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SÃO PAULO – A BM&FBovespa não abriu nesta terça-feira (15) por conta do feriado da Proclamação da República no Brasil, mas o noticiário corporativo foi bastante movimentado. Além da reta final da temporada de balanços do 3° trimestre, a Embraer assinou um contrato de US$ 1 bilhão com a United Airlines; a Rumo estuda a venda de fatia em terminal no porto de Santos; iimpasse entre a Vale e BHP Billiton para reestruturar dívida na Samarco e mais 5 notícias ganharam destaque hoje.
Confira abaixo os principais destaques corporativos desta terça:
JBS (JBSS3)
A companhia de alimentos JBS teve lucro líquido de R$ 887,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 74,2% ante o ganho obtido no mesmo período do ano passado, em meio a um cenário desafiador especialmente no Brasil, com valorização do real e aumento expressivo dos grãos, e aumento das despesas financeiras. A empresa, maior processadora mundial de carne bovina, teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 3,145 bilhões, declínio de 18% em relação ao mesmo período de 2015. A média de estimativas compiladas pela Thomson Reuters apontava lucro líquido de R$ 562,6 milhões e Ebitda de R$ 3,4 bilhões.
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O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 1,379 bilhão, ante resultado positivo de R$ 2,653 bilhões no mesmo trimestre do ano passado. A dívida líquida da JBS encerrou o terceiro trimestre em R$ 48,9 bilhões, com alavancagem de 4,32 vezes.
PDG Realty (PDGR3)
Próxima de um pedido de recuperação judicial, a PDG Realty anotou um prejuízo líquido de R$ R$ 1,717 bilhão no terceiro trimestre deste ano, mais de quatro vezes superior às perdas anotadas no mesmo intervalo do ano passado, quando o prejuízo foi de R$ 403 milhões. De janeiro a setembro o prejuízo líquido cresceu 260,8% na relação anual para R$ 2,868 bilhões, conforme o demonstrativo financeiro divulgado na madrugada de hoje.
A receita operacional líquida da companhia foi negativa em R$ 84 milhões no intervalo de julho a setembro deste ano, ante uma receita positiva de R$ 551 milhões no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda no período analisado ficou negativo em R$ 1,506 bilhão, ante um número também negativo de R$ 164,352 milhões no mesmo período do ano passado. Na prática isso significa que a PDG vem queimando caixa.
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No documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro a PDG informa que não há decisão quanto às providências a serem tomadas caso não seja possível regularizar seus financiamentos no curto prazo. “A administração continua atuando em outras frentes, em conjunto com seus assessores, para reforçar a liquidez e a estrutura de capital da Companhia, dentre as quais se inclui o esforço de aceleração na venda de ativos”, afirma a companhia no documento citado.
A companhia lembra que no âmbito do processo de sua reestruturação da dívida contratou neste mês a RK Partners, mantendo, assim, seus objetivos de reforçar o fluxo de caixa e otimizar a estrutura de capital da Companhia, de modo a preservar a capacidade de cumprimento das obrigações assumidas perante credores e clientes.
JHSF (JHSF)
A JHSF reverteu lucro visto no terceiro trimestre do ano passado e apresentou um prejuízo líquido de R$ 55,7 milhões no intervalo de julho a setembro deste ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi a R$ 43,2 milhões no terceiro trimestre do ano, queda de 13% ainda na relação anual. Sem ser no critério ajustado, o Ebitda caiu 46% no terceiro trimestre deste ano ante o visto um ano antes para R$ 38,9 milhões. A receita líquida no período analisado foi a R$ 99,6 milhões, queda de 36% ante o intervalo de julho a setembro de 2015.
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Embraer (EMBR3)
Além da temporada de balanço, a Embraer anunciou hoje ter assinado contrato com a United Airlines para a venda de 24 jatos E175. “Esta encomenda representa uma transferência de 24 jatos E175 previamente alocados para a Republic Airways Holdings (Republic), atualmente na carteira de pedidos da Embraer, que agora serão cancelados”, diz a empresa em nota.
