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SÃO PAULO – De acordo com carta de Andrew Cuomo – procurador do Estado de Nova York – enviada ao Congresso norte-americano nesta quinta-feira (23), o CEO (Chief Executive Officer) do Bank of America, Kenneth D. Lewis, foi pressionado para concluir a compra da Merrill Lynch, após tentativas de cancelar o negócio por conta de uma “surpreendente” deterioração na unidade de corretagem da instituição a ser adquirida.
Henry Paulson, que ainda era secretário do Tesouro dos EUA na época, teria ameaçado retirar executivos e diretores do banco caso estes não cumprissem o acordo, além de ter pedido para Lewis que não divulgasse a sua oposição à conclusão do negócio.
Prejuízo escondido
Ainda do acordo com Cuomo, Lewis e o conselho de administração foram pressionados também para não revelar aos acionistas que as perdas da Merrill Lynch giravam em torno de US$ 15,8 bilhões no quarto trimestre.
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O procurador de Nova York declarou ainda que o CEO do Bank of America disse ter sido instruído por funcionários federais a não divulgar as perdas da instituição, a sua vontade de desistir da fusão e a intervenção dos reguladores.
Os reguladores estavam preocupados com o “risco sistêmico” que poderia levar ao colapso dos mercados financeiros, de acordo com a carta.
Paulson e Bernanke exigiram silêncio
Segundo matéria publicada no Wall Street Journal, Lewis testemunhou sob juramento e relatou que Ben Bernanke e Henry Paulson o pressionaram para ele permanecer em silêncio sobre as perdas de Merrill Lynch.
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Testemunhando antes de Andrew Cuomo, em fevereiro, Lewis disse que “não estava a seu alcance” revelar as perdas da instituição referentes ao quarto trimestre, que se tornaram evidentes em dezembro, disse o jornal, citando um depoimento transcrito.