Bitcoin volta para US$ 60 mil, Ethereum cai 7% e outros assuntos que vão movimentar o mercado de criptos hoje

Dia é de forte queda generalizada, com temores dos impactos do projeto de lei de infraestrutura nos EUA assinado na segunda por Joe Biden

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A terça-feira (16) é de forte queda para as principais criptomoedas do mundo, com o Bitcoin (BTC) chegando a cair mais de 9% e perder o nível dos US$ 60 mil, após esboçar engatar novas altas na véspera.

Após quatro dias em torno de US$ 64 mil, a maior moeda digital do mundo avançou para mais de US$ 66 mil na segunda, antes de iniciar um movimento negativo mais forte no fim do dia, mantido durante toda a madrugada. Com isso, o Bitcoin agora fica a mais de 11% de sua máxima histórica, de pouco menos de US$ 69 mil, apesar de alguns analistas ainda verem potencial do patamar ser superado este ano.

No fim da manhã, o mercado conseguiu recuperar parte das perdas, com o Bitcoin retomando o nível dos US$ 61 mil, mas ainda com queda acentuada nas últimas 24 horas.

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O dia negativo contagia também outras das maiores criptomoedas em valor de mercado, que também conseguem reduzir as perdas, caso do Ethereum (ETH), que chegou a cair mais de 11% e agora recua cerca de 7,5%. Binance Coin (BNB), Solana (SOL), Cardano (ADA) e XRP XRP) têm queda entre 5% e 7%.

No noticiário, não há um fator específico para a queda do Bitcoin. Em destaque, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) da China afirmou que continuará a limpar o setor de mineração de moeda virtual no país.

A mineração “causa grande consumo de energia e emissão de carbono. Não tem impacto ativo para liderar o desenvolvimento da indústria ou o progresso científico”, disse o porta-voz da NDRC, Meng Wei, segundo a CNBC.
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Apesar de ser uma notícia negativa, ela não tem tanto potencial sobre os preços já que não é novidade diante do fato da China estar desde o início deste ano reprimindo a mineração de Bitcoin no país, levando a uma forte saída de mineradores da região, com um impacto sobre o mercado que já ocorreu principalmente no primeiro semestre.

O recuo dos preços ganhou força coincidiu ainda com duas notícias. A primeira veio do The Wall Street Journal, que citou Ned Segal, CFO da rede social Twitter, dizendo que investir dinheiro em ativos criptográficos como Bitcoin “não faz sentido” agora.

O executivo citou a volatilidade dos preços e a falta de regras contábeis para esses ativos como fatores críticos que impedem a empresa de diversificar para criptomoedas. Apesar de não haver nenhum rumor de que o Twitter pudesse investir em criptos, a fala afeta negativamente o humor do mercado.

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Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na segunda o projeto de lei de infraestrutura de US$ 1 trilhão, que contém uma nova regra determinando a declaração de impostos sobre criptomoedas.

Os “corretores” (“brokers”) de criptomoedas, que são principalmente bolsas, serão obrigados a emitir um formulário revelando quem são seus clientes. As empresas e bolsas também deverão relatar cada vez que receberem mais de US$ 10 mil em criptomoedas.

Trecho do projeto exige que os destinatários dessas transações verifiquem as informações pessoais do remetente e registrem seu número de Seguro Social, a natureza da transação e outras informações, e relatem a transação ao governo em 15 dias.

