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O CEO da Aura Minerals (AURA33), Rodrigo Barbosa, destacou em entrevista ao InfoMoney que “os elementos para que o (preço do) ouro tenha mais apreciação estão colocados”. No acumulado do ano, o metal precioso opera perto da estabilidade.
Segundo o executivo, “a inflação alta, com a taxa de juros subindo, mas com os juros reais ainda não tão acima da inflação, e a migração de reserva tentando encontrar outras alocações além do dólar”, favorecem a busca pelo investimento no metal.
“Tende a subir. Vai ter volatilidade, mas a tendência é positiva”, avaliou. O executivo fez a declaração na sequência da divulgação dos resultados, com a Aura Minerals (AURA33) registrando alta de 168,5% do lucro no 1º trimestre de 2022 (1T22).
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O conflito Rússia-Ucrânia pressionou o valor do ouro para cima, mas no entendimento de Rodrigo Barbosa, os efeitos da guerra vão além da questão geopolítica.
Ele acredita que ao mesmo tempo em que os países estão com inflação, sendo que a regra econômica é que se aumente os juros para combatê-la, “não se pode ter somente esse olhar”.
O executivo vê um movimento de busca pelos investidores de alternativas em países como a China e de forma a não atrelar tanto ao dólar, para justamente manter independência em caso de conflitos.
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“O mundo está sofrendo uma desglobalização, onde cada país não quer mais depender do outro”, disse. Para o CEO da Aura, o ouro passa a ser uma alternativa a longo prazo para manter as reservas internacionais.
Aura Minerals trabalha para mitigar pressão inflacionária
“A pressão inflacionária está vindo em todos os setores. Na Aura, a gente tem tido uma série de iniciativas de forma a mitigar esse aumento de inflação, que foi quase integralmente mitigado nesse trimestre”, afirmou Rodrigo Barbosa.
O executivo apontou que o aumento de custo que teve a Aura, comparando aos trimestres anteriores, foi por causa da extração de ouro com menores teores, a partir do sequenciamento do trabalho da mina, já esperado, e não por pressão inflacionária.
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Ainda sobre a inflação, o CEO da Aura disse que não dá para garantir mitigação da alta dos custos “para sempre, mas também não acho que a inflação permanecerá tão alta quanto está agora em dólar”.
Segundo ele, “o grande impacto inflacionário ocorreu nos últimos 3 a 6 meses. Tem alguns resquícios para os próximos trimestres, mas já existem sinais de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos”. O principal insumo da Aura é o diesel, que ocupa de 5 a 10% do custo operacional da empresa.
A produção da companhia no 1T22 apresentou uma pequena redução de 2% em comparação com o mesmo período de 2021 e uma redução de 21% em comparação ao trimestre anterior, que foi o trimestre mais forte na história da Aura. “A gente volta a ter produção maior no segundo semestre”, garantiu.
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Aumento do lucro líquido
Sobre o aumento do lucro líquido de R$ 205 milhões no primeiro trimestre de 2022, Rodrigo Barbosa disse que se deu em parte devido a ganho com exchange rate no Brasil.
A empresa teve ganho cambial de US$ 12,5 milhões no trimestre devido à forte valorização do real brasileiro durante o primeiro trimestre de 2021.
No projeto Almas, em Tocantins, essa valorização converteu-se em ganho cambial de US$ 11 milhões devido à parcela de caixa e equivalentes mantida em reais.
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Já nos projetos EPP, complexo de minas de ouro localizada em Mato Grosso, houve um ganho cambial de US$ 2,2 milhões.
Projetos para atingir produção de 400 mil onças
Para esse ano, as projeções de produção da Aura Minerals são de 260 a 290 mil onças. Mais dois projetos – Almas e Matupá – farão a empresa atingir 400 mil onças até 2024, afirma Barbosa.
O Projeto Almas já têm 32% de avanço, de acordo com o CEO da empresa. Ele frisou que o pacote de equipamentos e serviços já está negociado na casa de 80%.
“Isso mostra que o projeto vai ter uma resiliência grande contra as questões inflacionárias”, disse. Almas tem previsão de iniciar operação no início do ano que vem.
Já o Projeto Matupá, em Mato Grosso, deve iniciar obras no início do ano que vem. Rodrigo Barbosa comentou que atualmente faz-se estudo de reserva, com o resultado a ser publicado em junho.
Em abril, a Aura anunciou que havia assinado uma escritura de plano de implementação vinculante para adquirir 100% da Big River. A Big River detém direitos integrais sobre o Projeto de Ouro Borborema, no Rio Grande do Norte. Com esse projeto, a empresa espera alcançar produção de 500 mil onças.
“Mas somente depois do fechamento do negócio (previsto para o meio do ano) e que se terá estudo detalhado da reserva”, acrescentou o executivo da Aura Minerals.
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