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SÃO PAULO – Em destaque no noticiário corporativo, está a greve de petroleiros, declarada ilegal pela Petrobras, além da temporada de balanços, com os números de Itaúsa, Cesp, Multiplan e Guararapes. Confira os destaques da sessão desta terça-feira (18):
Petrobras (PETR3;PETR4)
O ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), decidiu ontem considerar ilegal a greve dos petroleiros da Petrobras, iniciada há 18 dias. Cabe recurso contra a decisão. A previsão é de que o dissídio coletivo seja julgado pelo TST no dia 9 de março.
Na decisão liminar, o ministro também autorizou a estatal a impor sanções disciplinares contra os grevistas, entre elas, corte de salário e demissão por justa causa como forma de garantir o cumprimento do efetivo de 90% dos petroleiros trabalhando para não interromper a produção da Petrobras.
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Na decisão, Ives Gandra Filho entendeu que a greve é abusiva porque não foram cumpridas diversas determinações de outras liminares concedidas à empresa para garantir as atividades.
“As medidas judiciais até o momento deferidas, concernentes a bloqueio de contas bancárias e autorização de retenção de repasse de mensalidades associativas e contratação emergencial de pessoal não têm surtido efeito em coibir os abusos, até porque a maioria das entidades sindicais, cientes das ordens judiciais, promoveram esvaziamento prévio de contas, a par de se ter notícia da hostilização de trabalhadores contratados em caráter emergencial”, disse o ministro.
A greve foi deflagrada para protestar contra as demissões que devem ocorrer na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que deve ser fechada pela Petrobras. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a suspensão das atividades vai provocar a demissão de mil trabalhadores. De acordo com a FUP, o acordo coletivo de trabalho não está sendo respeitado pela estatal.
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A Petrobras afirmou ter notificado as entidades sindicais da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que definiu como abusiva e ilegal a greve dos petroleiros iniciada no primeiro dia deste mês.
Em nota divulgada à imprensa, acrescentou que “aguarda que todos os empregados retornem às suas atribuições imediatamente”.
A empresa também reiterou que a paralisação não interferiu na sua produção, mantida por “equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento”. E acrescentou que a produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e evitam o desabastecimento.
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Itaúsa (ITSA4)
A Itaúsa publicou balanço na noite de ontem e comunicou um lucro líquido de R$ 3,45 bilhões no quarto trimestre de 2019, um crescimento de 37,6% sobre igual período de 2018. Em 2019 inteiro, o lucro da holding Itaúsa avançou 9,3% para R$ 10,3 bilhões. Segundo a holding, esse resultado foi não recorrente e obtido com ganhos da abertura de capital da XP Investimentos e de reavaliação de crédito tributário com a majoração da alíquota da CSLL.
O lucro líquido recorrente da Itaúsa caiu 5,4% no quarto trimestre, para R$ 2,5 bilhões. Em 2019 inteiro, a Itaúsa teve um lucro líquido recorrente de R$ 9,7 bilhões, um crescimento de 3,6% sobre 2018. A Itaúsa informou que pagará dividendos aos acionistas no dia 6 de março.
CESP (CESP6)
A Companhia Energética de São Paulo informou na noite de ontem seus resultados do quarto trimestre do ano passado e de 2019. A companhia comunicou que obteve um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre de 2019. O resultado representou um aumento de mais de R$ 1,2 bilhão sobre o mesmo período de 2018, quando a empresa lucrou R$ 59 milhões. O principal motivo para o lucro líquido ter sido tão forte no último trimestre – maior até que o do ano inteiro – foram créditos tributários do IR e da CSLL, no valor de R$ 1 bilhão, que a Cesp recebeu no quarto trimestre. A empresa também informou no balanço que conseguiu reduzir as suas contingências em R$ 1,5 bilhão no ano passado.
