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A temporada de resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) para o varejo começa na semana que vem, com atenção para a concentração de diversas empresas do segmento alimentar no período. Carrefour (CRFB3) divulga seus números na próxima terça-feira (26), inaugurando a temporada, sendo seguido por Assaí (ASAI3) e GPA (PCAR3) no dia seguinte.
Analistas de mercado destacam que, para as empresas do segmento, mais uma vez o atacarejo deve ser o destaque, mas com uma dinâmica de venda sólida no geral.
“O atacarejo deve apresentar forte aceleração de crescimento decorrente da continuidade da retomada do segmento B2B (Bares, Restaurantes, Utilizadores), ganho de participação do canal frente à restrição de renda e contribuição positiva do Carnaval fora de época”, aponta a equipe de análise da XP. Por outro lado, a rentabilidade deve seguir como um desafio para a operação de varejo, principalmente no caso de Carrefour, dada a restrição de renda disponível, avaliam os analistas da XP.
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A equipe da Eleven Financial ressalta que o atacarejo seguirá sendo destaque como canal mais resiliente devido a seu posicionamento de preço, refletindo principalmente a sua preferência em um ambiente inflacionário. “Novamente, deveremos observar resultado mais fracos no segmento de hipermercados, principalmente pela dinâmica mais desafiadora do segmento não alimentar e redução da demanda por itens eletrônicos”, avaliam os analistas da casa de research.
Com as expectativas de que as vendas melhorem sequencialmente, ainda que haja pressão de margem, o UBS BB também aponta o atacarejo como o de melhor desempenho no período e cita Carrefour e Assaí como os mais bem-posicionados. O Carrefour tem exposição ao segmento pelo Atacadão.
“Antecipamos o crescimento de vendas nas mesmas lojas (SSS) de 20% e 13% para Atacadão e Assaí, respectivamente, no 2T22”, projeta o UBS BB. Para o GPA, espera tendências ainda modestas no Brasil e fortes números de receita na Colômbia
novamente.
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O Itaú BBA prefere exposição ao Carrefour, vendo maiores vendas nas mesmas lojas no segmento de atacarejo, além da rentabilidade do segmento de varejo retomando níveis históricos.
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A Eleven destaca ter uma visão mais construtiva para players de atacarejo para o restante do ano, tendo o Assaí como a preferência devido à sua presença nacional diversificada e boas perspectivas de crescimento, principalmente agora com a conversão das lojas adquiridas do Extra Hiper.
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Confira abaixo as projeções para as companhias do setor:
Carrefour Brasil (CRFB3) – divulgação do resultado: 26 de julho, pós-mercado
Para a Eleven, o resultado deve ser “misto”, em que o destaque ficará pela operação do Atacadão e seu formato mais competitivo em preço. No varejo, espera uma boa performance do segmento alimentar em mesmas vendas e novamente uma maior pressão no segmento não alimentar. “Em rentabilidade, esperamos uma pressão anual devido aos investimentos da companhia para ganho de participação de mercado”, avalia a equipe de análise.
Na mesma linha , a XP aponta esperar resultado com diferentes desempenhos a depender do segmento, com crescimento de venda do grupo em 25% na base anual e 17% na trimestral, impulsionada pelo sólido desempenho do atacarejo (com alta de 29% na base anual e vendas nas mesmas lojas em 20%). O varejo, na visão dos analistas, segue enfrentando ventos contrários com alta inflação e o desempenho da categoria que não seja alimentos, ainda que que mantendo crescimento de vendas (alta de 9% na base anual).
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“Olhando para a rentabilidade dos segmentos :(i) esperamos que as margens bruta e Ebitda do Atacadão fiquem estáveis em 14,7% (-0,1 p.p. na base anual) e 6,7% (-0,1 p.p. frente 2T21), respectivamente; (ii) esperamos margens pressionadas para o segmento de varejo (22,7% de margem bruta, -2,0 p.p. e 4,9% de margem Ebitda, -1,6 p.p. na base anual), embora melhor sequencialmente impulsionada por alavancagem operacional ;e (iii) os resultados do Banco Carrefour devem ser ligeiramente pressionados na comparação anual, devido a níveis mais elevados de inadimplência. Por fim, estimamos um lucro líquido de R$ 400 milhões, queda de 30% na base anual”, apontam.
Já o BBA projeta vendas fortes para o Atacadão, resultando em crescimento de SSS de 18% na base anual, impulsionado pelo período promocional de aniversário do Atacadão, e provavelmente elevando a receita líquida em 24% ao ano.
A divisão de atacarejo, por sua vez, pode ver sua margem Ebitda cair ligeiramente para 6,7%, uma queda de 0,2 ponto em relação ao ano anterior.
Na avaliação do banco, o segmento de varejo também poderá registar um crescimento de SSS resiliente de 9,5% na base anual (incluindo a categoria não alimentar), elevando a receita para R$ 5,3 bilhões, alta de 9,5% na base anual. “Esperamos que o banco mantenha o mesmo ritmo do crescimento do Ebitda registrado no 1T22, uma vez que receitas maiores devem compensar provisões adicionais”, avaliam. O BBA estima lucro líquido para os acionistas controladores de R$ 542 milhões, uma queda de 9% na base de comparação anual.
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Assaí (ASAI3) – divulgação do resultado: 27 de julho, pós-mercado
A Eleven espera que o Assaí apresente resultados sólidos, com um bom crescimento de receita refletindo principalmente a maior procura pelo canal de atacarejo frente a um cenário macroeconômico desafiador e impulsionando pela expansão de suas lojas.
