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SÃO PAULO – Nesta segunda-feira (19), o Instituto George W. Bush realizou um evento que reuniu dois líderes regionais do Federal Reserve, John Williams (São Francisco) e Richard Fisher (Dallas), além do antigo presidente da autoridade monetária, Ben Bernanke. Entre os diversos assuntos debatidos, esteve o atual cenário econômico e a saída dos EUA da crise foram o foco.
Na conversa conjunta com Fisher e Williams, o futuro dos estímulos e das taxas de juros ficaram em destaque e até o Brasil foi citado. Segundo Fisher, o País não soube aproveitar as oportunidades que o forte aumento de liquidez através dos programas de estímulo trouxe para a economia mundial, incluindo a brasileira. O Brasil foi um dos países que não soube aproveitar o momento e acabou bastante prejudicado em meio à forte volatilidade das bolsas no final do ano passado e o começo deste, quando ganharam forças as expectativas por redução de estímulos pelo Fed.
“O Brasil perdeu uma enorme oportunidade”, afirmou o líder do Fed de Dallas, que ainda completou dizendo que o País não soube utilizar seu dinheiro de forma eficiente. Do lado contrário, Fisher citou o México, que aproveitou o momento para fazer investimentos e “apostar no futuro”.
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Sobre o atual momento de encerramento do QE3 e das projeções do momento da alta dos juros, Williams lembrou que o Fed precisará redobrar a forma como se comunica com o mercado, ressaltando a falta de volatilidade das ações desde que a retirada de estímulos teve início. Para ele, todo Banco Central sonha com tranquilidade em momentos de alta dos juros, mas que isso nunca acontece. Porém, ele destacou que o Fed está estudando todos os possíveis mecanismos que podem ajudar o mercado neste momento.
Bernanke e a recuperação dos EUA
Em um segundo painel, as atenções da conversa com Ben Bernanke foram focadas no momento da crise de 2008 e em como o Fed, liderado por ele, conseguiu ajudar o país a sair dela. Logo no início, Bernanke aproveitou para elogiar a postura de Bush na época, afirmando que ele “honrou” a independência do Fed, o que permitiu um melhor trabalho da autoridade monetária.
O ex-presidente do Fed disse que o seu Quantitative Easing funcionou e ajudou na recuperação do mercado de ações. Ele disse que notou isso no dia em que anunciou o QE1, em 2009, que, segundo ele, foi a mesma data em que o mercado atingiu seu fundo, seguido por um período de rali das ações.
Por fim, ele afirmou que manter os juros baixos realmente ajudou as ações, enquanto ressaltou que acreditar que o Fed pode resolver todos os problemas da nação é algo tolo. Ele terminou dizendo que enquanto o Fed repetidamente superestimou o crescimento dos EUA desde a recessão, as taxas de desemprego também caíram bem mais rápido do que a autoridade monetária pensou que ocorreria.