Os aviões devem ser entregues à United Airlines em 2017. O contrato tem um valor total de US$ 1,08 bilhão, a preço de lista. “Este movimento estará refletido nos resultados da Embraer do quarto trimestre de 2016 e não terá impacto incremental na atual carteira de pedidos da empresa”, acrescenta a Embraer.
Vale (VALE3; VALE5)
A BHP Billiton está pressionando para reestruturar a dívida na Samarco, enquanto sua sócia Vale prefere um período de carência de pagamento até que consiga garantir as licenças para retomar a mineração, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg.
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Apesar de as donas dizerem que não pretendem cobrir mais de US$ 3 bilhões em dívida da Samarco, elas estão em desacordo sobre a forma como a mineradora deve abordar os bancos e os detentores de bônus depois de um ano de impasse na produção, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as negociações são privadas. A preferência de BHP na reestruturação agora significaria uma perda aos credores, disseram as fontes.
A Samarco Mineração, desde o rompimento da barragem em Minas Gerais há um ano, já deixou de fazer dois pagamentos de cupom de títulos. A BHP e Vale disseram que, apesar de ajudar a financiar os trabalhos de limpeza de fundo e reparações, não vão cobrir os pagamentos da dívida da Samarco. Ambas querem que a Samarco volte a operar novamente para que a companhia possa financiar a limpeza e voltar a cumprir seus compromissos financeiros sem a ajuda das duas sócias.
Procurada pela Bloomberg, a Samarco se recusou a comentar. A Vale não comentou imediatamente e a BHP se recusou a comentar sobre discussões específicas entre as sócias ou sobre diferenças na abordagem.
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Oi (OIBR4)
Um grupo de credores que negocia com a Oi se fragmentou, dificultando a reestruturação da dívida de US$ 19 bilhões do grupo brasileiro. As saídas incluem o fundo de hedge Citadel, que se juntou a um grupo que já inclui o Aurelius Capital Management, disseram pessoas, que pediram para não ser identificadas porque o assunto é privado, à Bloomberg.
Aurelius vinha tentando formar um grupo separado e manteve conversas com assessores de reestruturação, incluindo Brasil Plural, disseram as pessoas. O novo grupo é representado por Allan Brilliant, de Dechert, nos EUA, Marcelo Carpenter, de Sergio Bermudes, no Brasil, e Frederic Verhoeven de Houthoff Buruma, na Holanda, segundo comunicado do grupo em 11 de novembro.
Procurados pela Bloomberg, representantes de Oi, Aurelius, Citadel e Brasil Plural não quiseram comentar. Representantes da Dechert e Moelis não responderam imediatamente aos pedidos de comentários o assunto.
Rumo (RUMO3)
A Rumo Logística estuda vender uma participação no maior terminal do País no porto de Santos (STBP3), disseram três pessoas envolvidas com a operação à Bloomberg. A empresa teve conversas com Raízen e Czarnikow, que deixaram as discussões posteriormente, disseram duas das pessoas, que pediram anonimato porque as negociações são privadas. Até agora, a Rumo não recebeu uma proposta para a participação que atenda suas expectativas de preço.
A Rumo manteve também conversas preliminares com a chinesa Cofco e com o banco de investimento australiano Macquarie, disseram as fontes. O status das conversas com Cofco e Macquarie não está claro.
A venda de participação ajudaria Rumo a financiar plano de investimentos de R$ 7 bilhões, com o qual acionistas estão contando para alimentar crescimento, e enfrentar o crescimento da dívida. Procurado pela Bloomberg, um porta-voz da Rumo negou que a venda da participação ou que conversas tenham ocorrido. Cofco, Raizen e Macquarie não quiseram comentar. Czarnikow não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da agência de notícias.
