Corretora cripto Genesis diz em processo de falência que tem US$ 5,1 bi em passivos

Empresa cripto entrou com pedido de proteção contra falência nesta semana

CoinDesk

Logo da Genesis Trading Global (CoinDesk)
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A falida corretora e empresa de empréstimos cripto Genesis detinha US$ 5,1 bilhões em passivos em novembro logo depois de congelar os saques em meio à crise gerada pela queda da exchange FTX, disse o CEO interino Derar Islim em documentos judiciais assinados nesta sexta-feira (20).

Em sua moção no primeiro dia no tribunal de falências do distrito sul de Nova York, Islim forneceu um detalhamento da situação financeira da Genesis. A empresa se tornou a mais recente firma cripto a cair após o colapaso da FTX, com três de suas entidades – Genesis HoldCo, Genesis Global Capital LLC e Genesis Asia Pacific PTE. LTD – pedindo proteção contra falência (similar à recuperação judicial no Brasil) na noite de quinta-feira (19).

Essas entidades podem ter sido mais impactadas pela “corrida ao banco” em meio à implosão da FTX e de sua empresa-irmã, a Alameda Research, do que por perdas diretas nas duas empresas. No meio da crise gerada pelo episódio, clientes exigiram que a Genesis pagasse US$ 827 milhões em empréstimos, forçando suas unidades de empréstimo a congelar os saques.

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“Ao mesmo tempo, a controladora corporativa da Holdco, a Digital Currency Group (DCG), e suas várias subsidiárias, incluindo a DCG International Investments Ltd., também foram impactadas pela turbulência do mercado e não tinham liquidez para pagar à empresa certos empréstimos, adicionando pressão aos balanços dos devedores”, disse Islim.

Pelo menos parte da crise de liquidez começou meses antes, graças à perda de US$ 1,2 bilhão da Genesis para o fundo de hedge cripto Three Arrows Capital (3AC), que entrou em colapso em julho de 2022. Essa perda veio da unidade Genesis Asia Pacific (que também entrou com pedido de falência), que gerenciou o relacionamento de empréstimo da Genesis com a 3AC.

Na época em que o 3AC faliu, a Genesis tinha US$ 2,4 bilhões em empréstimos pendentes para o fundo, dos quais conseguiu recuperar apenas metade, de acordo com o documento.

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No ano passado, a DCG assumiu grande parte dessa exposição, trocando uma nota promissória de 10 anos pelos US$ 1,2 bilhão da Genesis em reivindicações contra o 3AC. Essa nota está agora no centro da discussão pública da controladora DCG com a exchange de criptomoedas Gemini, que é o maior credor da Genesis com mais de US$ 700 milhões.

Islim disse que o processo de falência “incentiva todas as partes interessadas a se moverem rapidamente em direção a uma resolução consensual que evite os custos e a incerteza do litígio”.

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A Genesis continua a operar a maioria de seus negócios não relacionados a empréstimos, disse Islim. Isso inclui seus braços de derivativos, trade e custódia, todos mantidos em entidades legais separadas que não pediram falência.

Antes do colapso da FTX e do 3AC, o episódio que colocou o mercado cripto no meio de uma crise foi a implosão do ecossistema Terra (LUNA) em maio passado, com o desaparecimento da stablecoin algorítmica do projeto, a UST, que levou junto dezenas de bilhões de dólares em capital. A Genesis agora se junta às firmas cripto quebradas BlockFi, Voyager, Celsius e outras cujas falências estão ligadas a esse evento.

“O colapso da Luna e da UST e a subsequente liquidação do 3AC sinalizaram o início de um novo ‘inverno cripto’ e uma crescente relutância em todo o setor em fazer negócios com empresas de ativos digitais”, disse Islim.

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