Com TIM na liderança e Natura na lanterna, veja quais foram as 5 maiores altas e baixas do Ibovespa em novembro

Em mais um mês de forte queda para o Ibovespa, Natura foi o destaque negativo, com baixa de quase 32%, enquanto Tim teve a maior alta, de 23%

Mariana Zonta d'Ávila

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Com o risco Covid-19 de volta ao radar, diante do aparecimento de uma nova variante do vírus, possivelmente mais contagiosa, investidores retomaram o modo de alerta e os mercados encerraram novembro no negativo.

Diante do sentimento de maior aversão ao risco, o Ibovespa terminou o mês em queda de 1,58%, aos 101.866 pontos, no quinto mês consecutivo no vermelho.

Ainda assim, algumas companhias conseguiram terminar o período com ganhos de mais de 22%. É o caso da Tim, que reagiu positivamente às notícias de redução do ICMS para serviços de telecomunicações. Já entre as maiores perdas, a Natura foi o grande destaque negativo.

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Vale ressaltar que 13 ações do Ibovespa fecharam em queda de mais de 10%.

Confira os destaques do Ibovespa no mês de novembro:

Maiores altas do Ibovespa

Com ganhos da ordem de 23% em novembro, a operadora Tim (TIMS3) foi o destaque positivo do último mês. A empresa ganhou os holofotes em meio à notícia de que a gestora de fundos norte-americana KKR apresentou uma proposta não vinculante para comprar a Telecom Italia, controladora da TIM no Brasil, pelo valor de US$ 12 bilhões.

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A oferta ocorre em meio à turbulência na Telecom Italia, que emitiu dois alertas de lucro em três meses, levando a Vivendi, principal investidora da empresa, a pressionar uma substituição de Luigi Gubitosi, presidente-executivo da companhia.

Na avaliação do UBS, a oferta pode trazer implicações positivas para a Tim Brasil. Segundo os analistas, se o acordo avançar, poderia haver um upside de 21% a 30% para as ações da companhia.

Os papéis da operadora também reagiram positivamente em novembro à notícia de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria pela redução do ICMS para serviços de telecomunicações em Santa Catarina, decisão esta que pode ser estendida a outros estados do país.

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Para o Itaú BBA, uma decisão favorável pode funcionar como um catalisador para as ações TIMS3, dado que a redução do imposto pode impulsionar os nomes de telecomunicações listados no Brasil por algum tempo. No ano, contudo, os papéis TIMS3 caem 4,69%.

Unidas (ex-Locamerica) em 2º lugar

A locadora de veículos Unidas (LCAM3) também encerrou novembro com ganhos, de 17,44%.

A companhia reportou lucro líquido recorrente 116,5% maior no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 267,269 milhões.

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O destaque ficou com a recuperação da margem dos itens Aluguel de Carros e Seminovos que, por mais um trimestre consecutivo, apresentaram nível recorde.

No radar da companhia, a Unidas aprovou nesta terça (30) a compra da Sofit Software por meio da subsidiária Agile Gestão de Frotas.

Ações da Dexco sobem 16%

Também entre as maiores altas de novembro está Dexco (ex-Duratex), com valorização de 15,93% na Bolsa no mês.

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A companhia mais que dobrou o lucro líquido no balanço do terceiro trimestre, para R$ 255,3 milhões. Segundo a empresa, o período, encerrado em setembro, foi marcado por uma “bem-sucedida estratégia de aumento de preços somada à melhoria do mix em todas as divisões”.

Ainda que o trimestre tenha sido marcado por um pessimismo em relação à retomada econômica e pela alta dos juros, a Dexco avalia que o novo patamar da Selic não foi suficiente para impactar o acesso ao crédito imobiliário, “que segue apresentando consistente crescimento ao longo do ano e superando significativamente as bases de 2020”. “Tampouco impactou a demanda por novos imóveis”, destacou a companhia.

Adicionalmente, a companhia pontuou que “mantém-se otimista com o desempenho de suas operações e perspectiva de demanda futura, em especial daquela decorrente dos novos lançamentos imobiliários”, mesmo diante de um cenário desafiador.