Gerdau (GGBR4)
Uma explosão ocorrida na segunda-feira, 14, na usina da Gerdau em Ouro Branco, Minas Gerais, deixou três mortos e um ferido. Segundo a siderúrgica gaúcha, os operários eram prestadores de serviço da empresa Convaço e faziam trabalho de manutenção. De acordo com a companhia, o operário que ficou ferido foi encaminhado ao Hospital Fundação Ouro Branco (FOB), mas recebeu alta na manhã desta terça-feira. “A Gerdau e a Convaço estão prestando toda a assistência às famílias das vítimas e trabalhando para apurar as causas do acidente”, afirma a Gerdau em nota enviada à imprensa.
Gol (GOLL4)
A companhia aérea Gol informou que a demanda por voos domésticos caiu 3,5% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto a oferta recuou 3,2%. Os dados mostram que a demanda doméstica por voos da Gol voltou a cair no mês passado após a alta registrada em setembro, que havia sido a primeira na comparação anual em mais de um ano.
Nos primeiros 10 meses do ano, a queda na demanda por voos domésticos foi de 6,3%, enquanto a oferta teve baixa de 5,4%. Os dados do sistema total da empresa, que incluem voos nacionais e internacionais, mostram queda de 4,4% na demanda em outubro e diminuição de 5,1% na oferta. Considerando apenas os números internacionais, a demanda caiu 11,4% no mês passado, enquanto a oferta teve baixa de 18,3%.
Natura (NATU3)
A fabricante de cosméticos Natura informou o início de uma reestruturação de seu modelo de negócios na França, encerrando a venda direta naquele país. Em comunicado, a empresa informou que o canal de venda direta, com 1.100 consultoras, será encerrado até 31 de dezembro de 2016 e que a mudança visa garantir o crescimento sustentável da marca no mercado francês.
O plano faz parte da estratégia de internacionalização da empresa em mercados maduros, com foco em três canais: loja própria, e-commerce e varejistas multimarcas. A fabricante brasileira de cosméticos afirmou que o movimento é concentrado no mercado francês, com base no comportamento dos consumidores daquele país.
“Diferentemente da América Latina, onde a venda por relações representa quase 30 por cento do faturamento do setor de cosméticos, na França essa participação é de apenas 2 por cento”, disse a Natura em comunicado, acrescentando que no Brasil e na América Latina, a venda direta “é e continuará a ser o principal canal da Natura”.
A empresa afirmou ainda que a internacionalização da marca é um dos objetivos estratégicos para os próximos anos, sendo que as operações fora do Brasil já representam mais de 30 por cento da receita líquida da Natura.
BTG Pactual e Equatorial
A empresa Equatorial Energia (EQTL3) se uniu ao banco BTG Pactual (BBTG11) para comprar os ativos que a empresa espanhola Abengoa detém no Brasil. A proposta é formar uma sociedade, na qual a Equatorial seria majoritária e o BTG ficaria com algo entre 40% e 49%. Conforme apurou o Estado, Equatorial e BTG apresentaram uma proposta formal para aquisição da nove concessões de linhas de transmissão que foram assumidas pela Abengoa no Brasil, após a empresa vencer uma série de leilões realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estão com as obras atrasadas.
O valor global oferecido pelos ativos é de pouco mais de R$ 1 bilhão. Desse total, R$ 277,2 milhões referem-se à aquisição total de todas as sociedades que a Abengoa detém nos empreendimentos. Outros R$ 724,7 milhões estão relacionados a saldos devedores de projetos em fase pré-operacional da Abengoa, ou seja, dívidas que a companhia acumula no País. A data base da proposta comercial é 31 de dezembro de 2015.
As negociações com a Abengoa estão avançadas, com previsão de que a Equatorial e o BTG deem início ao processo de due diligence dos ativos, para passar um pente-fino administrativo, contábil e financeiro nos projetos da companhia. Questionada sobre as informações, a Abengoa não se manifestou até o fechamento desta reportagem. A Equatorial declarou apenas que “está sempre atenta às oportunidades de mercado”. O BTG Pactual não quis comentar o assunto.
(Com Reuters e Agência Estado)