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O mercado teme que o texto seja muito amplo, principalmente sobre a definição da palavra “corretor”, colocando os mineradores e outros operadores sob questões tributárias, criando desafios fiscais para os investidores.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 12h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 60.992,02 -5,76%
Ethereum (ETH) US$ 4.307,58 -7,48%
Binance Coin (BNB) US$ 591,69 -7,47%
Solana (SOL) US$ 226,82 -5,67%
Cardano (ADA) US$ 1,93 -5,43%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
The Sandbox (SAND) US$ 3,08 +9,80%
Unus Sed Leo (LEO) US$ 3,14 +5,87%
WAX ([ativo=WAXP]) US$ 0,8029 +4,67%
Nexo (NEXO) US$ 3,36 +4,35%
IoTeX ([ativo=IOTX]) US$ 0,2177 +3,50%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Zcash ([ativo=ZEC) US$ 172,66 -14,03%
Dash ([ativo=DASH]) US$ 203,25 -12,70%
Near (NEAR) US$ 10,01 -12,41%
KuCoin ([ativo=KCS]) US$ 23,79 -12,37%
Harmony (ONE) US$ 0,2607 -11,68%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão (não houve negociação no dia 15):

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 66,40 +1,68%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 84,40 -0,12%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 76,98 +1,02%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 22,30 -0,76%
QR Ether (QETH11) R$ 18,60 -1,38%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (16):

SEC investiga mineradora

A Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana) intimou a mineradora de criptomoedas Marathon Digital holdings pela violação de leis de valores mobiliários federais.

A investigação está relacionada a uma parceria para a construção de uma unidade de dados em Montana junto com a Beowulf Energy em outubro de 2020.

A Marathon e a Beowulf Energy fecharam um acordo no ano passado, com o foco no desenvolvimento de soluções de mineração com baixo consumo de energia. Em troca de realocar seu centro de mineração de Bitcoin para perto de uma estação de energia da Beowulf, ela receberia ações da Marathon.

Os papéis da companhia desabaram 27% após as notícias, apesar de ainda se manterem em campo positivo no acumulado de 2021.

Regras mais rígidas na Coreia do Sul

O mercado da Coreia do Sul poderá em breve enfrentar regras mais rigorosas para transações de criptomoedas, conforme a Assembleia Nacional do país debate se as regras de “conhecer o remetente” (“know-the sender”, ou KTS) devem ser impostas.

Argumentos contra a regra proposta para o KTS foram ouvidos perante o Comitê de Assuntos Políticos da legislatura da Coreia do Sul nesta terça, com legisladores e especialistas do setor resistindo às novas regras propostas.

Se transformada em lei, a regra KTS estipula que as empresas que recebem quaisquer ativos criptográficos devem verificar e relatar o nome do emissor e sua localização. No caso de transações entre empresas, o status legal do emissor e o número de funcionários também devem ser informados.

Choi Hwa-In, do Serviço de Supervisão Financeira (FSS), alertou que a indústria local de blockchain poderia se tornar “severamente limitada” se a proposta fosse aprovada.

ParaSwap lança token nativo

O agregador de corretoras descentralizadas (DEX, na sigla em inglês) ParaSwap Foundation anunciou o lançamento de seu token nativo, o PSP, na blockchain Ethereum.

Com isso, será feita uma distribuição retroativa dos tokens para os usuários iniciais da plataforma, o que corresponde a cerca de 20 mil contas. Esses usuários serão recompensados com 150 milhões de tokens, o que representa cerca de 7,5% do fornecimento total de 2 bilhões de PSP.

Segundo Mounir Benchemled, fundador do ParaSwap, o PSP é um “token de utilidade e governança”, pois poderá ser usado em votações de governança e para incentivar formadores de mercado de forma semelhante à que ocorre com descontos a formadores em corretoras centralizadas, disse ele.

Leia também: o que é ETF de Criptomoeda? Confira o guia completo do InfoMoney

Acala e Moonbeam lideram leilão da parachain da Polkadot

Com um valor total combinado de mais de US$ 2,5 bilhões em oferta de DOT, a Acala e a Moonbeam são as grandes candidatas a vencerem o leilão de parachain da rede Polkadot (DOT) que termina em 18 de novembro.

O projeto vencedor será integrado como uma parachain Polkadot em 18 de dezembro, juntamente com os vencedores dos próximos cinco leilões. O segundo começará quando o primeiro terminar e os segundos colocados puderem retomar as propostas.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.