Em relatório divulgado após o balanço, o Bradesco BBI diz gostar da história de longo prazo da Dexco, com base no crescimento alinhado com seu “balcão único” e estratégias de otimização do mix de produtos.

No entanto, por conta das incertezas macroeconômicas e da alta exposição da companhia à atividade de construção de varejo, o banco prefere manter recomendação “neutra”. “Vemos maior assimetria de avaliação em outros nomes de nossa cobertura”, escrevem os analistas.

Suzano e Energisa também entre maiores altas

Afastando preocupações com a China, a Suzano (SUZB3) apresentou fortes resultados no terceiro trimestre deste ano.

Conforme destacou a casa de análise Levante na época, foi mais um trimestre de recorde na receita, com volume de vendas superior ao trimestre passado, que já foi muito forte, além de um preço médio de celulose e papel também superiores de um trimestre a outro.

Os principais destaques ficam com o crescimento da receita líquida total de 9% na comparação trimestral e 44% na comparação anual, alcançando R$ 10,76 bilhões. Além disso, tanto o segmento de celulose quanto o de papel cresceram beneficiados pelo maior volume de vendas no trimestre, além de preços médios cerca de 4% mais altos na base trimestral em ambos os produtos.

Em relatório, o Bradesco BBI apontou como positivo ainda os bons resultados no segmento de papel, com destaque para vendas e preços realizados. “A combinação de um real mais fraco, preços de celulose no fundo do poço e posicionamento do investidor deve ser suficiente para impulsionar um desempenho melhor a partir daqui, em nossa opinião”, escreveram os analistas do banco.

Já com relação a Energisa (ENGI11), a empresa teve queda de 6,3% no lucro líquido no terceiro trimestre, na base anual, para R$ 863,9 milhões. O lucro líquido ajustado para efeitos não recorrentes, contudo, foi de R$ 820,1 milhões, 30,2% maior que o terceiro trimestre de 2020.

A receita operacional líquida da empresa foi de R$ 6,6 bilhões, com um aumento de 53,5% na base anual. Os custos e despesas controláveis avançaram 37,5% entre os períodos, para R$ 708,6 milhões.

Confira as maiores altas do Ibovespa em novembro:

Empresa Ticker Cotação Variação
Tim (TIMS3) R$ 13,80 22,99%
Unidas (ex-Locamerica) (LCAM3) R$ 23,17 17,44%
Dexco (ex-Duratex) (DXCO3) R$ 18,03 16,25%
Energisa (ENGI11) R$ 45,49 14,82%
Suzano (SUZB3) R$ 56,16 14,08%

Maiores baixas do Ibovespa

Liderando o grupo de maiores baixas de novembro está Natura (NTCO3), com perdas de 32,13%.

Os papéis da companhia, que já vinham caindo na Bolsa ao longo do ano, ampliaram as perdas após a empresa reportar, no dia 11 de novembro, dados abaixo do esperado no terceiro trimestre.

Entre julho e setembro, a Natura teve um lucro líquido de R$ 269,6 milhões, cifra 28,6% menor do que a registrada no mesmo intervalo de 2020. Parte da queda, segundo a companhia, se deve à queda de 8,4% da receita líquida, que saiu de R$ 10,4 bilhões para R$ 9,5 bilhões.

Após o balanço, as ações da Natura com fortes perdas, que somaram 17,5% no pregão seguinte aos resultados.

Em relatório da época, o Bradesco BBI destacou os números como fracos, com destaque negativo para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) que ficou 18% abaixo das estimativas.

Para a XP, a Natura reportou resultados fracos em meio aos desafios de faturamento e dinâmica de margens. As vendas líquidas consolidadas (excluindo o efeito do incidente cibernético no terceiro trimestre de 2020) caíram 4% na base anual, principalmente pela forte base de comparações e o ambiente macro desafiador.

O destaque negativo foi a lucratividade, com os analistas também destacando que as sinergias de Avon foram ofuscadas por pressões de custo/câmbio e menor diluição de despesas com vendas, gerais e administrativas.

