Consumidor brasileiro pagará reajuste na energia de Itaipu cedida pelo Paraguai

Energia excedente produzida pelo Paraguai vai passar para US$ 360 milhões. Para especialista, consumidor vai arcar com reajuste

Evelin Ribeiro

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SÃO PAULO – O consumidor brasileiro vai pagar o reajuste imposto pelo Paraguai sobre o preço da energia elétrica excedente produzida pelo país na hidrelétrica de Itaipu. Segundo a proposta paraguaia, o valor anual passaria dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, criticou a proposta e afirmou que essa diferença de US$ 240 milhões por ano, se aprovada, acabará sendo paga pela população brasileira, já que o serviço de fornecimento de energia elétrica atende hoje a 95% da população.

Segundo a Agência Câmara, o representante do centro de estudos voltados à transparência e sustentabilidade do setor elétrico  lembrou que várias concessões já foram dadas pelo Brasil ao Paraguai. “Em 2023, o Paraguai será dono de 50% de Itaipu, sem ter pago nada por isso. O Brasil assumiu 100% do financiamento”, declarou.

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Cumprimento do acordo
Já o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, defendeu o projeto de triplicar o valor pago pelo Brasil ao excedente de energia cedido pelo Paraguai.

“O Tratado de Itaipu foi feito para ser cumprido e isso dá credibilidade internacional ao Brasil”, declarou Samek. “Ajustes devem ser feitos. Nos interessa o crescimento de toda a região”, completou.

De acordo com ele, os ajustes anteriores deram estabilidade para a dívida brasileira relacionada à hidrelétrica. Antes considerada impagável, a dívida fechará 2010 em US$ 17 bilhões e deve zerar em 2023.

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