CEO da Fidelity reafirma otimismo com criptomoedas apesar da queda do mercado

“Este é o meu terceiro inverno das criptomoedas”, afirmou a CEO de corretora no Consensus 2022

CoinDesk

Abby Johnson, chairman and CEO of Fidelity Investments (Suzanne Cordiero/CoinDesk)
Abby Johnson, chairman and CEO of Fidelity Investments (Suzanne Cordiero/CoinDesk)

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Oferecendo conselhos com base na sua experiência para a plateia do Consensus 2022, em Austin, Texas, Abigail Johnson, presidente e CEO da Fidelity Investments, afirmou que ainda acredita nos fundamentos a longo prazo das criptomoedas.

“Creio que este é o meu terceiro inverno cripto. Tivemos muitos altos e baixos, mas eu vejo isso como uma oportunidade”, disse Johnson sobre o bear market (mercado com tendência de baixa). “Eu fui criada para pensar diferente, então eu tenho esse reflexo: se você acredita que os fundamentos de algo a longo prazo são fortes, quando todo mundo estiver caindo fora, essa é a hora de insistir e dobrar as apostas”.

Para esclarecer, o tom de Johnson sobre as quedas recentes não foi sanguinário. “Eu me sinto péssima com o valor que foi perdido, mas também acredito que a indústria de criptomoedas tem muito mais a oferecer”, explicou.

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A Fidelity — que foi fundada pelo avô de Johnson no ano após o fim da Segunda Guerra Mundial — criou uma entidade legal separada chamada Fidelity Digital Assets em outubro de 2018. Mas o envolvimento da corretora de investimentos (e, particularmente, o de Johnson) vem desde os primeiros dias do Bitcoin (BTC), em 2014, uma jornada sobre a qual ela refletiu ontem (9) à noite em conversa com Matt Walsh, sócio-fundador da Castle Island Ventures.

Atraída pela “abordagem de estaca zero às finanças e movimentação de riquezas”, a Fidelity, segundo Johnson, propôs “cerca de 52 casos de uso” para o BTC, e a grande maioria acabou sendo complexa demais e foi engavetada.

No começo, a decisão de focar no nível fundamental da tecnologia levou a equipe de Johnson à custódia, embora, segundo ela, não tenha sido esse um dos casos de uso originais sugeridos pela firma. Johnson ainda acrescentou que, na perspectiva de produto, ela não estava tão avançada quanto esperava quando a jornada começou.

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“Eu acho que, se alguém tivesse sugerido oferecer custódia para Bitcoin quando começamos a falar sobre isso, eu teria dito ‘não, essa é a antítese do Bitcoin. Por que alguém iria querer isso?’”.

A Fidelity foi um dos primeiros grandes participantes institucionais a lidar diretamente com as criptomoedas, e não com versões mais palatáveis da tecnologia de blockchain, que era a rota mais comum para empresas na época. Walsh fez uma alusão a essa distinção, brincando: “Não é como se você estivesse tentando colocar uma alface na blockchain”.

Johnson também comentou sobre a decisão de entrar na mineração de criptomoedas nos estágios iniciais, que provocou um mix de consternação e confusão de muitos que estavam ao redor dela no setor dos serviços financeiros. De fato, segundo Johnson, muitos usuários de criptomoeda queriam fazer algo mais interessante do que mineração em 2014.

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“Eu queria muito fazer mineração porque queria compreender o ecossistema inteiro. Eu queria que nós tivéssemos um lugar à mesa com as pessoas que estavam realmente movimentando o espaço e entendêssemos o cenário completo”, afirmou Johnson.

Ela disse que o plano que havia traçado para gastar US$ 200 mil em equipamento de mineração de Bitcoin foi inicialmente rejeitado pelo departamento financeiro da Fidelity. “As pessoas me perguntaram: ‘O que é isso? Você quer comprar um monte de caixas da China?”.

Johnson apontou que ela não mais precisa justificar a mineração como um mero “teatro de inovação”, acrescentando que ela sente a mesma força e compromisso com a recente proposta da Fidelity de oferecer exposição ao BTC para a aposentadoria de clientes.

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“Eu jamais poderia imaginar que poderíamos ter chamado tanta atenção ao trazer um pouco do Bitcoin a um pouco do negócio de aposentadoria”, afirmou Johnson. “Agora que muitas pessoas ouviram falar sobre isso, elas começaram a perguntar sobre a medida. Eu me surpreendi com a quantidade de feedback positivo que recebemos.”

Dito isto, a proposta para trazer as criptomoedas para as cerca de 20 milhões de aposentadorias que a Fidelity supervisiona foi imediatamente rechaçada pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos e também pela senadora  Elizabeth Warren, que citaram preocupações com a volatilidade das criptomoedas.

“Para nós, é muito encorajador e animador observar alguns reguladores tentarem compreender o setor”, disse Johnson. “Porque, se eles não nos dão uma rota para fazer algumas dessas conexões, fica muito difícil construir algo que seja integrado”.

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