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As ações ordinárias da Camil (CAML3) subiram 4,53%, a R$ 7,85, na sessão desta quarta-feira (16), com as sinalizações de alta para os preços do arroz destacadas por analistas de mercado.
“Os preços do arroz estão em alta no Brasil devido à sazonalidade, mas também devido a desafios enfrentados pela produção doméstica e dos produtores asiáticos, o que é positivo para a Camil, pois ela repassa os preços mais altos aos consumidores”, comenta a equipe de análise do Bradesco BBI, chefiada por Leandro Fontanesi.
O Brasil provavelmente produzirá 7% menos arroz este ano do que na safra anterior, e o grande produtor de arroz, a Índia, impactada por secas do El Ninõ, implementou restrições de exportações que reduziram o fornecimento internacional de arroz.
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A Camil, como uma produtora da commodity, deve surfar na alta dos preços – que deve ainda se estender ao longo do restante do ano.
“Este cenário otimista para os preços do arroz deve continuar com o El Niño aumentando em intensidade nos próximos meses e reduzindo as safras de arroz na Ásia”, fala o BBI. “O El Niño provavelmente aumentará em intensidade nos próximos meses e há uma probabilidade de mais de 50% de atingir forte intensidade a partir de outubro de 2023 e quase 70% a partir de novembro, o que deve levar a um impacto negativo na produção de arroz por países asiáticos significativos como Índia, Vietnã e Tailândia, pois geralmente leva a secas nessas regiões”.
Para o time do banco, esse possível cenário pode desencadear mais restrições de exportação na Índia, como aconteceu em 2020, o que poderia impulsionar ainda mais uma alta global nos preços do arroz.
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Os preços do arroz branco da Tailândia 5%, que é usado como referência global, já aumentaram 36% desde o início do ano.
O BBI assume que a média dos preços cobrados pela Camil por saco em 2023 devem ficar em R$ 90 e em R$ 85 em 2024, o que resultaria em uma relação atrativa entre valor de mercado e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês).
“Há ainda um risco de alta em nossas estimativas dado este cenário global mais apertado para o arroz. Por exemplo, supondo que os preços do arroz no Brasil acompanhem o aumento de preços visto globalmente (referência Tailândia), isso implica que eles poderiam chegar a R$110-120 por saco, embora notemos que os preços do arroz no Brasil são geralmente mais altos de agosto a janeiro e mais baixos entre fevereiro e julho, devido à sazonalidade”, dizem.
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Em uma análise de sensibilidade, supondo que os preços do arroz no Brasil atinjam uma média de R$110 por saco para 2024, o Ebitda da Camil saltaria, para o banco, de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,3 bilhão. O BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações, com preço-alvo de R$ 12.