Credit Suisse elege Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) como preferidas de mineração e siderurgia, vendo espaço para mais altas

Avaliação descontada, reabertura da China e tendência global de descarbonização são os principais catalisadores para ações do setor

Felipe Moreira

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Com a disparada do minério e, por consequência, das ações de mineração e siderurgia nos últimos meses, muitos se questionam sobre o quão sustentável será esse rali, enquanto outros veem o cenário atual para as ações com otimismo.

O Credit Suisse está do lado dos otimistas, reiniciando a cobertura do setores de siderurgia e mineração da América Latina com uma visão positiva, pois aponta que o valuation descontado do setor ainda ignora cenário de alta com a reabertura da economia chinesa, assim como a demanda estruturalmente mais alta por aço.

Além disso, está no radar dos analistas o impacto que “soluções premium” de minério de ferro e minerais como cobre e níquel podem impactar nos números das empresas, uma vez que fazem parte dos esforços mundiais para reduzir as emissões de carbono globalmente. Além disso, veem benefícios de longo prazo com investimentos que visam a maior eficiência operacional.

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O Credit coloca as ações da mineradora Vale (VALE3) e da siderúrgica Gerdau (GGBR4) como as suas preferidas (top pick) no setor. Ambas as companhias têm avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra). O preço-alvo de Vale é de US$ 25,50 por ADR (upside de 32,1% frente o fechamento da véspera) e da Gerdau é de R$ 44,50 por ação (upside de 34,8%).

O Credit Suisse também iniciou a cobertura da CSN (CSNA3), com classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 23,50 (upside de 27,8%). A Usiminas (USIM5), por sua vez, tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 9,50 (upside de 10,6%).

A equipe de research do banco lembra que os papéis de siderúrgicas e mineradoras superaram o Ibovespa nos últimos meses e espera que isso continue por razões táticas e de fundamentos. O setor está sendo negociando entre 3,3 a 4,0 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre o Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 2023, abaixo dos múltiplos históricos na faixa de 5 a 6 vezes.

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Analistas apontam que as ações de mineração e siderurgia são uma forma de ganhar exposição à recuperação econômica da China depois que o país suspendeu suas políticas de zero Covid, porque a reabertura deve levar a preços de referência mais altos para produtos siderúrgicos, elevando assim toda a cadeia de valor (incluindo minério de ferro).

Sendo assim, o banco afirma que esses setores oferecem opções atraentes para exposição ao movimento global de descarbonização e transição energética (Vale), perspectivas positivas para a atividade de construção do Brasil (Gerdau e CSN) e expectativas otimistas de crescimento nos gastos de infraestrutura dos EUA e investimentos em transição energética (Gerdau).

O time de análise do banco também está otimista com a recuperação do setor automotivo brasileiro, o que beneficiaria principalmente Usiminas, mas há um contraponto pela menor rentabilidade no curto prazo.

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Por outro lado, analistas destacam que os riscos negativos da tese incluem: (1) uma queda estrutural nos preços das commodities; (2) demanda chinesa surpreendendo pelo lado negativo; (3) pressões logísticas e de custo de energia; e (4) riscos cambiais.

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