Cripto brasileira BRZ não depende apenas da FTX, tranquiliza CEO da Transfero

Segundo dados da Receita Federal, a BRZ esteve entre as cinco criptos mais adquiridas no país no terceiro trimestre

Paulo Alves

Thiago Cesar, CEO e cofundador da Transfero
Thiago Cesar, CEO e cofundador da Transfero

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A criptomoeda Brazilian Digital Token (BRZ) está disponível em diversas exchanges e é compatível com várias blockchains, afirmou Thiago Cesar, CEO da emissora Transfero, em meio a dúvidas sobre a saúde do ativo por conta do colapso da FTX, principal apoiadora do projeto, e dos impactos na Solana (SOL), rede onde o BRZ foi lançado.

Apesar da FTX concentrar maior volume, o BRZ também está disponível nas corretoras Crypto.com, Bitget, Phemex e NovaDAX, além do protocolo Uniswap (UNI). A moeda ainda trafega nas redes Ethereum, Stellar, Algorand, Binance Smart Chain, RSK Network, Polygon e Avalanche.

Segundo Cesar, a Transfero está em negociações com a FTX para obter os tokens BRZ sob posse da corretora, de modo a proteger o patrimônio dos usuários. A Transfero, afirma o CEO, detém a custódia dos ativos que dão garantia ao BRZ.

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Maior stablecoin do mundo não atrelada ao dólar, com valor de mercado de US$ 188 milhões segundo o agregador CoinMarketCap, o BRZ se notabilizou por ganhar tração principalmente entre os usuários da FTX – na corretora, os reais utilizados para trading são tokens BRZ.

No terceiro trimestre de 2022, o BRZ ficou entre as cinco criptomoedas mais adquiridas no país. Segundo dados da Receita Federal, corretoras declararam que clientes adquiriram R$ 1,5 bilhão em BRZ no período, só atrás de Tether (USDT), Bitcoin (BTC), USD Coin (USDC) e Ethereum (ETH).

Uma empresa fundada na Suíça por brasileiros, a Transfero recebeu um aporte de R$ 40 milhões da FTX em 2020, e atualmente viabiliza as operações da FTX no Brasil – ela é responsável, por exemplo, pela intermediação com o Banco Central para utilização do Pix.

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De acordo com Thiago Cesar, no entanto, a crise na corretora de Sam Bankman-Fried não afeta os negócios.

“Para a Transfero nada muda, a FTX é um dos muitos clientes que temos. Não há dependência da Transfero com a FTX, tanto é que trabalhamos com ByBit, Bitget, Phemex, Crypto.com e outros players. As operações da Transfero são independentes e vão muito além das exchanges de cripto“, explica.

A Transfero também oferta fundos de investimento para clientes no exterior, com aplicações que trafegam pela FTX. Segundo apurado pelo InfoMoney, a empresa suíço-brasileira está tranquilizando investidores desses produtos, garantindo que os recursos estão a salvo.

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“Temos um bom relacionamento com todos os players da indústria e temos certeza de que o mercado se ajustará”, afirmou o CEO à reportagem. “O sentimento de mercado como um todo é negativo para qualquer projeto, mas acreditamos que temos massa crítica suficiente para nos adaptarmos às mudanças”.

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas