Camil (CAML3) deve apresentar resultados fracos no 2T22, com queda de volume e margens pressionadas

Companhia de alimentos, contudo, já deve apresentar melhora na rentabilidade no terceiro trimestre deste ano

Felipe Moreira

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A Camil (CAML3) divulga os resultados do segundo trimestre de 2022 (referente ao ano fiscal de junho a agosto) na próxima quinta-feira (13), após o fechamento do mercado, com analistas não muito otimistas com os números da companhia no período.

Segundo a Eleven, o resultado da Camil deve vir bastante fraco, com queda de volume e margens pressionadas por varejistas estocados. “Essa movimentação deve afetar principalmente o volume comercializado e a margem de todas as categorias.”

Para a sequência do ano, a equipe de research da Eleven segue positiva com a tese, que no 3T22 já deve apresentar melhora na rentabilidade, além das novas categorias de massas, café e na recém-adquirida operação de biscoitos, que têm maiores margens.

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O Itaú BBA também acredita que a Camil deverá reportar um trimestre abaixo das expectativas dado o processo de redução dos estoques por parte dos varejistas. Apesar disso, BBA segue com as suas estimativas para o ano inalteradas.

Para o trimestre, o banco prevê um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado de R$ 201 milhões e margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) de 7,3% (versus 10,2% no primeiro trimestre – ano fiscal).

Já o consenso da Bloomberg estima Ebitda de R$ 244 milhões, enquanto BBI projeta um número menor, de R$ 203 milhões, e espera que a Camil reporte uma redução de margem Ebitda de 50 pontos-base na base anual”, com maiores custos com matérias-primas, despesas administrativas e volumes fracos dos varejistas no Brasil em agosto”.

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Diante disso, BBI mantém classificação neutra para Camil e preço-alvo de R$ 11, pois não vê um cenário que possa elevar os preços do arroz no Brasil, que historicamente tem sido o principal impulsionador da Camil.

“No entanto, a estratégia de aquisição da empresa, que recentemente se concentrou em histórias de recuperação no segmento de biscoitos e massas, pode nos tornar mais otimistas com o nome, se a Camil puder entregar com sucesso ganhos de margem para essas novas operações”, comentam analistas do BBI.

Por outro lado, BBA e Eleven são mais otimistas com os papéis da Camil e recomendam compra, com preço-alvo de R$ 13 e R$ 20, respectivamente.