Citi e BofA teriam usado artifício contábil para maquiar alavancagem

Matéria do Wall Street Journal relata que bancos contabilizaram incorretamente operações de repo, mas que impacto foi ínfimo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Wall Street Journal revelou nesta quarta-feira (26) que o Bank of America Merrill Lynch e o Citigroup usaram práticas incorretas de contabilidade, similares àquelas usadas pelo Lehman Brothers antes de sua falência, para minimizar o nível de alavancagem. Contudo, estas operações, embora envolvam bilhões de dólares, não terão impacto material sobre ambas as instituições financeiras.

De acordo com o conceituado jornal norte-americano, em recentes explicações aos órgãos reguladores norte-americanos, os dois bancos admitiram ter lançado em seus balanços operações conhecidas como “repos” como vendas, ao invés de contabilizá-las corretamente como empréstimos. O equívoco contábil teria artificialmente diminuído os níveis de alavancagem.

O Wall Street Journal lembra em sua matéria que o Lehman Brothers fazia uso desta manobra contábil para esconder suas posições de ativos subprime. 

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Ainda de acordo com a notícia do WSJ, Bank of America Merrill Lynch e Citigroup afirmaram que o erro de classificações em seus balanços contábeis foi mero engano e que não houve intenção de maquiar os resultados divulgados. Contudo, a matéria enfatiza que as operações de repo foram usadas repetidamente pelos dois bancos desde o início da crise financeira.

Muito pouco
Comentando o caso aos órgãos reguladores, o Bank of America Merrill Lynch diminuiu a importância do episódio, afirmando que estes erros tiveram impactos limitados sobre os seus balanços, representando menos de 1% de seus ativos totais. Nos últimos três anos, os repos somaram entre US$ 573 milhões e US$ 10,7 bilhões nos balanços do banco, revela o jornal norte-americano.

Por sua vez, o Citigroup disse que estes erros contábeis envolveram um número bastante limitado de unidades de negócio e sempre aconteceram com valores pequenos. O Wall Street Journal informa que no período investigado, as transações atingiram somas próximas a US$ 9,2 bilhões, com a maior parte sendo registrada no fim de 2009. 

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SEC
As informações foram coletadas com base na recente requisição da SEC (Securities and Exchange Commission) às principais instituições financeiras dos EUA sobre as práticas contábeis usadas. Contudo, o auditor-chefe do órgão, James Kroeker, disse perante o Congresso que o inquérito não achou nenhuma “prática inapropriada generalizada”. 

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