Colunista InfoMoney: Alguns números do final de 2009 e início de 2010

Ano passado evidenciou resiliência brasileira e colocou Ibovespa no topo do mundo; prospectos deste ano continuam favoráveis

Decio Pecequilo

Fechamos 2009 com um ganho de 82,66% no índice Bovespa, que, em rentabilidade, foi 8,37 vezes maior que o CDI, 7,97 vezes maior que o CDB, 11,95 vezes maior que a poupança, 8,25 vezes maior que o Fundo de Renda fixa DI e 8,18 vezes maior que a Selic.

Publicidade

Esses números colocaram a BM&FBovespa no topo do mundo em termos de rentabilidade, mesmo durante a luta contra a contaminação do vírus da iliquidez nas finanças globais.

Todos esses resultados foram conseguidos apesar da severidade da recessão mundial, pela sólida condução de nossos fundamentos econômicos derivados de um mercado financeiro muitíssimo bem amarrado em sua diversificação, modernista, dinâmico, bem regulado e melhor supervisionado que os outros mercados emergentes.

O Brasil ganhou, assim, a confiança do investidor externo e o respeito do mundo com eventos do porte do descobrimento de magníficas reservas de petróleo no pré-sal, além do direito de realizarmos a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olimpicos de 2016.

Continua depois da publicidade

Ainda nesse espaço de tempo, nossa classe média, que sustentou e ainda sustenta nosso mercado interno, continua em expansão, evidenciando uma melhor distribuição de renda, o que não se via já há algumas décadas.

Apesar do ajuste
em janeiro, bolsa é um
ótimo investimento
para 2010

Numeros iniciais de 2010
Abrimos 2010 com a capitalização bursátil das empresas negociadas na BM&FBovespa em US$ 1.340 trilhão, fato esse que nos conduziu à posição de sermos o centro financeiro mais importante da América Latina para a compra e venda de ações.

Essa nossa posição é tão eloqüente que, se reunirmos as principais bolsas de valores da região, temos o valor de US$ 854,50 bilhões, ou seja, somos 1,57 vezes maior que todas elas.

Continua depois da publicidade

Se formos então tratá-las individualmente, somos:

• 3,57 vezes maior que o México;

• 6,41 vezes maior que o Chile;

Continua depois da publicidade

• 11,26 vezes maior que a Colômbia;

• 17,14 vezes maior que o Peru;

• 20,06 vezes maior que a Argentina e;

Continua depois da publicidade

• 216,13 vezes maior que a Venezuela.

É inegável que esses números, quando tratados um a um, são fascinantes.

Ainda, iniciamos o ano com uma série de altas consecutivas, levando o Índice Bovespa aos 70.729 pontos em 6 de janeiro, somente 3,94% atrás do recorde histórico de 73.516 pontos desse indicador, alcançado em 20 de maio de 2008.

Continua depois da publicidade

É bem verdade que terminamos o primeiro mês do ano em pleno ajuste, em uma realização de lucros já esperada, de tal forma que nosso Ibovespa recuou 4,65%, tornado-se o pior investimento do primeiro mês do ano.

Contudo, não estivemos sozinhos. No mesmo período, os seguintes índices também caíram: Dow Jones (-3,46%), Nasdaq (-5,37%), S&P 500 (-3,70%), DAX – Alemanha (-5,85%), FTSE – Reino Unido (-4,14%), CAC – França (-5,00%), Nikkei – Japão (-3,30%) e Shangai Composite – China (-8,78%).

Mesmo com este início de ano pouco auspicioso, a BM&FBovespa continua sendo um ótimo investimento para 2010, ano em que devemos manter a oitava posição entre as principais economias do planeta, com o PIB (Produto Interno Bruto) podendo crescer entre 5% e 6%. Podemos com isso terminar 2010 com nosso PIB atingido pouco mais que US$ 2 trilhões.

Lembremos ainda que, dentro da classificação BRIC, nossa bolsa continua sendo considerada como “barata” e, é por isso que muitos analistas veem oportunidades de compra, desde que criteriosa – lembre-se da realização de lucros um pouco mais acentuada na semana passada e verá os porquês.

Esse raciocínio está apoiado em declarações como a de Dominique Strauss Kahn, diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), quando diz que economias emergentes como Brasil, China e Índia lideram a saída da crise global, mas devem continuar reorientando-se para um maior consumo interno.

Portanto, não nos deixemos levar pela dúvida que debilita a iniciativa e, sobretudo, impede que tomemos as decisões corretas.

Decio Pecequilo é operador sênior da corretora TOV e escreve mensalmente na InfoMoney.
decio.pecequilo@infomoney.com.br