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O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) foi de R$ 257 milhões no quarto trimestre, quadruplicando sobre os R$ 64 milhões de igual trimestre de 2018. A receita líquida da Cesp foi de R$ 432 milhões no quarto trimestre, expansão de 6% sobre igual período de 2018. O lucro líquido da empresa em 2019 inteiro foi de R$ 1,16 bilhão, mais que triplicando sobre os R$ 294 milhões de 2018.
O EBITDA ajustado em 2019 foi de R$ 751,8 milhões, uma expansão de 50% sobre 2018. Já a receita líquida caiu 4% no ano passado, para R$ 1,57 bilhão. A Cesp informou ontem que pagará R$ 606 milhões em dividendos de 2019 aos acionistas. O pagamento será feitos em duas tranches em abril e novembro.
O Itaú BBA e o Credit Suisse analisaram o balanço da CESP e comentaram que os resultados da empresa vieram acima das estimativas. O BBA comentou que as surpresas positivas da CESP foram os créditos fiscais de R$ 1 bilhão que a geradora e transmissora de energia recebeu no quarto trimestre. Este fator não recorrente elevou o lucro líquido a R$ 1,3 bilhão no período. “Outro ponto positivo é o pagamento de R$ 606 milhões em dividendos relativos a 2019, um payout de 52%, a ser pago em abril e outubro”, comentou o BBA.
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O Itaú BBA manteve a nota “outperform” (acima da média) para o papal CESP3. O preço-alvo da ação passou de R$ 34,67 para R$ 37,00, alta de 7% e recomendação de compra.
O Credit Suisse também avaliou que os créditos fiscais foram decisivos para o forte resultado do quarto trimestre. “A companhia começou a usar os créditos fiscais, que, combinados com despesas financeiras menores que o esperado, impulsionaram o lucro líquido”, avalia o banco suíço. O CS também nota que a dívida líquida recuou 24,1% para R$ 1 bilhão, fazendo cair em consequência a alavancagem da CESP de 2,4 vezes (2,4x) no terceiro trimestre de 2019 para 1,3 vez (1,3x) no quarto.
Braskem (BRKM5)
A Braskem assinou um termo de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no montante de R$ 40 milhões para implementação do Programa para Recuperação de Negócios e Promoção de Atividades Educacionais dos moradores e trabalhadores nos bairros de Mutange, Bom Parto, Pinheiro e Bebedouro, em Maceió, Alagoas.
“Tal programa consiste no apoio à construção de creches e escolas e realização de cursos de capacitação profissional, bem como apoio à Defesa Civil na contratação de pessoal qualificado para a continuidade do processo de monitoramento das áreas de risco dos bairros mencionados”, afirma a petroquímica.
Com o acordo, o MPT concordou pelo encerramento da ação civil pública e dos pedidos de bloqueio feitos em tal ação.
Guararapes (GUAR3)
A Guararapes viu seu lucro líquido despencar 56,5% no quarto trimestre de 2019, na comparação com igual período de 2018, totalizando R$ 440,6 milhões. O resultado, no entanto, ficou acima da expectativa de analistas consultados pela Bloomberg, que previam uma cifra de R$ 277 milhões.
Já a receita líquida da companhia fechou os três últimos meses do ano passado em R$ 2,44 bilhões — também superando as estimativas, que eram de R$ 2,11 bilhões. Sobre o mesmo período de 2018, houve crescimento de 11,5%.
A empresa também conseguiu apresentar resultado melhor do que os analistas esperavam para o seu Ebitda ajustado, que totalizou R$ 640,9 milhões no quarto trimestre de 2019, contra a expectativa de R$ 465,5 milhões do mercado. Sobre o mesmo período de 2018, porém, houve queda de 40,4%.
No acumulado de 2019, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 592,7 milhões, 52% menor do que o resultado de 2018 (R$ 1,236 bilhão). Já a receita líquida subiu 8,6% na mesma base de comparação, ficando em R$ 7,808 bilhões.
Enquanto isso, o Ebitda ajustado da empresa caiu 22,5% em 2019 sobre 2018, totalizando R$ 1,319 bilhão.
