Cogna (COGN3), Ser Educacional (SEER3) e Yduqs (YDUQ3) disparam após falas de Lula sobre FIES e mudança regulatória

Ex-presidente, atualmente em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, falou que Fies voltará "com força" caso ele vença a corrida eleitoral

Vitor Azevedo

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As ações das companhias do setor de educação registram fortes altas no início da tarde desta segunda-feira (19), refletindo notícias de mudanças regulatórias para alguns cursos, além de declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente líder das pesquisas de opinião, sobre programas de financiamento educacional.

Segundo Lula, os programas voltados à educação superior, como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e Programa Universidade para Todos (Prouni), “voltarão com força” em caso de sua vitória.

Por volta das 14h, as ações ordinárias da Cogna ([COGN3]) subiam 8,59%, as da Yduqs (YDUQ3), 13,45%, e as da Ser Educacional (SEER3), 9,51%. Cruzeiro do Sul (CSED3) e Ânima (ANIM3), por sua vez, avançavam 7,86% e 13,89%.

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“Pode (ou não) ser relevante dependendo da relevância (escala dos programas de financiamento) e das regras do jogo (quem recebe o dinheiro), mas pode ser um catalisador para um setor que tem estado sob grande pressão recentemente”, comenta o analista Javier Martinez de Olcoz Cerdan, do Morgan Stanley, em relatório.

O analista, no entanto, destacou também que as ações do setor têm alta beneficiadas pela notícia de que Ministério da Educação (MEC) irá parar de autorizar novos cursos à distância das graduações de Direito, Psicologia, Odontologia e Enfermagem.

“O regulador estava analisando e aprovando pedidos há mais de um ano e muitas universidades aguardavam apenas a autorização final para começar a matricular os alunos”, explica.

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“A decisão foi tomada após denúncias da OAB, que por muitos anos tentou barrar esse processo, questionando a preocupação com a qualidade desses cursos EAD de Direito e os critérios de aprovação do MEC”.

Segundo o especialista, a notícia traz alívio para as companhias que atuam fisicamente, porque a continuação dos cursos EAD tornaria os campus economicamente inviáveis – isso em cursos que são lucrativos, sendo o de Direito um dos mais relevantes no faturamento das empresas.

“Em nossa opinião, o setor de educação do Brasil é barato e os players listados estão em melhor posição para ganhar participação de mercado em relação às escolas regionais, mas o processo de recuperação é lento e deve levar de dois a três anos para se materializar”, comenta o Cerdan.

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“Dito isso, acreditamos que há alguns possíveis catalisadores a serem lembrados: no pós-eleições, podemos ver novas alternativas de financiamento público, principalmente no caso de Lula vencer; se as condições macro melhorarem, os players listados podem acelerar a expansão inorgânica”, finaliza.

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