (PETR3;PETR4), que reduzirá em R$ 0,12 por litro o preço médio de venda de gasolina ‘A’ para as distribuidoras nas suas refinarias, que passará a ser de R$ 2,81 por litro, queda de 4% em relação ao preço anterior. Já o diesel será elevado em R$ 0,25 o litro, alta de 6,6%, reduzindo a defasagem que o combustível registra em relação ao mercado internacional.

Confira os destaques:

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros de NY operavam em queda, ainda digerindo o discurso de Jerome Powell e os avanços nos rendimentos dos Treasuries, ainda que os títulos tenham arrefecido a alta nos retornos na manhã desta sexta.

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Os olhares permanecem voltados para a escalada do conflito entre Israel e o Hamas, especialmente considerando o pacote que será apresentado por Joe Biden ao Congresso buscando apoio financeiro para o lado israelense. A iniciativa prevê, ainda, ajuda à Ucrânia e foi anunciada ontem.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

As bolsas asiáticas encerraram o dia em forte queda, acompanhando o discurso de Jerome Powell e o avanço dos rendimentos dos Treasuries nos EUA, que bateu recordes durante a tarde de quinta-feira e agora parece dar alívio.

Os dados de inflação do Japão vieram abaixo do esperado, com alta de 3%, acima da meta de 2% do Banco do Japão.

Além disso, como esperado, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as suas principais taxas de juros de 1 e 5 anos.

Europa

Os mercados europeus abriram em forte queda nesta sexta-feira, apresentando seu nível mais baixo em sete meses, conforme mostram dados da Reuters. Investidores absorvem, ainda, os comentários realizados pelo presidente do Federal Reserve da tarde ontem, o avanço nos rendimentos dos Treausies e o sentimento global com as tensões no Oriente Médio.

O índice pan-europeu Stoxx 600 estava em queda de 0,7% e aprofunda perdas durante a sessão, com a maioria dos setores em campo negativo. As ações de mineração registraram a maior queda, com um recuo de 2%, seguidas pelos papéis do setor de viagens e lazer, que caíram 1,5%.

Commodities 

Após quedas durante o dia na quinta-feira, com a licença emitida pelos EUA que autorizou de forma temporária as transações com o setor de petróleo e gás da Venezuela, os preços do petróleo subiram ao fim da sessão de ontem e permanecem em patamar elevado.

O anúncio de Israel de possível avanço por terra na Faixa de Gaza fez com que a commodity subisse e mostrou que o conflito ainda é o principal fator de impacto para os preços do petróleo no momento.

Já o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 3,71%, a 839,00 iuanes, o equivalente a US$ 114,69. A commodity é pressionada por preocupações com o mercado imobiliário em dificuldades da China e com a produção de aço mais fraca do que o esperado.

Bitcoin

2. Agenda

Para hoje, há expectativa de divulgação dos dados do IBC-Br

Brasil

9h – Divulgação do IBC-Br, com previsão de queda de 0,30% pelo consenso Refinitiv

10h – Fernando Haddad tem reunião com João Pedro Barroso, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

11h – Fernando Haddad participa de Coletiva de imprensa sobre resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) relacionada ao Plano de Transformação Ecológica (com transmissão pelo YouTube).

11:30 – Gabriel Galípolo tem reunião com Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, Guilherme Mello, Secretário de Política Econômica, e Rogério Ceron, Secretário do Tesouro Nacional, no Banco Central, em São Paulo, para tratar de assuntos institucionais.

12:35 – Roberto Campos Neto participa do painel “Brazil’s Payments Revolution — A Model for the World”, no Council of the Americas Symposium, promovido pela Americas Society, Council of the Americas, em Miami, EUA. (aberto à imprensa)

3. Noticiário econômico

Tesouro Direto lança financiamento coletivo para Educa+

A partir desta quinta-feira (19), parentes e amigos poderão investir em nome de crianças e adolescentes no Tesouro Educa+. O Tesouro Nacional e a B3, a bolsa de valores brasileira, lançaram uma modalidade de financiamento coletivo para comprar os títulos, que formam uma poupança para custear estudos.

A funcionalidade está disponível na página do Tesouro Direto para os cadastrados no programa. Primeiramente, os pais e responsáveis deverão cadastrar uma conta em nome do menor de idade. O procedimento está detalhado no blog do Tesouro Direto.

Dia seguinte à aprovação da reforma tributária preocupa, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entende que, no Brasil, a insegurança jurídica em relação ao sistema tributário prejudica o Estado, o contribuinte e, ainda, afasta o investimento estrangeiro. A declaração foi dada em Brasília, durante a palestra no 26° Congresso Internacional de Direito Constitucional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Haddad disse que se preocupa com o “dia seguinte” da aprovação da reforma tributária. O ministro se referia à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a base de cálculo da cobrança das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

4. Noticiário político

Consórcio Sul-Sudeste é formalizado

Nesta quinta (19), os governadores do Sul e do Sudeste se reuniram pela primeira vez após a aprovação em cada Estado das leis que autorizam a criação do Consórcio de Integração das duas regiões, o Cosud.

Na abertura do evento em São Paulo, no entanto, os governadores negaram que o Cosud tenha como objetivo colocar estados contra estados e que a intenção é estimular a cooperação e melhorar as políticas públicas, de acordo com o Estadão.

“O que a gente menos quer do Cosud é que ele seja um consórcio político, no sentido eleitoral. Queremos que seja um consórcio que, na medida em que vai amadurecendo, seja em cima de questões técnicas, de temáticas para ajudar a modernizar a máquina pública”, disse o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), atual coordenador do grupo.

5. Radar Corporativo

Petrobras (PETR4)

A partir de sábado, 21, a Petrobras (PETR3;PETR4) reduzirá em R$ 0,12 por litro o preço médio de venda de gasolina ‘A’ para as distribuidoras nas suas refinarias, que passará a ser de R$ 2,81 por litro, queda de 4% em relação ao preço anterior. Já o diesel será elevado em R$ 0,25 o litro, alta de 6,6%, reduzindo a defasagem que o combustível registra em relação ao mercado internacional.

Além disso, a Petrobras (PETR4) avalia seriamente voltar a investir na Venezuela depois que os Estados Unidos suspenderam sanções à compra do petróleo venezuelano, o que pode ter impacto inclusive no Plano Estratégico da companhia para o período 2024-2028, que está sendo elaborado, informou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates nesta quinta-feira, 19.

MRV&Co (MRVE3)

A MRV&Co informou nesta quinta-feira que estima um valor geral de vendas (VGV) de R$ 2 bilhões com os empreendimentos concluídos e em processo de locação da subsidiária norte-americana Resia.

No terceiro trimestre, a Resia não registrou vendas de empreendimentos, e o consumo de caixa alcançou R$ 443 milhões, abaixo da queima de R$ 969 milhões um ano antes, mas bem acima dos R$ 71 milhões consumidos no segundo trimestre.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)