Bitcoin ameaça perder nível de US$ 40 mil, Axie e outras altcoins caem 10% e Crypto.com tem US$ 15 mi roubados

Analistas apontam que falta de força compradora deixa criptomoeda vulnerável a quedas mais profundas em momentos de incerteza

Paulo Alves CoinDesk

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Novamente acompanhando o movimento no mercado financeiro tradicional, o Bitcoin (BTC) volta a recuar, perde os US$ 42 mil e aumenta as chances de colocar em risco o nível de US$ 40 mil, considerado crucial para manter viva a possibilidade de novas altas no curto prazo.

A criptomoeda é negociada nesta manhã a US$ 41.987, com queda de 1,9% nas últimas 24 horas, em meio a perdas nas bolsas asiáticas e nos nos futuros da Nasdaq, nos Estados Unidos, após os juros pagos por títulos do tesouro americano dispararem para níveis pré-pandemia. Quanto maiores os juros, mais atrativos os títulos ficam para investidores que detêm capital alocado em ativos mais arriscados como as criptomoedas.

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Segundo analistas, as negociações de Bitcoin indicam falta de uma força compradora mais contundente, o que indica que uma nova onda de liquidações pode não ser absorvida pelo mercado a tempo de evitar que o preço caia para menos de US$ 40 mil. A criptomoeda chegou a recuar brevemente para a faixa de US$ 39 mil na semana passada, mas recuou rapidamente.

“Não estamos vendo nenhuma busca pelo fundo de US$ 40 mil atualmente e o interesse por BTC a cerca de US$ 40 mil permanece baixo”, explicou Pankaj Balani, CEO da Delta Exchange, à CoinDesk, parceira do InfoMoney na cobertura do mercado de criptomoedas. “Podemos testar novamente os US$ 40 mil e, caso o preço não segure, veremos uma nova onda de vendas chegando”, disse.

Apenas três criptomoedas, excluindo as stablecoins, registram alta às 7h. Entre elas está a Uniswap (UNI), que avança 2,3% em meio à crescente procura por produtos financeiros descentralizados que oferecem juros pelo depósito de criptomoedas. Segundo o agregador de dados sobre DeFi, DappRadar, o valor investido em plataformas desse setor aumentou em US$ 1 bilhão de ontem para hoje.

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Já a Mina Protocol (MINA) salta 2% na esteira do lançamento de novas redes de teste que utilizam criptografia de conhecimento zero, tecnologia considerada por Vitalik Buterin como o futuro de blockchains como o Ethereum (ETH).

Na ponta negativa, Ethereum (ETH) e Solana (SOL) perdem entre 3% e 4% hoje, enquanto rivais como Terra (LUNA) e Polkadot (DOT) vão ainda pior e cedem 8,5% e 7,1%, respectivamente.

O maior recuo, no entanto, é de uma nova cripto chamada Pocket Network (POKT), que promete ser uma espécie de Amazon descentralizada para serviços de computação em nuvem. O projeto ganhou notoriedade há uma semana e passa por alta volatilidade: do recorde de US$ 3,10 registrado no domingo (16), o preço do ativo já bate US$ 2,06, em queda de 33% – desses cerca de 20% foram nas últimas 24 horas.

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Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 41.987,33 -1,9%
Ethereum (ETH) US$ 3.176,82 -3,2%
Binance Coin (BNB) US$ 467,16 -2,1%
Cardano (ADA) US$ 1,51 -2,6%
Solana (SOL) US$ 137,94 -4%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Uniswap (UNI) US$ 17,61 +2,3%
Mina Protocol (MINA) US$ 3,48 +2%
Huobi Token (HT) US$ 9,94 +0,7%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Pocket Network (POKT) US$ 2,06 -19,5%
Monero (XMR) US$ 204,14 -10,8%
Cosmos (ATOM) US$ 38,04 -10,2%
Axie Infinity (AXS) US$ 74,08 -10,1%
Fantom (FTM) US$ 2,90 -10%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 43,25 -3,45%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 55,80 -2,1%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 53,20 -2,83%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 14,74 -3,02%
QR Ether (QETH11) R$ 13,04 -3,4%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (18):

Hacker rouba US$ 15 milhões em criptomoedas da exchange Crypto.com

Um ataque a clientes da exchange Crypto.com ontem (17) resultou no roubo de pelo menos US$ 15 milhões em ETH. A corretora havia anunciado a interrupção de saques na tarde de ontem para investigar relatos de atividades suspeitas.

