CEO da BP vê forte demanda global por petróleo “por um tempo”

“Há muitas evidências que sugerem que a demanda será forte, e o gás de xisto parece que se mantém disciplinado”, disse Bernard Looney

Bloomberg

Instalações de petróleo da Aramco (divulgação)
Instalações de petróleo da Aramco (divulgação)

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(Bloomberg) – A BP vê forte recuperação da demanda global por petróleo e espera que a retomada dure por algum tempo com a produção de gás de xisto dos Estados Unidos sob controle, segundo o diretor-presidente da petroleira britânica, Bernard Looney.

“Há muitas evidências que sugerem que a demanda será forte, e o gás de xisto parece que se mantém disciplinado”, disse Looney à Bloomberg News em São Petersburgo, Rússia. “Acredito que a situação atual pode durar por um tempo.”

Os comentários de Looney são compartilhados por outros executivos do setor, animados pela forte recuperação da crise causada pela pandemia nos Estados Unidos, China e Europa. Na semana passada, Igor Sechin, CEO da Rosneft, maior produtora de petróleo da Rússia, disse que a demanda por energia vai continuar a crescer e que qualquer nova onda de Covid-19 pode atrasar, mas não interromper o processo. Mike Muller, responsável para Ásia da trading Vitol, disse no domingo que o crescimento econômico da China deve ajudar a impulsionar a demanda, reduzindo os estoques de petróleo.

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O petróleo tipo Brent fechou acima de US$ 70 o barril na semana passada pela primeira vez em mais de dois anos, já que as vacinações em massa ajudam a reabrir algumas economias no hemisfério norte, aumentando a mobilidade e o consumo de petróleo.

“Acredito nas vacinas, e as vacinas estão funcionando, só precisamos levá-las a mais lugares”, disse Looney.

A BP adicionou plataformas à sua unidade de gás de xisto nos EUA depois da redução no ano passado, mas a atividade da empresa na região permaneceu abaixo dos níveis pré-pandemia no primeiro trimestre do ano.

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Recuperação da demanda

A recuperação da demanda por petróleo deve atingir velocidade máxima neste mês e em julho, podendo chegar a 100 milhões de barris por dia até dezembro, segundo relatório recente do Standard Chartered.

Perguntado na semana passada sobre a trajetória da demanda, o ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que só acredita vendo, destacando que os sinais de demanda devem preceder a oferta.

Por enquanto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados adotam uma abordagem conservadora. Embora na semana passada a Opep+ tenha confirmado o plano de aumentar a produção em julho, o grupo não forneceu estimativas se mais barris serão adicionados no final deste ano, à espera de evidências de que mais petróleo será necessário.

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A Opep+ tem que administrar o possível risco do retorno dos barris do Irã, além de qualquer aumento dos casos de coronavírus, que “é um inimigo persistente e imprevisível”, de acordo com o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo.

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