Cielo (CIEL3): JPMorgan rebaixa ação para neutra, cerca de um ano após ter elevado recomendação; papéis caem 2,5%

Maior custo de capital, aumento do risco de concorrência e menor crescimento do volume total de pagamentos estiveram entre fatores para corte

Lara Rizério

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Após um forte desempenho, com as ações da Cielo (CIEL3) subindo mais de 150% desde as mínimas registradas em 2021, o JPMorgan rebaixou a recomendação para os ativos da companhia de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutro. Além disso, os analistas cortaram o  preço-alvo para dezembro de 2023 de R$ 8 para R$ 6, o que ainda corresponde a um potencial de valorização de 27% em relação ao fechamento da última segunda-feira (5).

Com isso, os ativos fecharam a sessão desta terça-feira (6) em baixa de 2,54%, a R$ 4,60. Apesar da baixa não ser tão expressiva, figurou entre as maiores quedas do Ibovespa, em um dia bastante positivo para o índice.

O banco aponta que o corte de preço-alvo é principalmente resultado do maior custo de capital, refletindo o aumento do risco de concorrência e menor crescimento do Volume Total de Pagamentos (TPV, na sigla em inglês) em todo o setor.

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Os analistas destacam terem elevado para equivalente à compra a recomendação para as ações CIEL3 em maio de 2022 por uma combinação de i) melhor a dinâmica de preços (aumentos de preços) e ii) POS (ponto de venda) forte levando em conta o nível da indústria. Porém, ambas as forças parecem ter perdido força em 2023.

“Particularmente, esperamos que a desaceleração substancial no crescimento do TPV da indústria continue (taxas de crescimento de entre 13% e 16% para meados de um dígito), o que poderia desencadear reações comerciais mais agressivas por parte dos players, em nossa opinião”, avaliam os analistas.

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Além disso, um potencial “destronamento” da Cielo como líder de mercado pela Rede também traz preocupação sobre uma possível reação da empresa e dos bancos controladores, o que pode significar menores rendimentos e custos mais elevados.

“Nos custos, vemos menor espaço para ganhos de eficiência e as despesas na Cielo Brasil já começaram a superar o TPV no 1T23, algo não visto desde 2019”, avaliam.

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Em suma, os analistas continuam vendo um valor de longo prazo na Cielo. Contudo, em meio aos últimos sinais, e operando também de olho nas projeções de cortes da Selic, veem que a Stone (STOC31), cujas ações são negociadas na Nasdaq, seria a mais preparada para o atual cenário.

Na véspera, as ações fecharam a R$ 4,72, distante das mínimas apuradas no final de 2021, quando chegaram a ser cotadas a R$ 1,81.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.