“Vale destacar que a companhia foi beneficiada no trimestre pela volta dos clientes B2B, assim como pelas vendas em datas comemorativas. Em rentabilidade, esperamos uma pressão anual devido aos fortes investimentos em campanhas promocionais”, apontam os analistas da casa.
A XP também espera que o Assaí entregue um outro trimestre de bons resultados, com faturamento crescendo 33% na base anual e 17% na trimestre, uma vez que as vendas continuam fortes desde o final do primeiro trimestre. Elas são alavancadas pela expansão da empresa no período (mais 33 lojas nos últimos 12 meses) e Vendas Mesmas Lojas crescendo 12% na base anual, impulsionado pela contínua recuperação do segmento B2B, trade down (mudança para marcas mais baratas com alta da inflação) dos consumidores para o canal do Atacarejo e Carnaval fora de época.
“Em rentabilidade, esperamos que a margem bruta seja de 16% (queda de 1,2 ponto percentual na base anual), embora a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações sobre receita líquida) deva ser de 7% (alta de 0,4 p.p. na base anual) na alavancagem operacional”, avaliam os analistas.
Já para o lucro líquido, a projeção da casa é de queda de 49% na base anual, para R$ 156 milhões, principalmente devido a maiores despesas financeiras decorrentes do maior endividamento da empresa para fazer frente aos pagamentos das lojas do Extra e aumento das taxas de juros.
O Itaú BBA projeta um trimestre de vendas forte, com crescimento de SSS de 12% na base anual, enquanto as receitas podem aumentar 32% na comparação anual, impulsionadas pelas inaugurações de lojas no período. “Esperamos que a
margem bruta fique em 16%, queda de 0,8 ponto percentual na base anual, considerando os maiores níveis promocionais no trimestre. Apesar disso, a margem Ebitda deverá cair apenas 0,5 ponto na base anual, para 7,0%, refletindo
alguma diluição de despesas gerais e administrativas, com o Ebitda a R$ 928 milhões”, aponta. O BBA espera que o lucro atinja R$ 198 milhões, uma queda de 25% ano a ano, com despesas financeiras mais pesadas.
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) – divulgação do resultado em 27 de julho, pós-mercado
A Eleven destaca que a companhia ainda está em um momento de transição após a venda de suas lojas do Extra. A expectativa é de um resultado com uma recuperação de rentabilidade na comparação trimestral. No Brasil, os analistas apontam verem crescimento de mesmas lojas acima do 1T22, resultado do fluxo maior de clientes nas lojas e bom desempenho dos modelos de proximidade.
“Quanto ao Éxito, deveremos ver um crescimento robusto, corroborado pelo ganho market share na Colômbia e impulsionado pelo bom desempenho do segmento têxtil”, avalia.
A XP destaca que alta inflação continua sendo um desafio para a demanda, enquanto o Grupo Éxito continua apresentando resultados sólidos. Com isso, espera que as vendas consolidadas apresentem um crescimento de 4% ao ano, enquanto o Ebitda consolidado deve cair 1,4 p.p. principalmente devido ao GPA Brasil (-3,8 p.p. na base de comparação anual). “Por fim, esperamos um prejuízo de R$ 80 milhões no trimestre, com maiores despesas financeiras”, destacam os analistas.
O BBA prevê um melhor crescimento de SSS para o Pão de Açúcar, em 7% na base anual que, juntamente com a abertura de lojas, poderia aumentar as vendas líquidas em 7% no trimestre, para R$ 4,2 bilhões. No lado da lucratividade, a inflação deve continuar pressionando as margens da empresa. “Tudo somado, a desaceleração da margem juntamente com resultado financeiro mais pesado deve gerar prejuízo líquido de R$ 110 milhões”, destacam os analistas.
Grupo Mateus (GMAT3) – divulgação em 11 de agosto, pós-mercado
Na avaliação da Eleven, o Grupo Mateus contará com a rentabilidade ainda pressionada devido à estratégia de priorizar volume frente ao contexto macroeconômico mais desafiador, não repassando integralmente a alta dos custos para os clientes. A receita deverá ser impulsionada pela aberta de lojas assim como pelo bom desempenho das lojas de Atacarejo, avaliam os analistas.
A XP espera que a empresa tenha crescimento de vendas de 39% na base anual, alavancadas pelo forte desempenho de vendas na mesma loja em todos as categorias (consolidado em alta de 11%), com destaque para as operações de varejo e atacado. Em rentabilidade, a empresa continua investindo em competitividade, o que deve se traduzir em margens brutas e Ebitda pressionadas (queda de 0,8% ponto e 2,2 pontos percentuais na base de comparação anual). Os analistas da casa estimam um lucro líquido de R$ 140 milhões no trimestre.
Para o BBA, o crescimento de vendas nas mesmas lojas deverá ser sólido em 11% ao ano, e juntamente com a aceleração
de aberturas de lojas, espera que a receita líquida cresça 34% na base anual, para R$ 5,0 bilhões. As divisões de atacarejo provavelmente serão os principais impulsionadores do crescimento, enquanto as de eletrônicos e eletrodomésticos
devem ficar estáveis. O cenário inflacionário e os trade-downs, aliados com uma proporção maior de vendas de atacarejo, provavelmente continuarão apertando as margens.
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