Junto com a divulgação do balanço trimestral, a companhia  revisou seu guidance dado o ambiente operacional desafiador não previsto, como a pressão inflacionária, a interrupção de cadeias de suprimentos, além dos efeitos cambiais.

E-commerce

Na sequência das maiores baixas aparecem Locaweb (LWSA3) e Magazine Luiza (MGLU3), com quedas de 27,92% e 27,84%, respectivamente.

O Magalu tende a ser impactado negativamente em um cenário de juros mais elevados e desaceleração da economia. No ano, os papéis MGLU3 já afundam 68,7%.

Na avaliação do Credit Suisse, o curto prazo seguirá difícil para as empresas de comércio eletrônico, devido ao fraco crescimento dos canais físicos e das bases de comparação fortes nas categorias principais. No entanto, os analistas acreditam no aumento da penetração do e-commerce e no crescimento atrativo para 2022, o que pode representar um ponto de inflexão para o Magazine Luiza, cujo papel tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo banco.

O ambiente mais competitivo, depois da oferta de ações do Mercado Livre de US$ 1,55 bilhão, no dia 15 de novembro, também complica o ambiente para as varejistas.

Em breve comentário na época, a XP destacou que vê a notícia como negativa para as empresas do setor de e-commerce, uma vez que dá maior liquidez para o líder de mercado no Brasil, adicionando pressão à competição no país.

No início do mês, após a divulgação dos resultados referentes ao terceiro trimestre, os ativos MGLU3 fecharam em forte baixa de mais de 18%. A varejista reportou lucro líquido ajustado de R$ 22,6 milhões, uma queda de 89,5% em relação a igual período de 2020.

Mas, mais do que isso, a diminuição na rentabilidade e a desaceleração das vendas impactaram a visão dos analistas sobre o resultado, além da perspectiva de persistência de um quadro econômico mais desafiador.

Já a empresa brasileira de hospedagem de sites Locaweb registrou lucro líquido ajustado de R$ 25,6 milhões no terceiro trimestre, um aumento de 96,5% na comparação com o mesmo período de 2020.

Assaí e Banco Pan também são destaque negativo

Ainda entre as maiores baixas do Ibovespa estão Assaí (ASAI3) e Banco Pan (BPAN4), com perdas de 16,61% e 15,27% respectivamente.

No terceiro trimestre, o Banco Pan reportou lucro líquido de R$ 191 milhões, crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2020.

De acordo com o banco, os principais fatores para o desempenho foram margem financeira robusta, custo de crédito sob controle e receitas crescentes de prestação de serviços.

Ainda entre os destaques, o Banco Pan informou em outubro a aquisição da Mosaico (MOSI3), dona dos sites de comparação Buscapé e Zoom. A avaliação de analistas de mercado é de que a operação é benéfica para os dois lados.

Para o Banco Pan, analistas do Itaú BBA avaliam que a aquisição acelera sua estratégia de criação do seu próprio marketplace, adiciona um time robusto de tecnologia (cerca de 300 pessoas do time Mosaico além dos seus três fundadores e novo CEO), além de acessar a base de clientes da Mosaico com oferta de produtos do Pan, como créditos e seguros.

Com relação aos papéis de Assaí, analistas da Guide Investimentos avaliam que a aquisição do Extra Hiper deve acelerar o plano de expansão da companhia, adicionando unidades em localidades estratégicas, uma vez que os formatos Extra Hiper se localizam em centros urbanos, com baixa penetração do formato de cash & carry e localizados próximos à maioria do público transformador de uma grande cidade.

Confira as maiores baixas do Ibovespa em novembro:

Empresa Ticker Cotação Variação
Natura (NTCO3) R$ 26,69 -31,39%
Locaweb (LWSA3) R$ 13,19 -27,92%
Magazine Luiza (MGLU3) R$ 7,80 -27,84%
Assaí (ASAI3) R$ 12,75 -16,61%
Banco Pan (BPAN4) R$ 11,26 -15,27%

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