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A Copasa (CSMG3), companhia de saneamento estatal mineira, não será privatizada tão cedo, de acordo com relatório recente do Research da XP. Mas isso não impacta a visão de um “valuation muito atrativo”, apontam os analistas da casa, que elevaram a recomendação de neutra para compra.
Para Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, head e analista de energia e saneamento do Research da XP, a privatização se mostra muito distante por depender da alteração da Constituição de Minas Gerais. Para que houvesse a alteração através de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), seria necessária a obtenção de 3/5 dos votos de integrantes da Assembleia do Estado.
Em São Paulo, para que o processo não se tornasse mais difícil pelo mesmo motivo, o governador Tarcísio Freitas apresentou o projeto de privatização da Sabesp (SBSP3) como lei ordinária. A medida tem sido alvo de críticas da oposição mas garantiu, até o momento, que o processo siga de forma mais rápida.
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No caso da Copasa, os analistas comentam que o fim da concessão mais relevante da companhia, em Belo Horizonte, está previsto para 2032 e poderá ser um dos riscos para o nome se não for prorrogado. Caso haja a privatização, a prorrogação só poderá ser realizada em BH se o município concordar.
“Nosso cenário base pressupõe que a Companhia continuará sendo uma estatal, representando um preço-alvo de R$ 26 por ação e um upside de 50% nos níveis atuais”, comentam os analistas.
Nas considerações da XP, a empresa negocia a múltiplo de EV/RAB (EV = enterprise value, ou valor de mercado + dívida líquida”; RAB = base de ativos regulatórios) de 0,61 vez e de EV/ lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de 3,7 vezes. O dividend yield (indicador que mede o rendimento de uma ação apenas com o pagamento de dividendos)segue projetado para 10,4% em 2023.
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“Embora acreditemos que um desconto nos múltiplos frente à Sabesp pareça razoável, dada a situação de cada empresa em relação às perspectivas de privatização e liquidez, acreditamos que o desconto atual é muito acentuado. Esperamos que a Universalização mantenha a empresa aumentando sua RAB, e os resultados poderão seguir o que deveria ser refletido no pagamento de dividendos (que sob a política atual deveria estar entre 25% a 50%)”, considera a XP.