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A Braskem (BRKM5) registrou um menor volume de vendas de resinas, de PE Verde e dos principais químicos no segundo trimestre em relação ao mesmo período no ano passado, informou a companhia em seu relatório de produção e vendas na última quarta-feira (27).
Segundo a petroquímica, o volume de vendas de resinas no mercado brasileiro diminuiu 10% ante o segundo trimestre de 2022, enquanto o de vendas de PE Verde e dos principais químicos caiu 38% e 16%, respectivamente, na mesma base de comparação.
A taxa média de utilização das centrais petroquímicas ficou em 72% no Brasil, queda de 2 pontos percentuais (p.p.) em relação aos meses de abril a junho do ano passado.
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Já a taxa média de utilização de eteno verde foi de 84% no trimestre, declínio de 13 p.p. na comparação anual, mas alta de 75 p.p. contra os primeiros três meses do ano, “devido ao processo de retomada das operações após conclusão do projeto de expansão de 30% da capacidade atual de produção da unidade de eteno verde no complexo do Rio Grande do Sul”, acrescentou a Braskem.
De acordo com o Citi, os dados operacionais do período ficaram em linha com as suas projeções, refletindo em parte o difícil ambiente petroquímico global.
Em resinas, números acima nas plantas dos EUA e na Europa, com taxa de utilização de 80%, se traduziu em vendas 13% melhores do que o esperado, compensando uma pequena queda nos volumes do Brasil onde, embora as taxas operacionais tenham ficado em linha, as vendas decepcionaram em 5% devido a exportações mais baixas em meio a altos estoques globais e demanda fraca.
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O México continua a acelerar suas operações de acordo com o modelo do Citi, registrando utilização de 86% neste 2T23.
“Os principais produtos químicos apresentaram forte crescimento no volume de exportação, o que ajudou a compensar a fraca demanda doméstica no Brasil. Vemos os resultados operacionais do 2T23 como reflexo do fraco mercado internacional de petroquímicos e um sinal de que a recuperação esperada pode ‘ter que esperar’ até o segundo semestre de 2023 (2S23)”, avalia o banco, que tem recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 29.
Já para o JPMorgan, os números operacionais foram fracos e destacou esperar uma reação negativa. O ambiente de negócios para a Braskem foi bastante desafiador no período e marcado por: (a) altas taxas de juros afetando negativamente o consumo global; (b) desestocagem, com a demanda ainda mais deprimida; (c) uma tímida recuperação da China; e (d) a entrada em operação de novas capacidades de polietileno (PE) e polipropileno (PP) pressionando ainda mais os spreads (diferencial de preço entre o custo de matérias-primas e o preço de seus produtos).
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O desempenho mais fraco foi registrado no Brasil, onde as vendas de resinas e os principais produtos químicos caíram não apenas no trimestre, mas também ficaram 13,3% e 4,6% abaixo do esperado pelo banco, respectivamente.
“O México teve o desempenho mais forte, mas esperávamos mais – os números subiram 8,6% no trimestre, mas 4,1% abaixo do JPM. Finalmente, EUA e Europa viram um desempenho relativamente estável. No geral, os números foram fracos e esperamos ver uma reação negativa sobre o preço das ações”, apontou o banco, que tem recomendação neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 28,50.
(com Reuters)