Credit Suisse e XP veem bom momento para setor de farmácias em 2022 e destacam ações preferidas

Reajuste de preços, pandemia, epidemia de gripe e setor ainda pouco concentrado podem ser triggers para performance do setor

Vitor Azevedo

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O ano de 2022 deve ser positivo para o varejo farmacêutico segundo analistas do Credit Suisse e da XP Investimentos –  para a primeira instituição, o setor pode ser, inclusive, um “oásis no meio do deserto” das ações brasileiras.

O Credit Suisse vê setor de varejo farmacêutico melhor posicionado para navegar em 2022 apoiado por uma dinâmica favorável de crescimento, além de oferecer defensividade para os portfólios dos investidores.  “É uma indústria de crescimento real há mais quatro décadas. O setor de varejo farmacêutico no Brasil está posicionado para registrar crescimento real enquanto a população continua crescendo e envelhecendo”, comentam Pedro Pinto e Victor Saragiotto, analistas do banco.

Ainda segundo o CS, a combinação do aumento dos volumes de vendas e aumentos controlados dos preços de medicamentos abre espaço para “crescimentos saudáveis” no longo-prazo. No curto, o avanço da Ômicron no país deve segurar o desempenho.

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No começo de fevereiro, o time da XP Investimentos apontou também que vê diversos drivers positivos para as farmacêuticas no futuro. O auxílio Brasil, a maior procura por vacinas após a pandemia e surto de H3N2 e os repasses de custos são alguns deles.

Em comum, as duas casas concordam que há espaço para as principais companhias do setor, com destaque para a Pague Menos (PGMN3) e Raia Drogasil (RADL3), se consolidarem. “Notamos que o mercado de farmácias brasileiro ainda é muito fragmentado, com os cinco principais players representando 1/3 do mercado total, contra os top 3 representando 76% nos EUA e 92% no Reino Unido”, comenta a XP.

Mesmo com as duas empresas já tendo anunciado planos de expansão, elas não devem, no curto prazo, sofrer com a concorrência, por terem até então áreas de atuação diferentes. Em cada uma das regiões em que atuam predominantemente as companhias têm espaço e potencial para crescerem ainda mais – por conta de seus tamanhos, e em um ambiente de maior inflação, é esperado que elas se destaquem ao negociar melhores preços com fornecedores, ganhando margem na comparação com empresas menores.

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Casas divergem sobre favoritas do setor – CS escolhe Pague Menos e XP, Raia Drogasil

Apesar de terem análises parecidas para o setor, a XP Investimentos e o Credit Suisse divergem na hora de escolher suas companhias favoritas.

“De forma bastante resumida, nossa preferência está em Pague Menos (PGMN3), com preço-alvo de R$ 13,00 por ação, em função de o papel ainda não ter precificado as melhorias operacionais recentes e também a aquisição da Extrafarma”, explicam Pinto e Saragiotto, do Credit.

O banco tem classificação outperform (desempenho acima da média do mercado) para a Pague Menos, com preço-alvo de R$ 13,00, enquanto para a Raia Drogasil o rating é neutro, com preço-alvo de R$ 27,00.

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“Apesar de já aparecer como terceira maior rede do Brasil, acreditamos que a Pague Menos está em um estágio bastante diferente da Raia Drogasil dado que esta saindo de um processo de turnaround e que precisa validar a consistência de abertura de lojas e ‘digerir’ a Extrafarma”, explicam os analistas.

Para a Raia Drogasil, a recomendação neutra, segundo o Credit Suisse, se dá principalmente pelo fato de a performance boa e o potencial de crescimento já estarem bem precificados, além de estimar um lucro cerca de 10% menor do que o restante do mercado no quarto trimestre.

A XP, do outro lado, tem a Raia Drogasil como sua favorita para o longo prazo. “Mantemos RD como nossa preferência no setor, por vê-la como um papel defensivo a se ter em um ano de macro difícil e volatilidade política devido ao seu sólido histórico de execução, forte posicionamento de mercado e maior liquidez”, explica a casa.

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A favorita da XP para o curto prazo, porém, é a Panvel (PNVL3) por conta, segundo os analistas, do forte posicionamento regional da companhia; plano de expansão robusto e forte participação do digital e marca própria – sendo a maior no setor.

O Credit Suisse fixou recomendação outperform para a Pague Menos, com preço-alvo de R$ 13. Para a Raia Drogasil a recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 27. A XP tem recomendação de compra para RaiaDrogasil, Pague Menos e Panvel, com preços-alvos, respectivamente, em R$ 28, R$ 19 e R$ 13.

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