Segundo a consultoria Peck Shield, os valores foram transferidos para o serviço Tornado Cash, que mistura transações para esconder a origem do dinheiro. De acordo com os especialistas da empresa, 4.600 ETH estão foram enviados em parcelas de 100 ETH para o serviço de mixing (mistura).

Dada a natureza pública dos dados da blockchain, criminosos costumam utilizar soluções como essa para impedir que os endereços que movimentam os valores sejam rastreados por autoridades. Por outro lado, defensores de mixers dizem que eles são importantes ferramentas de financiamento de ativistas em países autoritários.

O token TORN da Tornado Cash subiu quase 9% durante a madrugada, para US$ 33,31, de acordo com dados do agregador CoinGecko.

Atuação de bancos centrais está enfraquecendo criptomoedas, diz Morgan Stanley

As criptomoedas estão enfraquecendo à medida que o Federal Reserve dos Estados Unidos e outros bancos centrais procuram desacelerar a expansão de seus balanços patrimoniais e preparar os mercados para aumentos das taxas de juros, escreveu a chefe de pesquisa de criptomoedas do Morgan Stanley, Sheena Shah, em um relatório publicado na semana passada.

Na avalição de Shah, as baixas taxas de juros, a expansão dos balanços dos bancos centrais e os estímulos governamentais foram “motores de aumentos exponenciais de preços de criptomoedas” nos últimos dois anos. As criptos, portanto, estariam refletindo uma guinada nesses fatores.

Segundo o banco de investimentos americano, a capitalização de mercado do Bitcoin acompanha o crescimento da oferta global de dinheiro desde o final de 2013. A taxa anual na liquidez do mercado atingiu o pico em fevereiro de 2021, enquanto a taxa de crescimento anual do Bitcoin atingiu o topo um mês depois, em março. O banco não vê o movimento como coincidência.

Ainda de acordo com o estudo, o uso da criptomoeda como veículo de pagamento e troca de valor é o que deve impulsionar sua valorização no longo prazo. No entanto, o mercado tem negociado a maioria das criptomoedas como ativos de risco especulativo. Prova disso é a crescente correlação do Bitcoin e o mercado de ações nos últimos seis meses, apontou o relatório.

Hashdex lança ETF que rastreia criptomoedas DeFi

A Hashdex anunciou ontem o lançamento do DEFI11, um fundo de índice (ETF e cripto) que acompanha o desempenho de criptomoedas do setor de finanças descentralizadas (DeFi).

Desenvolvido em parceria com o provedor global de índices cripto CF Benchmarks, o DEFI11 vai espelhar o “CF DeFi Modified Composite Index”, índice que inicialmente conta com 12 ativos.

São eles: Ethereum (ETH), Uniswap (UNI), Aave (AAVE), Compound (COMP), Maker (MKR), Yearn Finance (YFI), Curve (CRV), Synthetix (SNX), Amp (AMP), Polygon (MATIC), Chainlink (LINK) e The Graph (GRT).

A XP, o Itaú BBA e o Banco Genial serão os coordenadores da oferta do novo ETF, que terá taxa de administração total de 1,3%. A previsão é que a aplicação inicial por cota seja de aproximadamente R$ 50.

Os pedidos de reserva do ETF começam nesta terça-feira (18), e o produto deve chegar na B3 em fevereiro.

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Paulo Alves

Editor de Criptomoedas