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SÃO PAULO – As boas notícias da China deram um alento às ações das exportadoras nesta sessão, aliado a força do dólar frente ao real, que subiu 1,39% nesta segunda-feira (2) – atingindo a máxima em dois meses -, o que beneficia diretamente a receita dessas empresas. O grande destaque nesta sessão ficou com a Vale (VALE3; VALE5), que viu suas ações ordinárias subirem 2,61%, a R$ 29,14, e as preferenciais avançarem 2,11%, a R$ 26,18. A Bradespar (BRAP4), holding que detém participação na Vale, acompanhou o movimento e viu seus papéis registrarem valorização de 3,12%, R$ 19,18.
Neste pregão, o grande motor da alta foram os dados da China. O indicador que mede o desempenho do setor saiu de 50,4 em abril para 50,8 em maio, maior resultado em cinco meses. Segundo os analistas do Credit Suisse, o indicador sugere que o fluxo está melhorando, mas ressaltaram que os desafios ainda continuam para o país. Deve-se mencionar que a arrancada da mineradora ocorre um pregão depois dos papéis registrarem forte queda, puxados pelo recuo do preço do minério de ferro, que bateu na última sexta-feira no menor patamar em 20 meses.
Siderúrgicas
Também se animaram pelos dados da China as ações do setor siderúrgico, embora em menor proporção, uma vez que o otimismo foi contrabalanceado pela queda na produção de aço do Brasil em abril, que registrou o pior mês desde 2010. Segundo dados divulgados hoje, no mês passado, as siderúrgicas brasileiras produziram 2,767 milhões de toneladas de aço bruto, queda de 7,5% sobre março e de 5% sobre abril de 2013. Com isso, as ações da Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) fecharam o pregão em altas de 0,76%, 1,51%, 1,28% e 1,16%, respectivamente, a R$ 7,95, R$ 8,72, R$ 13,50 e R$ 16,50.
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Fibria e Suzano
Outras beneficiadas pelos dados chineses, aliado a alta do dólar, foram as ações da Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5), que subiram 5,58% e 3,97%, nesta ordem, a R$ 22,33 e R$ 8,39. As duas empresas do setor de papel e celulose figuraram como as maiores valorizações do Ibovespa nesta sessão.
Gol
Por outro lado, as ações da Gol (GOLL4) apareceram como a maior queda do Ibovespa. Neste pregão, os papéis registram desvalorização de 3,57% neste pregão, fechando cotados a R$ 12,70. Essa foi a segunda sessão de fortes perdas dos ativos da aérea. Na última sexta-feira, eles caíram 5,9%.
Souza Cruz
No mesmo sentido, as ações da Souza Cruz (CRUZ3) registraram queda de 1,13%, a R$ 22,69, após o governo federal publicar decreto que endurece a lei contra fumo. Nesta segunda-feira, o governo federal publicou um decreto da presidente Dilma Rousseff que endurece legislação sobre uso e publicidade de cigarros e produtos semelhantes, ampliando restrições em ambientes antes considerados permitidos ao fumo. Segundo decreto 8.262, que modifica o decreto de 2.018 de outubro de 1996, espaços ante conhecidos como “fumódromos” passaram a ser proibidos. A nova legislação entra em vigor dentro de 180 dias a contar a partir de hoje.
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Cielo e Linx
Já as ações da Cielo (CIEL3) e Linx (LINX3) subiram 1,42% e 2,30%, respectivamente, sendo cotadas a R$ 40,60 e R$ 48,08. As empresas refletem o anúncio da assinatura de um memorando de entendimentos entre as companhias para a criação de uma joint venture que terá como foco o desenvolvimento e a comercialização de uma solução única e integrada, que embarca automação comercial, software de gestão e plataforma de pagamentos eletrônicos para os pequenos varejistas brasileiros.
Segundo a XP, a iniciativa é positiva, porém ainda incipiente para gerar ganhos significativos no curto prazo (maior relevância para Linx, devido ao efeito relativo do contrato no grupo).
Refinaria de Petróleo Manguinhos
Fora do Ibovespa, chamaram atenção as ações de uma small cap pouco negociada na Bolsa chama atenção neste início de pregão. As ações ordinárias da Refinaria de Petróleo Manguinhos (RPMG3; RPMG4) subiram 12,50%, a R$ 0,27, enquanto as preferenciais avançaram 12,50%, a R$ 0,27. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 20,83% e 25%, respectivamente. As ações ganharam força após a notícia de que a empresa conseguiu reverter a desapropriação da refinaria Manguinhos.
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Segundo comunicado da empresa enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o ministro relator da ação proferiu decisão de mérito, tendo julgado “procedente o pedido inicial e declarado nulo o decreto estadual 43.892/2012 e prejudicados os regimentais interpostos pelo estado do RJ. Condenando ainda, o RJ a reembolsar as custas antecipadas pela autora e a honorários advocatícios”.
No início do ano passado, a refinaria entrou com pedido de recuperação judicial e alegou para isso, entre outros problemas, o decreto da desapropriação de seu terreno. O início da crise da refinaria se deu em outubro de 2012, quando o governo do estado do Rio de Janeiro publicou decreto de desapropriação do imóvel para construir na área um projeto habitacional para população de baixa renda.
Magazine Luiza
Por outro lado, as ações da Magazine Luiza (MGLU3) despencaram 6,27%, a R$ 7,63, no terceiro pregão de queda dos papéis. No período, a queda acumulada é de 10,5%. A varejista informou na última sexta-feira o fechamento de nove entre 21 e 28 de maio, encerrando o mês com 737 pontos de venda. Segundo a Magazine Luiza, as lojas fechadas representavam cerca de 0,8% da área de venda total e menos de 0,4% das vendas da companhias em 2013. Cinco delas eram advindas da aquisição do Baú.