Com problemas, Lehman Brothers planejaria vender parte de suas ações

SÃO PAULO – Ao mesmo tempo em que analistas se tornam mais pessimistas e reduzem as estimativas para os resultados do Lehman Brothers no terceiro trimestre, cresce a pressão para que o banco levante capital antes da temporada de balanços.

Dessa forma, surgem também os rumores acerca dos próximos passos da instituição, que agora apontam para a venda de ativos. De acordo com o jornal britânico Financial Times, o banco de investimento manteve discussões secretas com grupos sul-coreanos e chineses para a venda de até 50% de suas ações.

Citando fontes próximas aos potenciais compradores, o jornal informou que as negociações, que remetem à primeira semana de agosto, não foram concluídas porque o Lehman estaria pedindo um preço muito alto, cerca de 50% acima de seu valor patrimonial.

O Financial Times também traz informações sobre uma possível venda total ou parcial de alguns negócios do Lehman Brothers como o braço de gestão de ativos ou o portfólio de imóveis comerciais, também com o intento de levantar capital.

Ajuda do Fed

Outra notícia importante desta quinta-feira (21) sobre o Lehman Brothers é a veiculada pelo Wall Street Journal. O periódico afirma que o Federal Reserve conversou com o Credit Suisse para confirmar os rumores de que o banco estaria retirando uma linha de crédito do Lehman – informações que o Credit Suisse teria negado.

Esse fato ocorreu em julho, mesmo mês em que a SEC (Securities Exchange Commission) intimou firmas e hedge funds para depor sobre rumores envolvendo o Lehman Brothers.

A intenção dos órgãos norte-americanos é evitar que especulações levem a mais uma retirada de depósitos e conseqüente queda de liquidez, da forma como aconteceu com a Bear Stearns no início do ano.

Desempenho dos papéis

Após fecharem com forte alta de 5% no último pregão, as ações do Lehman Brothers operam com queda expressiva de 3,20% no pré-market de Wall Street nesta quinta-feira.

Cabe lembrar que, no acumulado dos 12 meses, os papéis da instituição registram desvalorização de 76,97%, sendo que seu valor de mercado atualmente é de US$ 9,5 bilhões.