O Itaú BBA avaliou o balanço da Guararapes, controladora das Lojas Riachuelo, como “ligeiramente positivo”. O BBA ressaltou que os resultados do quarto trimestre de 2019 da empresa vieram acima das expectativas, com a divisão de varejo reportando crescimento no topo das projeções, embora com uma margem EBITDA ainda pressionada. “Um forte desempenho das vendas mesmas lojas indica a continuação da tendência de recuperação do varejo”, comentou o BBA, que manteve a nota “outperform” para o papel GUAR3, com preço-alvo de R$ 31,00 na ação para 2020.
Multiplan (MULT3)
A Multiplan, administradora de shopping centers, publicou o balanço de 2019 na noite de ontem e informou um crescimento de 10,6% no lucro líquido no quarto trimestre, para R$ 164,5 milhões. A empresa comunicou um lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) de R$ 252,4 milhões no quarto trimestre, expansão de 9,9% sobre igual período de 2018. Já a receita líquida no quarto trimestre de 2019 cresceu 5,5% sobre igual período do ano anterior, para R$ 367,4 milhões. Os resultados do ano inteiro de 2019 também mostraram crescimento, sem considerar o resultado financeiro com as ações MULT3.
A receita líquida no ano passado teve expansão de 6,2% sobre 2018 para R$ 1,3 bilhão. O EBITDA ajustado cresceu 4,5% para R$ 997,6 milhões. O lucro líquido ajustado subiu 11,7% em 2019 para R$ 536,5 milhões. A Multiplan administra 19 shopping centers no Brasil, dos quais é dona ou tem participação em 18 deles. Entre os centros comerciais estão o BH Shopping, Morumbi Shopping e Barra Shopping. Em outra nota divulgada à CVM na noite de ontem, a Multiplan informou que comprou os 20% restantes do BH Shopping, que agora passa a ser “100%” da empresa.
O Credit Suisse comentou que os resultados foram “bastante positivos”. O banco reforçou a recomendação “outperform” (acima da média) para a ação, e elevou o preço-alvo para R$ 39,50. “O crescimento dos aluguéis (das lojas nos shoppings) deve ser sustentado e podemos esperar lucros pela frente, considerando o forte crescimento dos shoppings e as aquisições com adição de valor”, comentou o CS. Já o Itaú BBA avaliou que os resultados da Multiplan foram “ligeiramente positivos” e vieram dentro das projeções do banco para a empresa. “As vendas foram o destaque do quarto trimestre, com o Morumbi Shopping na liderança”, comentou o BBA. “Os resultados financeiros chegaram mais fortes que o esperado, embora impostos mais altos no quarto trimestre tenham reduzido o lucro para dentro das projeções. Mantemos nossa recomendação ‘outperform’ para a Multiplan, com um preço-alvo de R$ 38,70 para o papel em 2020”, recomenda o Itaú BBA.
Bradesco (BBDC3;BBDC4)
O Bradesco aprovou o pagamento de R$ 490,9 milhões em dividendos complementares aos acionistas, relativos a 2019. Segundo o banco, serão pagos R$ 0,058213963 por ação ordinária (BBDC3) e R$ 0,064035359 para cada ação preferencial (BBDC4), sem imposto de renda na fonte. O Bradesco comunicou que o pagamento será feito em 28 de fevereiro.
Randon (RAPT4)
A Randon anunciou que fará investimentos de R$ 220 milhões em 2020, enquanto a empresa projeta uma receita bruta de R$ 7,7 bilhões e uma receita líquida consolidada de R$ 5,5 bilhões para este ano.
“Tais indicadores foram validados no processo de planejamento estratégico da companhia e respaldados pela avaliação do cenário macroeconômico doméstico e dos países com os quais ela mantém relações comerciais, bem como, indicadores setoriais e da indústria automotiva”, destacou a companhia.
(com Agência Brasil e Agência Estado)
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